Os arautos do “corte de gastos” não dizem nos seus discursos tecnocratas que, além da degradação dos serviços públicos de saúde e educação, atira na paralisia tudo o que vinha sendo feito no Brasil em matéria de habitação, mobilidade urbana e infraestrutura em geral.
A matéria publicada hoje pela Folha mostra o tamanho do retrocesso em investimentos em obras e instalações públicas.
Na comparação até julho, uma volta a patamares de dez anos atrás. Como o Governo tem de cortar e cortar mais desesperadamente a partir de agora, para tentar cumprir a meta do “rombo ampliado”, é provável que ao final do ano, o nível caia mais alguns anos, na comparação, aos tempos em que Lula recebeu o país quebrado de FHC.
“As despesas com obras, conservação de estradas e Minha Casa, Minha Vida despencaram 40% no período (de 2013 para cá).Em julho (somando as despesas dos últimos 12 meses), esses gastos somaram R$ 19 bilhões, ante os R$ 32 bilhões despendidos em 2013.
Despencaram, não: seguem despencando. Em 2016, o acumulado no programa de habitação, nos sete primeiros meses do ano, caiu de R$ 9 bilhões para apenas R$ 3 bi. Agora, baixou para R$ 1,65 bi.
Nas não é só o investimento público que está caindo. O privado, já paralisado pela crise, ainda vai perder a sua fonte maior, o BNDES, que será forçado a devolver, este ano e em 2018, R$ 180 bilhões em títulos públicos que lastreiam seus empréstimos, para ajudar as fechar as contas de Henrique Meirelles.
No Brasil, para investir, não há outra alternativa para investir senão o crédito do BNDES, exceto para quem tem tamanho para tomar crédito em dólar no exterior. E olhe lá se farão isso neste momento de dólar subvalorizado e tensões mundiais à vontade, criando um risco imenso para endividar-se em moeda estrangeira.
É por isso que o “espetáculo do crescimento” que Meirelles anuncia para amanhã só pode acontecer como bolha financeira. Farsa, como tudo o que acontece por aqui, ultimamente.
View Comments (15)
Esse é o resultado dos governos do pt.
mais 1 Midiota irresponsável. deixa de ser cínico. quem está destruindo é temer-PSDB seu idiota!
O papagaio só sabe repetir que "a culpa é do petê", mas ignora, ou se faz de besta, q até 2014 (último ano q a Dilma efetivamente governou), o desemprego era de 4,5% (quase pleno emprego, portanto), e havia dinheiro pra investir. Aí o imbecil vota no Aécio em 2014, e não satisfeito com a derrota do cheirador, vai fazer outra merda e bater panela contra a Dilma, com cuja queda o poder cai nas mãos do vampiro traíra q aplica à risca o mesmo programa recessivo do...... PSDB, q esse mesmo coxinha imbecil quis eleger. Mas a culpa é do Petê.....
Se havia dinheiro pra investir em 2014, pq Dilma trouxe um banqueiro neoliberal de Chicago conhecido como "mãos de tesoura" pra tocar a economia? Cabeça serve pra pensar tb pelego, não é só pra colocar o bonézinho da CUT....
Caro Leonardo,
O problema com o Carlos de Oliveira é que não existe cura para burrice.
Então, não importa o que aconteça, não importa que ele antes tivesse uma situação minimamente remediada e que esteja, agora, graças ao golpe, mergulhando num inferno sem fim e sem fundo. Ele preferirá morrer jurando que a culpa é de Lula, de Dilma e do PT. Está gravado nos dois únicos neurônios que ele possui, ambos com defeito de fabricação e sem possibilidade de reparo ou de substituição!
Exatamente. Mas cego que não quer enxergar a gente deixa na escuridão. Ainda bem que chutamos a bunda da anta...
Temos um cenário de aumento crescente do percentual da dívida pública sobre o PIB. Se o PT ganhar as eleições de 2018, de onde virão os recursos para aumentar o volume dos investimentos públicos? Aumento da dívida, novos impostos, inflação, alguma outra alternativa?
Em 2002 o cenário era o mesmo, e mesmo assim Lula conseguiu reerguer esse país. Tudo bem q 2003 foi um ano de crescimento baixo, o então novo governo estava colocando a casa em ordem, e a partir de 2004 a economia deslanchou. Como? Colocando o pobre na agenda. Sem cortes suicidas e austeridade q só corta no bolso do trabalhador.
Sem dúvida que houve uma quebra de paradigma a partir de 2002, já que a distribuição do bolo fez o bolo crescer, diferente da famosa frase de Delfim Netto. Por outro lado, a dívida pública era bem menor. Aumento real de salário mínimo e mais programas de transferência de renda seria uma das propostas?
A crítica ao governo golpista é válida. Mas, no segundo governo Dilma, a debacle não foi muito menor. De 2014 para 2015, a redução foi brusca, de 36,6%. Uma pancada e tanta do governo legitimamente eleito e capitulado. De 2016 para 2017, uma redução um pouco maior, de 38,4%. Mas isso é de um governo ilegítimo e abertamente cretino. Portanto, não vejo grande diferença de rumo. Apenas uma formalidade.
Marco, temos que ver que, desde os protestos de 2013, que "não eram só pelos 20 centavos" (e agora vemos que não era MEEESMO), ficou difícil governar, com pautas-bomba e oposição terrorista, oportunista e "vandalista" no congresso. Assim fica difícil pra qualquer um governar e manter o crescimento.
Em 2013, parte da esquerda, a que foi enxotada pela arrogância petista, foi às ruas e não contou com o apoio dos arrogantes. É conversa fiadíssima dizer que só a direita foi às ruas de junho/13 em diante. Estive lá e, aqui no Rio de Janeiro, não houve, por parte das esquerdas escorraçadas, nenhum, repito, nenhum ato de hostilidade ao governo ou à Dilma. Sei que há uma tentativa sórdida de recontar essa história, mas foi isso o que de fato ocorreu. Como resposta, recebemos a violentíssima repressão patrocinada pelo governo capitulado petista: tiro, porrada e bomba; Garantia da Lei e da Ordem; espionagem; apoio ao Cabral etc. Ilude-se quem cai na conversa que mistura, abjetamente, os protestos da esquerda com os da direita. São inteiramente distintos. Se ficou difícil governar é porque não tem competência para tal. O Poder não é brincadeira. Se não tem coragem, disposição, habilidade, capacidade, o melhor é nem entrar na disputa. Todos os atuais governistas estavam abrigados sob os governos de então. Até, imaginem, o Geddel! Portanto, meu caro, essa ladainha não me comove. É puro chororô. Conta outra!
Eu entendo que o PT não queira fazer autocrítica em público como de forma desastrada o PSDB fez em seu programa político. Faz parte do jogo. Mas me preocupa essa responsabilização única e exclusiva dos golpistas (que estavam no seio do próprio governo) por tudo de ruim que está acontecendo. Isso pode ser do jogo também, mas o mundo e o país não são mais os mesmos de quinze anos atrás, e eu sinceramente espero que o pensamento petista possa refletir sobre isto e propostas atualizadas sejam postas à mesa para as eleições de 2018.
Exatamente. Não fazem a autocrítica jamais. O resultado disso é óbvio: pensam que estão certos e estão fadados a repetir o erro. Já demonstraram inúmeras, incansáveis, incontáveis vezes que são ineptos para o poder. Espantaram, enxotaram, rejeitaram, expulsaram, afastaram, baniram alguns de seus melhores, mais consequentes e mais confiáveis quadros. Admitiram, aceitaram, deram guarida a uma rebotalho de oportunistas, tanto no partido, quanto no governo e nos cargos de confiança da máquina do Estado. As escolhas para o MPF, a PF e o STF são provas indiscutíveis da estupidez e da inépcia. Não conseguem e não conseguirão nunca mais, se não revirem suas estúpidas e ilusória posições, assumir o comando do País em condições hegemônicas. Estão fadados a subalternidade. E ainda acham que a mera eleição do Lula terá o condão da tomada do poder. Ilusão! Sem o apoio popular para o enfrentamento de classe, que foi dispensado, rejeitado, preterido por 12 anos, pelos vínculos estabelecidos com os algozes profissionais, sem esse apoio, serão apeados rapidamente do poder. Certamente, não farão a reforma dos meios de comunicação. Portanto, não devemos cair na ilusão salvacionista de um governo Lula, que, muito provavelmente, seria ainda mais lacaio do capital. Chega de ilusão! Chega de inépcia política! Chega de covardia!
Aceita que dói menos. Temer > Dilma!