‘Prévia sem fim’ dos tucanos acaba hoje. Acaba?

O PSDB, afinal, promete para hoje, às 20 h, o resultado de suas eleições internas, iniciadas no domingo passado e interrompida por problemas sem fim no aplicativo de votação pelo celular.

Há previsões para todos os gostos, embora a maioria delas tenda para antecipar um vitória de João Doria. Mas não creio que a disputa de fato termine: além de judicializada, ela vai continuar no campo da política.

Política eleitoral, se o vencedor for mesmo o governador paulista, cujas ambições são conhecidas de todos, ou política de bastidores no caso de triunfo de Eduardo Leite, cujas relações com Aécio Neves e a bancada bolsonarista do PSDB são desconhecidas por todos.

À beira do ringue, dispostos, conforme o caso, a dar primeiros socorros ou a jogar sal nas feridas, uma pequena multidão: Geraldo Alckmin, Sergio Moro, Jair Bolsonaro e, mais distantes, Ciro e Lula. Todos atentos aos movimentos dos quase 25% do eleitorado brasileiro que significam os 33 milhões de títulos eleitorais de São Paulo, perto de 10 milhões só na capital.

A peça-chave dest disputa, já se escreveu aqui, é Alckmin, que tem os seus próprios impasses, apesar de ser o mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto para o governo estadual.

Tem força eleitoral basicamente no interior, onde a máquina estadual, com Doria, não lhe dará trégua e poucas perspectivas de sair vitorioso na capital, se tiver de enfrentar dois candidatos de esquerda – Fernando Haddad e Guilherme Boulos. À direita, não tem as melhores relações com Moro ou Bolsonaro e, com qualquer um deles, adquirirá rejeição.

Pode ficar só e, mesmo bem votado, alijado de uma eleição nacionalmente polarizada.

Por isso, tem lá o seu sabor o prato que se vagamente oferece de disputar a vice-presidência.

Um cargo, aliás, para o qual chuchu é a melhor escolha.

 

Fernando Brito:
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