Presidente da Ucrânia, abatido, diz que foi “deixado sozinho”

O vídeo exibido pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy , na noite desta quinta feira, com um ar desolado e revelador de um iminente derrota, parece ser o retrato mais explícito do que se disse aqui, ontem, de que a Ucrânia serviu como “bucha de canhão” para uma provocação à Rússia que deu errado e que cobra seu preço com o desmantelamento daquele país.

Tudo na sua fala rescendia a derrota.

Proibir a saída do país de todos os homens entre 16 e 60 anos para que lutem é situação de desespero, até porque grande parte dos “voluntários por obrigação”, além de não terem treinamento para combater o exército profissional russo, é o mesmo que convocar desertores, que se entregarão ao primeiro matraquear da metralha.

Pior ainda, a confissão de Zelenskiy de que os ucranianos estão sozinhos foi patética:

“Fomos deixados sozinhos para defender nosso estado. Quem está pronto para lutar ao nosso lado? Eu não vejo ninguém. Quem está disposto a dar à Ucrânia uma garantia de adesão à Otan? Todo mundo tem medo.”

Pois é, o ser “bucha” é isso: colocar o próprio pescoço na faca para atender interesses alheios.

O vídeo de Zelenskiy, ao chegar às tropas em combate é um jato de água fria.

Admitir que comandos já estariam agindo na capital, Kiev, é admitir que a cidade mais importante do país está sujeita a ataques sem aviso. Aliás, o próprio comando das Forças Armadas da Ucrânia acredita que, daqui apouco, ao amanhecer por lá, haverá ofensivas pesadas dos russos sobre as principais cidades do país.

Putin vai acelerar a ofensiva, porque interessa a ele andar depressa com sua operação, para que não progridam as manifestações antiguerra.

Os países da Europa também ficarão felizes se o êxodo de ucranianos não dure semanas e que também não durem tanto as sanções que arrrebentam o fornecimento de gás e petróleo para o oeste do continente.

E a “bucha”, queimada, ficará a ver navios.

 

 

Fernando Brito:
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