Prévias do PSDB dão a partida no jogo de alianças de 2022

A menos que já tenha desistido de uma candidatura presidencial e esteja deixando a indecisão como elemento da promoção pessoal que tanto aprecia, Sérgio Moro só deve anunciar seu destino político depois do dia 21 de novembro, quando ocorrerão as prévias do PSDB, momento essencial na organização da direita ex-bolsonarista.

Não pelo peso do PSDB, estropiado por brigas internas e esvaziado pelo “salve-se quem puder” de seus parlamentares, já em bancadas menores do que teve por décadas.

Mas por São Paulo.

Embora ainda improvável, uma derrota de João Dória mexe fortemente com o maior colégio eleitoral do país, 34 milhões de eleitores, quase um quarto do total brasileiro.

É óbvio que ele não se engajará na campanha de Eduardo Leite, se é que este manterá a candidatura e não negociar uma composição.

Mas pode, embora negue, ser candidato à reeleição, embora ainda o negue, e compor uma “dobradinha” com uma eventual candidatura Serio Moro, para enfrentar Geraldo Alckmin.

Uma composição com Moro no caso de o governador paulista sair vitorioso nas prévias também é possível, se a vaidade de ambos o permitir.

Geraldo Alckmin, ainda favorito na eleição estadual, tem problemas com o previsível apoio do PSD a Lula, seja no primeiro ou no segundo turno. Aderir ao bolsonarismo, o que é impossível a Dória, é alternativa pouco agradável para o ex-governador, mas não impossível.

Bollsonaro, até agora, insiste com a candidatura própria de Tarcísio de Freitas, que oscila no mesmo patamar da do até agora pupilo de Dória, em torno dos 5%.

A direita nunca esteve tão fracionada em São Paulo. Veremos se a esquerda consegue se unir, como parece, para impor-se, pela primeira vez em décadas, numa só candidatura.

Fernando Brito:
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