Os preços em alta do petróleo – US$ 74 dólares por barril, o mais alto desde o final de 2014 – e o câmbio teimando em permanecer alto começam a trazer a perspectiva real de novos aumentos nos combustíveis, prontos a suceder o aumento da energia elétrica como vilões da inflação no último trimestre do ano.
Desde o início o mês, o preço internacional do óleo subiu 10% e os problemas dos estoques de gás e gasolina na Europa não sinalizam que isso deva arrefecer nos próximos dias.
Como subiu em dólar e o dólar soma uma alta de 3% no mês, a dupla pressão dá quase a certeza de que um novo reajuste virá com o início de outubro.
Ainda que parcial e adiado, ele acrescentará pressão sobre a inflação de outubro, primeiro mês do trimestre com que o governo contava para trazer a inflação de 2021 a pouco acima de 8% e não os 10% que temos no acumulado anual, agora.
Todos os freios do investimento estão puxados e isso se reflete em projeções cada vez menores para o PIB de 2022 e pode ter certeza de que o Governo Federal estará espremido entre a cruz de uma inflação mortal e a caldeira fria de uma estagnação da economia.
Amanhã, as projeções do mercado colhidas pelo Banco Central vão dar novo salto. passando dos 8,5 % para este ano de inflação.
É pouco e vão subir mais, semana por semana.
O fim de setembro chegando e entrando os primeiros dias de outubro, quando o pagamento dos salários empurra às inevitáveis compras “do mês”- para quem ainda as consegue fazer – vão dar novo empurrão nos preços e na percepção de como eles aumentam.
Outro dia ouvi uma expressão perfeita de uma pessoa simples para definir a gestão econômica do Brasil: “este Paulo Guedes não é ministro da economia, é ministro do aumento”.