Excetuado o “Estadão”, a imprensa brasileira não dá quase atenção a Adilson Primo, presidente da Siemens brasileira.
Primo é um homem ousado e “duro na queda”.
Durante 11 anos presidiu a empresa e, consequentemente, era o grande responsável pelos contratos com o governo paulista.
Ao ser demitido por manter uma conta obscura com seis milhões de Euros numa agência do Banco Itaú em Luxemburgo, Primo pulou.
Entrou na Justiça do Trabalho tentando reverter o caráter de “justa causa” que teve sua demissão. Ou para mostrar à empresa e os parceiros de negócios que era de briga e que não ia aceitar ser deixado na beira da estrada.
Fez “tic-tac” para todos ouvirem que era uma bomba.
Queria ser indenizado não apenas sobre o salário de R$ 181 mil mensais que recebia, mas também pela Participação nos Lucros e Resultados, que o dobrava uma vez por ano, pelo carro e pelo motorista que tinha à disposição.
Com um cinismo espantoso, requereu “gratuidade de Justiça”, alegando que não podia arcar com as despesas do processo sem prejudicar o sustento próprio e de sua família.
Ao mesmo tempo, abria com a mulher Thalita uma empresa de participações que, em dois meses, elevaria seu capital a R$ 14 milhões.
A sentença da ação, onde se registra o “esquecimento” de Primo sobre a conta secreta está aí abaixo, obtida pelo Estadão. É só verificar o que digo.
Primo não era um homem desconectado das cúpulas empresariais de São Paulo. Integrava os conselhos da Embraer e da Natura. Foi, vejam só, diretor do Movimento Brasil Competitivo.
E, claro, também do movimento “São Paulo cartelizada”.
Primo é um homem-bomba.
Nossa imprensa, é claro, por isso, não quer nem chegar perto dele.
View Comments (16)
Imprensa seletiva.
Imprensa seletiva.
Imprensa seletiva.
O Estadão é surpreendente, mas apenas porque acredita. O Estadão, ao contrário da Folha que há muito não acredita no que ela mesma publica, acredita. o Estadão acredita em suas teses conservadoras, por isso é considerado um dinossauro pelos colegas, e por isso mesmo ainda tem apetite pelo verdadeoiro jornalismo. Vai fundo, Estadão.
Imprensa seletiva.
Imprensa seletiva.
Não dá pra não rir e muito!
ACABOU!
Destruíram a hipocrisia da canalha que está criticando e tentando destruir Dirceu, mesmo preso.
Como estou me divertindo!
Documentos obtidos com exclusividade pelo 247 mostram que dias atrás, mais precisamente em 20 de novembro, o Grupo Abril consolidou em última instância a venda das operações da TVA em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba – três das principais praças comerciais do Brasil – para nenhuma menos que a Truston International Inc.
Trata-se, a Truston, da controladora da Compor Communications Holding Ltda., empresa norte-americana que tem como única acionista a própria Truston. Fácil de entender, não tão simples de rastrear nos meandros das legislação nacionais (Brasil, EUA e Panamá), internacionais e acordos comerciais multilaterais e bilaterais. Um novelo.
A um tanto complexa conexão é importante politicamente, mas, do ponto de vista comercial, não parece ter problemas. Afinal, contou com a aprovação, no dia 20, depois de três anos de processo correndo, do Cade.
A Compor é a mesma companhia que foi apontada, em rede nacional, na noite da terça-feira 3, no Jornal Nacional, da Rede Globo, como contratante do auxiliar José Euguenio Silva Ritter. Cidadão panamenho, ele seria o ‘laranja’ que tornou-se proprietário do hotel Saint Peter, em Brasília. Sem provas contra a participação de Dirceu numa insinuada triangulação, a Globo associou os personagens para carregar no ar de suspeita contra Dirceu.
O hotel, como se sabe, convidou o ex-ministro José Dirceu para trabalhar em suas instalações.
A um tanto complexa conexão é importante politicamente, mas, do ponto de vista comercial, não parece ter problemas. Afinal, contou com a aprovação, no dia 20, depois de três anos de processo correndo, do Cade.
Para que se entadam as implicações da venda da TVA, o que se tem é uma forte suspeita de o Grupo Abril lançou mão de uma empresa que usa ‘laranjas’ para fazer seus negócios. Ao menos, foi assim que Silva Ritter, que trabalha para a Compor, no Panamá – por sua vez controlada “por um único acionista, a Transpor” – foi apresentado no Jornal Nacional de ontem. Sendo assim, a Compor, de Ritter, pode ser vista, por meio de seu “único” acionista controlador, a Trasnpor, como a companhia que adquiriu, do Grupo Abril, o filé mignon da TVA.
Na política, a crítica de que o ex-presidente do PT José Dirceu tivera um convite para trabalhar vindo de uma empresa nacional – o hotel Saint Peter – controlada por um ‘laranja’ estrangeiro pode se espalhar. Na mesma medida, chega ao maior grupo editorial do País, numa operação de compra e venda obscura de muito maior vulto.
Na edição de terça-feira 3, o Jornal Nacional mostrou que José Eugênio Silva Ritter mora num bairro pobre do Panamá, onde trabalha como auxiliar de escritório numa empresa de advocacia, a Morgan y Morgan, há mais de 30 anos. Ele disse ter ciência de que seu nome está envolvido em diversas empresas no mundo todo.
“Trabalho na Morgan y Morgan e eles se dedicam a isso”, disse. Apesar de ter a clara intenção de implicar o ex-ministro José Dirceu, contratado pelo hotel, a reportagem não traz nenhuma acusação direta contra ele (leia mais aqui).
Em texto postado no endereço veja.com. o blogueiro Reinaldo Azevedo procurou fazer pressão para o STF não conceder direito ao trabalho no Saint Peter a José Dirceu. A prevalecer a posição dele, de bloqueio a brasileiros em empresas controladas por companhias off-shore no Panamá, como fica Azevedo em relação ao Grupo Abril e sua conexão TVA?
A mídia corporativa morre de inanição nos últimos tempos. Está profundamente doente, deve ser depressão por não querer encarar a realidade. Não informa mais, envenenada, envenena o espírito de seus leitores, espectadores e ouvintes. Perde peso por causa da ausência de credibilidade, alimento saudável da informação. Ninguém mais acredita nas virtudes das oposições, ninguém vai esquecer a cocaína órfã abandonada pelos pais no helicóptero. A cocaína deveria ser batizada para não sumir impura ou ser levada por irresponsáveis tutores. Deveria, pelo peso cruel de sua realidade, chamar-se INFÂMIA.
Nossa imprensa golpista (televisões e jornalões e as revistas manipuladoras que atuam em função da oposição e não do jornalismo, do interesse público) não quer que o ex-presidente da Siemens diga tudo o que sabe, mas espera-se que o Ministério Público queira, que a justiça brasileira não se submeta à Globo.
Imprensa seletiva.