Mostra a Folha que, ontem, diante dos deputados do DEM, Jair Bolsonaro explicitou o que, para ele, deverá ser o futuro do trabalhador brasileiro.
“… sei que (o regime de relações de trabalho) está engessado o artigo sétimo [da Constituição], mas tem que se aproximar da informalidade”.
O artigo sétimo, para quem não lembra, lista o que são “direitos dos trabalhadores urbanos e rurais”, esta “aberração” que, desde 1930, comunistas como Getúlio Vargas vêm impondo ao oprimido patronato brasileiro.
Chegamos ao absurdo, conforme Bolsonaro, de um empresário não poder chantagear seus funcionários com a perda do emprego, para que votem em um determinado candidato. Ele, naturalmente.
“Luciano Hang da Havan, de Santa Catarina, está com uma multa de 100 milhões de reais porque ele teria aliciado, obrigado os funcionários a votar em mim”, diz, em tom crítico.
No lugar da fiscalização, o ex-capitão sugere “fiscais amigos do empresário”, na qual “tenha fiscalização, sim, mas nós queremos que chegue no órgão fiscalizado e a pessoa seja atendida como amiga”.
Para isso, sugere que termine a independência do Ministério Público do Trabalho, onde “cada um [dos procuradores] faz o que bem entende” e, assim, a fiscalização só se dê sobre quem “o chefe” autorizar. Luciano Hang, por exemplo, nem pensar.
O trágico é que isso é dito pouco mais de um ano depois de uma imensa e inédita mutilação das leis trabalhistas, feitas por Michel Temer, que foi aos limites – e muitas vezes passou deles – da abolição de direitos.
Quem sabe Jair Bolsonaro possa “flexibilizar” estes direitos fazendo coisas semelhantes ao que se fazia no gabinete do seu filho, Flávio? O trabalhador teria direito a permanecer no emprego desde que desse uma “caixinha” para alguém designado para recolhê-la, como Fabrício Queiroz.
Sabe como é, é melhor um emprego só com uma parte do salário do que nenhum emprego, não é?
Quem não quiser isso pode escolher: pode ser camelô – não esqueça da caixinha do “rapa” -, biscateiro, pedinte e outras variantes do subemprego ou “trabalhar por conta própria” o que, não raro, é o famoso “bico”.
O que já é a realidade para quase dois terços dos trabalhadores brasileiros.
A informalidade que o ex-capitão deseja – claro que não para todos, porque não haveria oficiais militares free-lance – não é um projeto, é um fato e deste fato é que derivam a crise da Previdência, a insegurança do brasileiro, a atrofia do consumo e do crédito.
O país de Bolsonaro é um país de biscateiros, onde só os trabalhadores de alta qualificação terão direito a alguma garantia. Ao resto, o mínimo possível e, não fosse o “maldito” Artigo Sétimo da Constituição, a escravidão.
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Prenderam um homem que xingou o Bolsonaro nas redes sociais durante a campanha política. E que xingou também o Mourão. Prenderam-no por incitar a subversão da ordem pública, e ele poderá pegar 4 anos de prisão. Outros 15 milhões de brasileiros que fizeram o mesmo devem se preparar para receber os homens de preto do regime bolsonariano. Os milhões que xingaram Lula e Haddad deverão receber uma medalha pelo correio.
Nada está tão ruim que não possa piorar...
"Que saudade hein Jair?!
Daquele tempo em que vc xingava sem reservas, ameaçava mulheres, defendia
torturas, atacava negros, gays, indios... e nada acontecia.
Tá bom... acontecia sim, uma frágil indignação da platéia que vc amava
indignar.
Saudade do tempo em que vc era o escroto folclórico, o insano inconsequente, o
raivoso brincalhão e o mito para os iguais. Você era o mito!!
Saudade do tempo em que vc pedia impeachment aos berros e com isso se sentia
dono do mundo, o inatingível, o guerreiro sedento por guerra.
Do tempo em que era o discípulo homenageando o herói torturador e assim
ganhava, no máximo, matérias assustadas. E vc amava assustar.
Saudade do tempo em que vc, do baixo clero, podia ser o ladrão invisível, o
corrupto disfarçado, a reserva imoral, a mentira deslavada. E nada acontecia.
Ah quanta saudade, hein Jair!!
Saudade do tempo em que podia roubar sem ninguém ver, empregar fantasmas ao bel
prazer e distribuir dinheiro público com a família sem ninguém perceber. Vc era
a insignificância produtiva.
Saudade do início do estrelato. Saudade dos gestos de armas. Saudade de ser
carregado. Saudade de provocar petistas, ciristas, comunistas, socialistas e
até capitalistas. Sim, vc já foi nacionalista, embora não conseguisse cantar o
Hino Nacional.
Saudade, saudade de honrar a bandeira americana e receber tapinhas de "meu
querido escravo".
E faz tão pouco tempo, não é?
Agora vc olha pro lado e vê uma traira. Olha pra trás e vê uma arma
engatilhada. Olha pra frente e vê o precipício.
Agora vc está diplomado presidente do maior país da América Latina. Um gigante
que enxerga vc como a formiga miuda e vc olha pro gigante como uma célula
intestinal.
Agora vc nem tem mais família. A familia Bolsonaro virou sinônimo de falcatrua.
Então, Jair, isola a família.
Sua família oficial vai vigiar seus passos com chicotes de 4 ou 5 estrelas. Sua
família oficial vai massacrar seus dias e noites com tarefas oficiais que vc
odeia, odeia, odeia.
Trabalhar, Jair, nunca foi seu forte.
Agora vc vê os filhos fugirem das redes com medo do povo. Agora vc tem medo até
do seu povo. E medo de abrir a boca, quem diria, vc que era um boquirroto
incansável.
Seu silêncio durante o Hino Nacional foi esse medo da boca, não foi Jair? Abrir
a boca é um perigo, disseram a vc. E vc tem saudade até disso, bons tempos da
boca aberta sem medo da lingua.
E comer porcarias? Nunca mais, Jair. Beber água, tomar suco de caixa, uma
pinga, nunca mais.
Porque seu medo chegou à comida. E comida é boca!
Vc precisa de provadores. Vc precisa de seguranças, 12 mil. Vc precisa de
vigilantes, vc precisa de sono. Vc precisa sumir. Dá vontade de sumir, não dá
Jair?
E pensar que tudo o que vc queria era brincar de super herói."
Aa - Arthur Andrade
Coitado, era feliz e não sabia
Posso reproduzir no meu Facebook ?
Sacada genial!
E não são poucos os futuros biscateiros que votaram nesse pulha!
Aliás, não somente votaram nele como continuam defendendo comportamentos e atos desse abjeto canalha travestido em Presidente da República. "Argumentam" que, realmente, o desemprego vai diminuir, o emprego vai aumentar (aliás, junto com o salário!) e que, finalmente, o Brasil vai ser uma soma de Japão com Noruega em tudo o que enxergam de grandioso e sem nenhuma de suas possíveis falhas.
Bolsofarsa, juram, vai construir a utopia brasileira. Obcecados, não conseguem entender que ele e sua trupe somente aprofundam o inferno distópico criado pela criminosa Lava Jato e pelo impeachment fraudulento.
Quando finalmente se derem conta da asneira, já será tarde demais. E, mesmo assim, haverá entre eles quem jure que estamos a caminho do Paraíso!
Bolsonaro pregou claramente pelo fim das procuradorias. Tem de haver fiscalização, ele diz que sim, mas as procuradorias, "pelo amor de Deus", são demais! As fiscalizações deveriam ser feitas pelo Superministério da Polícia e da Justiça, a cargo do Moro. O executivo bolsonariano pensa que tem estômago largo o suficiente para tentar engolir não apenas o poder legislativo, mas também o judiciário. Isso faz lembrar o que falam do Presidente Costa e Silva, que também não conhecia muito sobre o que é governança. Mas Costa e Silva, pelo menos, fez um alentado "Curso de Presidente da República" com o economista Reis Veloso, e admitiu isso em plena entrevista televisiva dada ao sarcástico Stanislaw Ponte Preta.
Prenderam um homem que xingou o Bolsonaro nas redes sociais durante a campanha política. E que xingou também o Mourão. Prenderam-no por incitar a "subversão da ordem pública", e ele poderá pegar 4 anos de prisão. Outros 15 milhões de brasileiros que fizeram o mesmo devem se preparar para receber os homens de preto do regime bolsonariano. Os milhões que xingaram Lula e Haddad deverão receber uma medalha pelo correio.
É o que chamo de "democracia fascista!:
Se for o cara preso hj na verdade ele tava com um oitao fazendo ameaças.
Mas vejo sim no futuro eles dando batida na casa de quem fala mas nas redes...
A gente enfrenta esses caras desde 1922', diz Bolsonaro sobre partidos de esquerda. Enfrenta? Coragem da porra. Prende Lula numa farsa judicial, impede de dar ate entrevista e não vai a um debate com Haddad. Muito corajoso esse Bolsonaro. Sem falar em esconder o motorista até agora.
Todos os dias me pergunto. Será que o povo brasileiro é tão burro a ponto de ter votado nessa coisa?
Agora mesmo é que brasileiro trabalhador, por mais qualificado, terá que amargar desventuras de toda sorte. E, pra variar, os rentistas, banqueiros poucos, mas donos de parte maior do bolo, sem trabalhar, só sentado em casa com a boca arreganhada cheia de dentes, viverão dia com maiores prazeres de suas vidas. Juntem-se a eles os empresários, e qualquer dono de uma biboca, que podem fazer o que lhes der na cabeça para contratar ou mandar embora qualquer um que não se encaixe bem nas contabilidade.
"É difícil ser empresário no Brasil". Concordo. Com exceção dos que vivem às custas do setor financeiro. No caso... a famosa caixinha. Extorsão de funcionários?