Por que você não lê mais nada sobre a Síria? Porque o Isis perdeu…

A mídia, sempre tão farta em notícias sobre o poderio do selvagem Exército Islâmico, quase não publica mais nada sobre a guerra na Síria, um dos maiores desastres humanitários deste novo século.

O motivo? É que o governo de Bashar Al Assad, assim como o governo iraquiano, estão reconstituindo aquilo que as guerras norte-americanas e a subversão financiadas pelos EUA e pela Arábia Saudita não conseguindo destruir  totalmente: os estados nacionais da Síria e do Iraque. Talvez não com a mesma extensão que tinham, porque parece inevitável o surgimento de um estado curdo, ao norte, onde a maior resistência a isso é a Turquia.

Provisoriamente a Síria de Assad termina no Rio Eufrates onde, à exceção de uma “cabeça de ponte” na cidade de Deir  Ez-Zor, a região Nordeste dos dois países é controlada pelas Forças Democráticas da Síria (SDF), uma aliança de milícias curdas e árabes, com apoio dos EUA. Uma situação instável, porque a principal força curda é o PKK, Partido Comunista do Curdistão.

O mapa aí em cima mostra como, de 20% do território, hoje o governo Assad passou a controlar 70% ou mais das áreas do país.

Os ativistas do EI que matam dezenas de pessoas em atentados na Europa merecem muito mais atenção dos que os milicianos da organização que matam dezenas de milhares e expulsam milhões das áreas da Síria e Iraque.

É aquela velha história de que as “vidas ocidentais” valem mais que as ” vidas orientais “.

A agência Reuters abriu hoje uma exceção no silêncio para comunicar que o Exército Islâmico perdeu sua última cidade na Síria:

“A última fortaleza de Daesh (estado islâmico), Albu Kamal, está livre da organização Daesh”, disse o comandante na aliança militar que apoia o presidente sírio, Bashar al-Assad.
O Estado islâmico tem sido destruído ao longo dos últimos dois anos. No auge de seu poder em 2015, governou uma extensão do Iraque e da Síria, erradicando a fronteira, imprimindo dinheiro, impondo leis draconianas e planejando ataques em todo o mundo.
Na quarta-feira, após um avanço de um mês de duração através da Síria central e oriental, o exército sírio e as milícias xiitas aliadas cercaram e atacaram Albu Kamal.
O Hezbollah foi “o fundamento na batalha de Albu Kamal”, disse o comandante, acrescentando que centenas das forças de elite do grupo xiita apoiado pelo Irã participaram da batalha”.

Faltou lembrar que há outro grande vencedor na geopolítica internacional: Vladimir Putin, que recolocou a Rússia no tabuleiro do Oriente Médio

 

Fernando Brito:

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  • Perfeito! Vladmir Putin, esse , sim o grande vencedor, meu caro Brito... f

  • Boa noite,

    a vitória graças ao U.S( mas isso é piada), pois os pilantras não teve coragem de por força terrestre! A vitória mais uma vez dos comunistas igual na segunda guerra, mas a propaganda só mostra a vitória camuflada do U.S.

  • Quando alguem cai ou tropeça nos EUA é um verdadeiro deus nos acuda e quando tem um atentado nos países africanos com dezenas e até centenas de mortos, É´UMA ANOMALIA DO COMPORTAMENTO HUMANO. O velho ditado: pimenta nos olhos dos outros é refresco. A imprensa IMPRENSA O ASSUNTO. É que na´África não tem Roliúde.

  • O assunto da matéria é a geopolitica siria mas o aloprado acima prefere falar mal de LULA e da sua familia. Um dia esses canalhas, idiotas e capachidos receberão um tiro no meio da testa, para aprenderem a respeitar pessoas...

  • Tem mais um novo conflito sendo gerado.
    Em uma declaração televisionada da Arábia Saudita, O primeiro ministro libanês que tem cidadania dupla (saudita e libanesa) anunciou sua demissão, citando o excesso de extensão político do Irã e do Hezbollah na região do Oriente Médio. O Irã rejeitou veementemente as declarações do primeiro ministro e chamou sua demissão de parte de uma trama dos Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita para aumentar as tensões do Oriente Médio.
    E ainda tem as prisões ocorrida na Arábia saudita que remete a uma briga feroz por poder dentro da Casa de Saud. A desculpa usada foi a corrupção. Prenderam uma porção de figuras bilionárias em um hotel 5 estrelas.

    • Sinceramente? Não acredito que a Arábia Saudita vá realmente entrar em guerra frontal e total contra o Líbano (na realidade contra Hezbollah e Irã). Os EUA e União Europeia provavelmente não apoiarão e a AS sozinha não consegue derrotar nem os houthis no Iêmen, muito emnos uma força aguerrida e experimentada em combate como O Hezbollah.

      Israel? Ora, mais uma vez ficará na espreita para ver se recolhe algum despojo de guerra, como país abutre que nunca deixou de ser...

    • As atitudes anti-Hezbollah não gerarão nada de concreto, militarmente falando. São apenas retaliações de propaganda que pretendem deslustrar o quanto possam as vitórias do Hezbollah (que já se mostrou capaz de derrotar indubitavelmente o próprio Israel) no teatro de guerra. O que os sauditas fariam para ajudar os jihadistas na Síria já fizeram. E os acontecimentos reformistas na Casa de Saud, parecem ter sido inspirados diretamente pelo presidente Trump, que teve recentemente encontros demorados com o Príncipe Herdeiro, e que ao que tudo indica está tendo sucesso em desmontar a antiga política belicista pregada pelos neocons de Hilary Clinton. Trump já falou expressamente sobre isso e deu a entender de diversas maneiras que quer realmente acabar com a violência jihadista no Oriente Médio, e apesar da fúria dos falcões contra ele, talvez venha a conseguir.

  • Em tempo, soube hoje que a Síria assinou o Tratado Climático.

    Junto aos EUA, era o único país que não tinha assinado, neste caso, pelas razões óbvias da guerra civil.

  • Tem outro lugar em que as trombetas do apocalipse estão silenciosas: a VENEZUELA.
    E aí Clóvis "Gagá' Rossi, a fraude nas eleições venezuelanas anunciadas e garantidas por ti na Folha ditabranda, no dia seguinte a divulgação dos resultados, aconteceram ou você mais uma vez vomitou desinformando besteiras?

  • Assim como os EUA infiltraram mercenários terroristas na Síria e chamaram o caos que produziram de "guerra civil", agora deram os primeiros passos para fazer o mesmo com a Venezuela através da fronteira brasileira por onde infiltrarão mercenários latino-americanos para promover o caos no país seguido de uma invasão externa. O Grande Satã não aprende. Vai se dar mal novamente, aliás os EUA não colheram uma única vitória militar após a 2ª Guerra Mundial na qual só entraram quando o Exército Vermelho já tinha virado o jogo em Stalingrado. Invasões de países indefesos como Granada, Iraque, Afeganistão, Iêmen (através da Arábia Saudita), "bombardeio humanitário" da Líbia, bombardeio de Belgrado para dividir a Iugoslávia, drones contra civis, etc. não podem ser consideradas como êxitos militares e sim simples ato de roubo de riquezas ou covardia pura e simples.

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