Política, até que enfim, política no Governo Dilma…

Michel Temer, é obvio, não é santo do meu altar.

Mas, no ecumenismo da frente que sustenta (ou devia sustentar) o Governo Dilma – como sustentou o de Lula – está longe de ser o maior pecador, ainda mais concorrendo com figuras como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Foi um ato acertadíssimo – até tardio – a entrega a ele da tarefa de articulação com o Congresso, com a tal Secretaria de Relações institucionais.

Se o PMDB é o maior partido da base aliada, se é o maior partido da Câmara e do Senado e se é de lá que vêm os maiores problemas e contestações, com Cunha e Renan, nada mais coerente que entregar ao presidente do partido – e vice da República – a tarefa de fazer aprovar  o que é de interesse do Governo e tentar rejeitar – ou adiar – o que não é.

Evidente que Temer não irá articular no Congresso propostas da esquerda, como a regulamentação da mídia. Mas, convenhamos, na atual conjuntura de forças, encaminhar propostas com este poder explosivo está muito, muito além de um Governo que, quando teve forças para fazê-lo, não o fez.

As concessões ao PMDB – é claro que Temer as exigirá- passam a ser feitas antes da propositura dos projetos, não essencialmente depois. como Cunha e Renan têm feito sem que o Governo possa senão ceder a elas.

Embora, matreiro, Temer não vá abrir fogo contra os dois, é obvio que as funções criam nele um novo pólo de aglutinação dos peemedebistas, até porque é ele quem detém o comando formal da máquina partidária.

O sorriso dele, de orelha a orelha, na reunião hoje com os líderes partidários, transpira o seu gosto pela solução.

E, com a crise com o PMDB, aquela teoria de que vice desocupado só conspira fica ainda mais verdadeira.

Tenho para mim que a história em torno de Eliseu Padilha foi uma fórmula para Temer surgir como “solução” e não como “ambição”

Fazer política com ideologia e com idealismo não exime quem a faz de ser pragmático.

Até que enfim o Governo Dilma se dispõe à política convencional.

Quem não a faz é devorado por ela, não é mesmo, Lula?

Fernando Brito:

View Comments (21)

  • Êta Presidenta Porreta! Agora sim...pôs o "galo" pra cuidar do galinheiro...enquanto isto ela Administra o País. Quanto às propostas (reformas) cabeludas e espinhentas...deixa o "home" articular nos bastidores...que ele como ninguém sabe mobilizar o povo...e é só com este apoio que "elas" podem vingar"

  • Eu me considero um petista ideológico, que procura ser mais autentico possível!infelizmente, tenho que concordar que não temos ninguém no PT com condições capaz pra fazer esse trabalho de articulação que a nossa presidenta e o pais precisa neste momento. COMO SE DIZ: não tem tu vai tu mesmo. J P DA VOZ.

  • Acredito que o pensamento do militar chinês pode também ser ajustado e aplicado na política, com a palavra aliado no lugar de inimigo: "Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas". [Sun Tzu, general Chinês, século IV a.C].

  • Até que enfim, uma providência política.
    Cunha e Calheiros comem na mão do PIG, em função de suas folhas corridas. Uma manchete coordenada entre os membros do PIG e está fora quem não se comportar direitinho.

    O que ainda faz o tucano Mercadante na Casa Civil? Fabrica crises!!!

  • A atitude de Dilma entregando a Temer a articulação política, me fez lembrar de Chico Xavier, quando ainda criança em Pedro Leopoldo, muitos irmãos e pobres, plantavam umas verduras pra vender e começaram a sumir as verduras, quando receberam uma orientação

  • Entreguem a chave da casa pra vizinha, e ai nunca mais sumiram verduras.

  • Não consigo achar isso uma maravilha. Acho simplesmente que a presidencia vai passando para o PMDB. Babau, na verdade.

    • É verdade Laura. A desgraça desse governo tem sido essas conceções(uma após a outra) para os fisiologistas e corruptos "aliados". O próximo passo é a renuncia ou o impedimento da presidente da república. Mas,segundo o "jênios" da articulaçõa politica, os "pragmaticos" tudo em nome da governabilidade. Não foi pra isso que eu votei e briguei na rua para eleger Dilma.É a terceirização do governo pela direita, pelos coxinhas.

  • Num governo onde Dilma não existe e onde o PT morreu há tempos, normalíssimo o PMDB mandar cada dia mais.

    • Sopa quente...se come pelas beradas e bagre esganado se fisga primeiro!

    • Fabio, a Dilma está terceirizando o governo dela ao PMDB, afinal de contas, Dilma deve ter coisas mais importantes do que se preocupar, como a dieta dela por exemplo.

  • Não gostei muito, mas se isso puder enfraquecer o poder do Eduardo Cunha está valendo, porque ele quer votar absurdos como redução da maioridade penal,completamente ignorando a constituição que proíbe isso, terceirização do trabalho, o que vai jogar no lixo carteira assinada para milhões de brasileiros... Entre Eduardo Cunha e Temer, prefiro o Temer sem dúvida.

    • Eu não gostei nada,bastaria afastar Mercadante que a política fluiria.É o lobo cuidando do galinheiro.

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