E o espetáculo de horrores parece não ter limites.
Jair Bolsonaro, falando sobre o assassinato de Genivaldo de Jesus Santos, amenizou – “não é a primeira vez que acontece” – e converteu em simples “erro” – “Eles queriam matar? Eu acho que não. Lamento. Erraram? Erraram.” – o que foi um crime bárbaro e covarde contra um homem desarmado e algemado.
Apesar de dizer o contrário, Jair Bolsonaro “passou a mão na cabeça” dos criminosos e, na prática, acabou dando a quem age assim – pior, a quem tenha os meios para agir assim – a garantia de sua “compreensão”.
Quem sabe, até, mais adiante, um indulto como deu ao Brucutu que ameaçou surrar ministro do Supremo.
Teme-se, aliás, até o que a Justiça vá decidir, diante de um crime com claro dolo (“quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo”) e triplamente qualificado (uso de”recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa”; por “meio insidioso ou cruel” e ” se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício”), em apenas culposo, quem sabe “resolvido” com algumas cestas básicas.
Afinal, se a violência policial – e, neste caso, a mais brutal, envolvendo tortura e morte – tem a tolerância do próprio presidente da República, é claro que simples agentes se consideram cobertos pela autoridade suprema do país.
A conclusão é que o problema, afinal, foi apenas ter sido tudo gravado. Numa rodovia, à noite, não tem câmera…