A Agência Reuters noticia que indica que uma publicação, hoje, no Diário Oficial da União “a devolução pela Petrobras e Repsol Sinopec do Brasil da concessão de exploração e produção de petróleo e gás natural referente ao campo de Piracucá”.
Piracucá é o nome que tomou o bloco BM-S-7, na Bacia de Santos, e o campo teve, em 2009, formalizada a Declaração de Comercialidade “de uma descoberta de óleo leve e gás em reservatórios acima da seção salífera”, na qual a petroleira brasileira estimou um volume de jazidas de 88 milhões de metros cúbicos de óleo e gás, somando “cerca de 550 milhões de barris de óleo equivalente”.
No comunicado, fica claro que a estimativa não era preliminar, mas “o resultado de intensa atividade exploratória realizada pelo Consórcio (Petrobras 63%- Repsol 37%) no bloco.” Na ocasião da descobertas, em janeiro de 2009, a Petrobras disse ais jornais que o achado tinha “grande importância devido ao potencial de produção de gás em águas rasas no sul da bacia de Santos”. E tinha razões, porque a profundidade é de 214 metros, o que reduz muito os custos de implantação e operação de um campo.
Pode haver alguma razão técnica desconhecida, uma vez que a Petrobras não comentou o assunto. Mas, a esta altura, já não é de duvidar de nada, na operação de desmonte em curso na empresa.
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Vergonha. Única palavra para estes golpistas. Vergonha de termos nascidos no mesmo País, falarmos o mesmo idioma, destes pulhas, inimigos do povo brasileiro.
[NocauteTV] Gabriel Priolli: retrospectiva de um ano imaginário
https://www.youtube.com/watch?v=924B524cRiQ
SAFADEZA
ROUBO
ENTREGA
O pensamento de extrema direita brasileiro produziu em Campinas sua 1ª chacina. Por Kiko Nogueira
O pensamento de extrema direita brasileiro moderno produziu sua primeira chacina.
A carta do técnico de laboratório Sidnei Ramis de Araújo, que matou doze pessoas num réveillon em Campinas, é um catálogo de boçalidades bolsonarianas típicas.
A missiva é dirigida ao filho João Victor, de 8 anos — que o pai acabaria matando na festa, juntamente com a mãe Isamara Filier.
Segundo relatos, ele pulou o muro da casa e abriu fogo. Suicidou-se em seguida com um tiro na cabeça. Carregava ainda dez bombas caseiras.
O caso foi registrado como homicídio consumado e pensado e suicídio. Sidnei premeditou tudo. Estava inconformado com a separação.
Araújo se transformou numa caixa de comentários do G1. Um jorro de ódio patológico em cada linha, em cada vírgula.
Ele afirma que não tem medo de ser preso porque não precisará acordar cedo para trabalhar. “Vou ter representantes dos direitos humanos puxando meu saco, tbm (sic) não vou perder 5 meses do meu salário em impostos”, escreveu.
“Estou sendo presos por ajudar bandidos né? Paizeco de bosta”.
“Não sou machista”, avisa. Em seguida, fala que “a vadia [Isamara Filier] foi ardilosa e inspirou outras vadias a fazer o mesmo com os filhos, agora os pais quem irão se inspirar e acabar com as famílias das vadias.”
Mulheres, ele assegura, se beneficiam da lei “vadia da penha”.
É certo que a inclinação política de Sidnei não explica, sozinha, a tragédia. Mas é absurdo desconsiderar seu consumo desse lixo e como isso o ajudou a articular o crime.
No Facebook do Estadão, que publicou a mensagem de Sidnei, há várias manifestações de solidariedade — ao criminoso.
“Sim, texto de revolta de um pai, SIM, mulheres são capazes de tudo pra destruir um pai de família, simplesmente por não ser o homem delas… Agora, cabe a você julgar…”, afirma um certo Douglas Benvenutti.
Uma mente perturbada que encontrou eco, conforto e coragem em todos os clichês da indigência direitista.
Um “cidadão de bem” inconformado com a degradação do Brasil, de sua família e das mulheres e que resolveu fazer justiça com as próprias mãos.
Fernando, você que bem conhece esse assunto de estado mínimo. Esse desfazer-se de estatais, riquezas, venda de ativo por preço de crack, é apenas uma ideologia ou quem vende tem comissão nisso?
BRASIL ENCURRALADO
Houve um Senador Afonso Arinos, lembro-me quando ocupava a tribuna do Senado, no Rio de Janeiro, perorando sobre o “mar de lama” que corria no Palácio do Catete, ocupado pelo Presidente Getúlio Vargas. Cerca de duas décadas depois, em artigo no Jornal do Brasil, reconheceu que eram discursos meramente oposicionistas, pois jamais soubera de qualquer ato de improbidade de Getúlio Vargas. Se, de um lado, devemos reconhecer a sinceridade tardia, por outro fica a frustração da impunidade por tamanha agressão ao Brasil e aos brasileiros.
O império de hoje, e desde 1990, não é mais um país, como foram os Estados Unidos da América (EUA) e o Reino Unido (UK) anteriormente. O império é um sistema, que denomino “a banca”, o sistema financeiro internacional, constituído por 100 famílias, aproximadamente, que controlam na ordem de US$ 25 a 30 trilhões da movimentação financeira mundial. Isto significa até seis vezes o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Porque mais da metade destas famílias residem nos EUA e por serem a maior influência nas decisões governamentais daquela nação, podemos simplificar tratando, indistintamente, ou da banca ou dos organismos estatais estadunidenses.
A eleição de Lula, em 2002, foi uma quebra no domínio total do governo brasileiro pela banca. Mas os fatos que relataremos começaram bem antes, no que se convencionou chamar ditadura militar. Os 21 anos de governos militares não foram homogêneos. Houve o primeiro, planejado e dirigido pelos EUA, onde prevalecia o poder do capitalismo industrial. Naquele momento se cuidou de afeiçoar as leis e os sistemas econômicos brasileiros aos interesses das empresas estrangeiras: fim da estabilidade aos 10 anos de trabalho, aparelhamento do sistema tributário, mecanismos de proteção ao capital e ao financiamento, mercado de capitais etc. Depois veio a reação nacionalista. À época o sentimento nacionalista era forte nas forças armadas e, em especial, no Exército. Esta segunda fase teve de comum com a primeira o anticomunismo, que tinha o mesmo vêzo da anticorrupção atual. Como feito pelo Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (IPES) e pelo Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), hoje o esforço midiático ficou concentrado no efetivo monopólio da Rede Globo, e passa a massacrar, diuturnamente, todos neste país sobre uma corrupção, que em nada difere da praticada pelas elites nos 500 anos da Terra de Santa Cruz e pelos capitais ao redor do mundo.
Façamos um interregno para tratar da corrupção. Em qualquer sociedade onde a posse dos bens materiais diferencia as pessoas e onde os valores humanos se subordinam aos valores monetizáveis temos uma sociedade aberta à corrupção. No Brasil, a grande corrupção, que destruiu a própria alma nacional, foi a escravidão negra, cujos resquícios ainda permanecem após um século de sua formal cessação. Os governos nacionais do Partido dos Trabalhadores procuraram, com as ações afirmativas, eliminar este destruidor ranço, ainda espalhado pela burguesia. É um longo trabalho em favor da cidadania, que os golpistas nos poderes nem tem capacidade de entender, tão presos a preconceitos e mesquinharias. Um período de grande corrupção foi do Império à 1ª República, quando a Inglaterra tinha no Brasil uma colônia de usufrutos sem formais responsabilidades, como na Índia de então. Que o digam o Barão de Mauá e Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, verdadeiros heróis nacionais.
Mas para a campanha anticomunista de hoje, a campanha contra a corrupção não se visa aqueles que sempre a praticaram, cujas respeitáveis famílias surgiram da exploração das misérias nacionais e da apropriação do dinheiro público. Ela usa os recursos da informação, que a banca soube, melhor do que outro setor econômico usar e dominar, na espionagem e na criação de falsas verdades e verdadeiros ódios.
Vejamos um caso que ainda não nos atinge diretamente: o terrorismo islâmico. Acaso o arguto leitor já se deu conta que países dirigidos pela banca: Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, não sofrem atentados “terroristas”. E estes atentados surgem na Europa ou nos EUA quando é necessário forçar a aprovação de lei de exceção ou facilitadora para banca. Como sempre, ontem as virgens, hoje os inocentes são sacrificados no altar de Mamon.
No Brasil, o sistema de espionagem implantado e aperfeiçoado, desde 1985, foi fundamental para conhecer as falcatruas dos dirigentes, privados e públicos, também suas outras fraquezas, envolvendo, nem sempre com realidade, o poder, que alimentaria a Lava Jato a partir de 2009.
Embora a divulgação da descoberta do pré-sal tenha ocorrido em 2006, parece possível que o sistema de espionagem, ativo bem antes, tenha formulado a orquestração do Mensalão do PT (2005), posterior aos nunca concluídos mensalões do PSDB e outros desvios de conduta da oposição de então, hoje o governo.
Um trabalho de planejamento bem feito, como já ocorria no treinamento de membros do poder judiciário, no tratamento das informações pela Agência de Segurança Nacional (U.S. NSA – National Security Agency), pelo Departamento de Estado (U.S. Department of State) e outros órgãos de governos estrangeiros e, lamentavelmente, com uso de maus brasileiros, possibilitou este tipo de ação.
O resultado são a Operação Lava Jato, o golpe para destituição da Presidente eleita Dilma Rousseff, o desmonte da economia brasileira, pelas alienações patrimoniais e de recursos não renováveis a estrangeiros, o fechamento de empresas, prisões ilegais e até assassinas (como decidida por Moro – 35ª fase da Lava Jato - para assessor do ex-ministro Palocci, Branislav Kontic, que tentou suicídio por não resistir à ignomínia da prisão motivada por interesses políticos), e faz do judiciário e do ministério público alvos de chacota pelo mundo.
Um País sem soberania, um povo sem emprego, crianças sem escola, enfermos sem atendimento e a humilhação da nacionalidade sem cidadania.
E tudo porque a ignorância da classe média, associada à venalidade das elites e o permanente interesse na colonização de um país rico não encontram um povo disposto a lutar pela existência digna. Sempre a espera de um Messias, sempre aguardando a sorte e o milagre. Ao fim, os verdadeiros corruptos celebram seus ganhos com seus associados nos poderes e ao povo ficam o desemprego, a miséria de sempre. Brasil encurralado.
Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado