O impacto da desistência das petroleiras americanas e britânicas de participarem do leilão de Libra já foi absorvido pelo mercado, pela imprensa e pelo governo. Houve um receio de que a mídia brasileira, após a saída dos americanos, levasse adiante uma campanha para melar o leilão. Mas as empresas remanescentes tem boas assessorias e conquistaram a simpatia dos jornais.
A própria presidente Dilma, mediante um assessor, abriu o jogo para o Estadão: o governo federal vai sim jogar pesado para que a Petrobrás tenha a maior fatia possível do campo de Libra, além mesmo dos 30% que é a cota mínima. BNDES e Tesouro Nacional poderão emprestar recursos para a estatal entrar de sola no leilão.
O representante da Repsol, que deverá se associar à chinesa Sinopec e à própria Petrobrás para explorar Libra, ligou para o Merval Pereira, para acalmá-lo. Ele (Merval) não precisa se preocupar tanto com essa história de “conteúdo nacional”, excesso de presença estatal; o executivo da multinacional espanhola, que demonstra menos medo das cláusulas nacionalistas do leilão do que Merval, esclarece que seria “burrice” não entrar agora.
A Folha amanheceu neste sábado com um caderno especial sobre petróleo, com direito a um belo infográfico sobre o campo:
A fuga das americanas pode ser explicada por vários motivos. Um deles é a existência de um governo mais “amigo” no México, que prometeu dar condições vantajosas para as gigantes explorarem reservas por lá. Reportagem recente no Washington Post informa, porém, que há um profundo ceticismo, nas cidades mexicanas produtoras de petróleo, acerca dos ganhos sociais decorrentes do plano do presidente da república, Enrique Peña Nieto, de desregulamentar ainda mais o setor no país. Lá não foram aprovadas garantias de investimentos em educação e saúde, como aqui.
Outra razão pode estar em estudo publicado há pouco pela Reuters, segundo o qual a importação de petróleo da China em 2020 atingirá US$ 500 bilhões, enquanto a dos EUA deverá cair dos atuais US$ 300 bilhões para US$ 160 bilhões no mesmo ano, por causa principalmente da substituição do petróleo por xisto.
A China tem necessidades maiores que os EUA e, por isso, está disposta a estabelecer um contrato mais estável com o Brasil.
A previsão de que os EUA substituirão petróleo por xisto, além disso, reforça a necessidade do Brasil acelerar a extração e a venda do petróleo em águas profundas. Não se pode nunca descartar o risco do surgimento de fontes alternativas.
Em entrevista ao caderno especial da Folha, Adriano Pires diz que a Libra vai render “bem menos do que se projeta hoje”. Em se tratando de uma commodity violentamente imprevisível, trata-se de um prognóstico que nem Mãe Dinah se atreveria a fazer. Um especialista, ao rebaixar o valor de Libra às vésperas do leilão, deixa bem claro que interesses representa. Mesmo Pires, contudo, não pôde se furtar a uma obviedade. Os chineses estão dispostos a pagar mais e melhor, por uma questão de segurança energética nacional (a sua própria).
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Volta multinacionais! Nao me abandonem! Lagrimas e mais lagrimas!
De onde saiu este especialista? Em que empresa de petróleo ele trabalhou?
Quem o mantém para dizer tolices? Com torcidas, como esta agora, cabe
perguntar: especialista em que?
To contigo e nao abro Paulo P. Da uma aula e escreve ai tudo que voce sabe sobre o leilao de Libra! Vai que e moleza! Arrebenta.
Tijolaço, a desistência das empresas americanas Chevron e Exxonmobil, e as britânicas BP e BG, é pura malandragem desses gringos , tudo pra nos enganar e a petrobrás que vai cair como patinho. O esquema é o seguinte: As empesas americanas saem da disputa jogo de cena, uma empresa provavelmente a Shell (Anglo-Holandesa) compra alguns lotes de ações e mais tarde coloca a venda no mercado possivelmente com um preço alto( aqui acontece toda a tramóia). As empresas americanas Chevron e Exxonmobil, e as britânicas BP e BG de maneira simulada compram as ações superfaturadas. Depois tentaram revende-las para a Petrobrás que achando que será um bom negócio cairá no” conto do vigário”.
Fiquei bolado! Da pra explicar melhor? No final quem fica com o que?
KKKKKKKKKKKKKKKK Como se o pessoal da Petrobras fossem meninos reprovados nos anos iniciantes de estudos por não saberem ler. Muita idiotice dizer qua a Petrobras "Achando que é um negócio". Ora, mas comentário mais idiota o seu.
Mas quem é esse Sr. Adriano Pires, qual sua especialidade, qual seu estudo, tem algum diploma, mestrado ou doutorado ? Afinal poderia alguém me responder a essas perguntas ? Lembro que papel e internet aceita tudo, inclusive o livre arbítrio. Lembro, também, que a Petrobrás já estudou em São Mateus do Sul (PR) na década de 70 os depósitos de "xisto" piro-betuminosos do Paraná, dentro dos folhelhos da Formação Irati. Mas até agora seu método de extração ainda é cara e em alguns locais torna-se economicamente impossível seu beneficiamento.
O problema é q a Fm. Irati não atinge a janela de geração de gás (nem de óleo por sinal)... Lá o processo é meio que uma mineração do folhelho por pirólise. O q se tem lá é uma rocha extremamente rica em matéria orgânica, mas q não gerou.
Mas na Bacia do Paraná temos tbm a Fm. Ponta Grossa. Essa sim gera gás, mas não sei se seria economicamente viável...
Quem tem uma mídia como a nossa não consegue dormir, qualquer assunto de interesse do povo brasileiro que venha do governo, para a mídia, está errado ou vai ser um fracasso, depois de quase doze anos apostando no quanto pior melhor a mídia começa a colher a safra, resultados não muito bons, basta ver o que os movimentos de rua lhes disseram, jogaram fezes e lixo em suas portas, devolvendo o que nos mandaram, além dos índices de audiência em declínio. Se com isso não aprenderam nada esperem mais quatro anos e verão o que acontece. O pior resultado será para os jornalistas de aluguel
excelente entrevista, com certeza a verdade deverá triunfar.
Nossa!! Perfeito!!!A Veja provando do próprio veneno!!!