Nem tanto pelo número – abaixo das expectativas em pesquisa entre instituições financeira feita pela Reuters, que eram de crescimento de 9,0% do PIB – mas pela desaceleração da recuperação da economia, depois da pior fase dos reflexos da pandemia, o aparente “pibão” de 7,7% de crescimento no terceiro trimestre de 2020 é preocupante.
É que os agentes econômicos, majoritariamente, consideram que, a partir de setembro, estão caindo os sinais de reaquecimento da economia e que dezembro, praticamente sem auxílio emergencial, sem 13° dos aposentados (antecipado no primeiro semestre) e com o recrudescimento da pandemia influenciando negativamente no setor de serviços às famílias (notadamente em turismo, hospedagem e alimentação) o último mês do ano não vai ter bom desempenho, levando para baixo o resultado do trimestre.
Comparado à recuperação do PIB em geral (de uma queda de 9,6% para uma alta de 7,7%), o consumo das famílias recuperou-se bem menos, saindo de um poço de – 11,3% no 2° tri para uma alta de 7,6%. Há muito pessimismo sobre se ele crescerá outra vez no 4° trimestre. E este item responde por nada menos que 70% do cálculo do PIB.
A taxa de investimentos, que é a atividade econômica “de amanhã” também continuou em queda e isso projeta menos crescimento em 2021.
Como o Governo se serviu do resultado do PIB para dizer que vai mesmo abolir todos os auxílios à população de baixa renda e “desarmar o escudo de políticas sociais” , o panorama para o início de 2021 é sombrio.