Não é o Lula. Não é o Alexandre de Morais, nem o Luiz Roberto Barroso. Não são os comunistas, os petralhas, nem os gays, muito menos os globalistas.
Os adversários que mais ameaçam Jair Bolsonaro são a luz, o botijão de gás, o óleo de soja, o macarrão, o frango, o acém.
Para os brasileiros que Bolsonaro não vê e despreza, 7,62 está mais para etiqueta do feijão que para calibre de fuzil.
Dados de agora cedo do IBGE – aquele que Paulo Guedes diz estar na “Idade da Pedra – mantém os desempregados em 14,4 milhões de pessoas, 1,7 milhão a mais que no trimestre abril-maio-junho de 2020, quando a pandemia parou metade do Brasil.
E quem consegue trabalho, ganha menos. O rendimento médio mensal caiu 6,6% em valores reais, deflacionados, ante o que se registrava naquele trimestre.
O governo não tem nenhuma iniciativa contra isso, exceto a de dizer que “é culpa dos governadores”, o que não alivia a vergonha de, no caixa do mercado, tirar um, outro e mais outro produtos do carrinho para a conta caber no bolso cada vez menor.
“É a economia, estúpido”, a frase de James Carville, assessor de Bill Clinton, tem 30 anos e Jair Bolsonaro parece que não a entendeu.
Está às voltas com motos, grupos de policiais super-homens, cloroquinas e liberdade para comprar fuzis de R$ 12 mil e não vê que as calçadas se enchem de gente.