Vou transcrever aqui o artigo 72 da Constituição Venezuelana:
Artículo 72. Todos los cargos y magistraturas de elección popular son revocables.
Transcurrida la mitad del período para el cual fue elegido el funcionario o funcionaria, un número no menor del veinte por ciento de los electores o electoras inscritos en la correspondiente circunscripción podrá solicitar la convocatoria de un referendo para revocar su mandato.
É duvidoso – ao menos que eu saiba – que exista algum outro país onde a população possa colocar para fora, pelo voto, um governante que ela própria elegeu.
Basta que 20% dos eleitores assinem uma petição neste sentido.
Vale para todos os níveis, de vereador a Presidente da República.
Ao contrário do que a imprensa brasileira faz crer, não se está pretendendo depor um ditador, alguém que tenha chegado ao poder sem legitimidade.
A eleição de Maduro, embora apertada, foi certificada por observadores eleitorais do mundo todo – inclusive dos EUA, como Jimmy Carter – e teve até o que seria impossível no Brasil: a recontagem dos votos físicos, porque a urna eletrônica deles tem esse registro material, que a nossa não tem.
O referendo revogatório, como é conhecido por lá este mecanismo, foi introduzido na Constituição por Hugo Chávez depois do golpe frustrado com que se o tentou derrubar, em 2002.
Foi como se dissesse: se querem me derrubar, que seja pelo voto.
Chávez morreu poucos meses após ser reeleito.
Maduro, seu vice, submeteu-se a uma nova eleição, a seguir.
Pode-se, desde já, começar a colher assinaturas para a convocação de um plebiscito para, democraticamente, depô-lo do poder, na metade de seu mandato.
Em 2005, colheram-se as assinaturas, houve o referendo e Chávez o venceu.
Não conheço outra democracia onde se possa tanto.
Mas escolheu-se o caminho da violência, e não se pode esperar que a maioria que elegeu Chávez e depois Maduro aceite, no grito, a revogação do voto da maioria dos venenezuelanos.
Mas a nossa mídia nunca fala nos instrumentos democráticos que tem a Venezuela, muito maiores que os nossos até, quando se trata de derrubar governos, o que não existe aqui e em parte alguma do mundo.
E que a oposição não quer usar.
Talvez por isso se explique o que está acontecendo por lá, com a mídia, que foi a promotora e a arma do golpe de 2002 e foi posta, com legislação e decisões judiciais legitima, dentro de regras.
Todo o resto é propaganda, que não pode responder a uma pergunta simples e direta: se a maioria dos venezuelanos não quer Maduro, porque a oposição não quer seguir as regras do referendo revogatório?
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Porque a oposição é golpista
Caro Fernando:
Parabéns por cobrir esse assunto tão importante para nós brasileiros, mas apresentado distorcido de forma vil pela mídia corporativa. O que se passa na Venezuela mostra com toda nitidez o tipo de "democracia" que essa elite corporatocrata vassala da Companhia das Índias Angloamericanas pretende impor à sociedade. Apesar de lá, como aqui, poderem se fartar de ganhar dinheiro com todas as possibilidades que o generoso regime lhe oferece, isso não lhes é bastante. Primeiro porque não abrem mão do "direito" que conferem a si de poder espezinhar o povo sofrido o quanto lhes aprouver. Segundo porque são robôs teleguiados da Companhia, e se esta lhes exige que desmantelem as instituições de seu próprio país para que ela possa lhe roubar os recursos que bem desejar, então obedecerão à ordem de sua divindade cegamente, visto que além da arrogância e da infinita ganância individual só conseguem ouvir a voz suprema de comando da Companhia.
A propósito, extremamente oportuno rever o ótimo filme de John Perkins, "War on Democracy" ("Guerra à Democracia"):
http://www.youtube.com/watch?v=oeHzc1h8k7o
Corrigindo: John Pilger.
Isso ocorre porque O GOLPISMO,SEMPRE VOLTA AO LOCAL DO CRIME!
Um pais onde nada dá certo...
Só pode ser o inferno...
E lá um golpe é coisa boa..
Dá para ver a alegria dos
ANCORAS...mais para POITA.
No Jornal da Record New desta noite, apresentado pelo Herodoto Barbeiro, teve uma boa entrevista sobre a Venezuela com um professor da UFABC. Vale a pena conferir pra entender de forma bem didática as causas dos protestos. É velha e boa elite brigando pelos "direitos" perdidos. Não conseguem aceitar uma melhor distribuição do bolo (renda da exploração do petróleo).
É incrível a cobertura dos acontecimentos da Venezuela pela imprensa brasileira. Mente-se mais do que a oposição venezuelana gostaria que mentissem. Quanto às notícias da Ucrania também, e da Rússia também, ressuscitando no ocidente uma espécie de nova guerra fria. O conjunto feminino Pussy Riot, por exemplo, que foi condenado a dois anos de prisão por fazer uma performance numa catedral russa, escandalizando os crentes por mostrar despudoradamente os seios em lugar sagrado, uma agressão imperdoável em país conservador como a Rússia, no ocidente só se fala que foi condenado por "criticar o Putin", sem falar na catedral. É clara tentativa de distorcer os fatos. E apenas obedece a uma linha de informações internacionalmente aceita, como se uma posição oficial de uma espécie de comando geral do planeta fizesse rigorosa censura prévia e ditasse regras ideológicas para que as notícias devam ser veiculadas. A imprensa do Brasil está entre as mais obedientes do mundo às recomendações deste suposto comando central. Ás vezes muito mais realista que o rei.
Ontem, no “entre caspas”, o professor Igor Fuser impediu que se repetissem as inverdades sobre a Venezuela sem nenhum contraponto. O professor Jose Augusto Guilhon, um dos muitos convidados “arroz de festa” do jornalismo de oposição da emissora, bem que tentou, mas ficou sem saber o que dizer quando o que a emissora esconde dos telespectadores é dito com todas as letras. Fica cada vez mais evidente a importância de se ter um jornalismo de verdade para a formação da opinião pública.
Não tem nada de golpe. O Leopoldo está tentando salvar a Venezuela. O país está destruído. Vive com blecautes (lembra o Brasil, né?), falta até papel higiênico, até isso falta! Na boa, não há golpe, há tentativa para salvar um país e o seu povo.
Um alienado... Se lembra o Brasil, então é golpe mesmo. Agora, apagão mesmo foi no tempo de FHC.
Luis, você é um gozador ou um analfabeto funcional. não entendeu como as coisas funcionam na Venezuela? está tão bem explicado no texto cara. você tem certeza que promover o terror, quebra-quebra, incêndios e mortes tem alguma coisa a ver com salvação?
se o golpe é para salvar a Venezuela, então a situação do brasil é mole... é só deixar o país mal como supostamente a Venezuela está. aí chamam os EUA para "salvar" o país. pronto. não precisamos de democracia. é só deixar eles nos colonizarem. a espionagem dos EUA foi confirmada. agora é só esperar eles resolverem invadir o Brasil, acabar com país, matar qualquer um que entre em seu caminho quando eles vierem buscar o querem aqui. teremos sorte se não tivermos o mesmo fim de hiroshima e nagasaki. quantos civis inocentes morreram lá? eu não me lembro. foram bombas atomicas, né? qual foi o motivo de jogarem bombas lá, mesmo? não me lembro...
Pelo menos na época do FHC tinha papel higiênico!
SR. Luis, racionamento de energia foi o famigerado FHC o responsável e o seu ultra competente ministro de minas e energia José Jorge, premiado pela sua competência com o cargo de conselheiro do TCU depois de ter causado prejuízos na casa dos bilhões ao país.Blecaute em qualquer país existe.
Luis Felipe, pra limpar as ca--das do seu ídolo FHC, todo o papel higiênico do mundo seria pouco..........voce leu a matéria e não entendeu ou é mal intencionado mesmo????
Esse é alienadão e leitor de VEJA mesmo!! kkkkkkkkkkkkkk
... mas não o bastante para limpar a bosta do seu governo anti-povo e desnacionalizante.
E haja pape higienico...kkkk..Brincadeira desse luis, so po ser,, rsrs
O luizinho malvadesa ja que estas ahi na corneta da uma olhadinha na borda do blog e ve teu rei abrasssadinho no chaves e no fidel