Poucas vezes os militares brasileiros foram tão humilhados quanto com a publicação “casual” do embaixador norte-americano, Todd Chapman, de fotografias de fuzileiros navais dos Estados Unidos em pontos característicos do Brasil: nem o Cristo Redentor, o Congresso e a Esplanada dos Ministérios escaparam dos marines, depois de Jair Bolsonaro sugerir que o novo presidente dos EUA poderia sentir “o cheiro de pólvora” se Biden fizer pressões pela preservação da Amazônia.
Viraram piada nas redes e, pior, até nos próprios quartéis, em piadinhas sussurradas entre praças e oficiais. Das que eu soube, falava-se numa “força deslocamento rápida” formada pelos generais do Planalto, armados de bengalas, e a praticidade que os gringos poderiam ter para invadir o Brasil já que, graças a Bolsonaro, nem de visto precisam para entrar no nosso país.
Pareceria incrível que o militar que o generalato usou para alcançar – ou achar que alcançava – o poder esteja fazendo tudo o que pode para torná-los motivo de chacota pública.
Pareceria, mas não é, porque era o que se podia esperar de um mau militar, que já se meteu em complôs para explodir latrinas de quartéis para arrumar confusão e pedir aumento no soldo.
Infelizmente, nas Forças Armadas brasileiras, ter equilíbrio, preocupação com a instituição e com o país, respeito pelos homens que deram a vida pelo país na Itália para combater o fascismo que se volta a adorar aqui tornaram-se coisas raras.
Exército, Marinha e Aeronáutica, amanhã, não poderão reclamar de serem tratados por governos democráticos como instituições doentes, avassaladas por uma mediocridade que a si próprias impuseram e que, infelizmente, apodrece o respeito que por elas tem o povo brasileiro.