Previdência prova que Bolsonaro não sabe por onde vai, se vai e com quem vai

Jair Bolsonaro e Onyx Lorenzoni acabam de “jogar a toalha” na possibilidade de aprovar algo da reforma previdenciária ainda com este Congresso.

Natural, era mesmo impossível que isso acontecesse num Congresso em final de mandato e com uma taxa de renovação perto de 50%.

A única possibilidade de fazê-lo seria com a farta distribuição de botes salva-vidas para os mortos e lugares na ponte de comando para os vivos.

Não houve nenhum movimento neste sentido e ainda não há, faltando 50 dias para a posse do ex-capitão.

Houve, sim, no sentido inverso. Depois de cancelar os encontros com Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, Bolsonaro se saiu com uma de “cabo de esquadra”, atribuindo tudo a um mal-entendido. Note-se que o cancelamento foi na sexta-feira e o “mal-entendido” só foi percebido hoje.

A desculpa é hilária e patética, segundo declarou o presidente eleito ao G1: “Há um equívoco por parte da mídia de que eu teria cancelado duas audiências, com o Eunício e com o Rodrigo Maia. O que eu falei para a minha assessoria em Brasília é que queria visitar a Câmara e o Senado. O que é visitar a Câmara? É o plenário. Aí eles marcaram audiência. Não quero audiência. Por que? Eu falo com eles pelo telefone, eles falam comigo pelo telefone, não precisamos de audiência. Daí eles [assessoria] cancelaram. Pretendo andar pela Câmara – minha Casa – andar pelo Senado, apertar a mão de parlamentares. Houve apenas um mal entendido nessa questão de agenda com os presidentes das duas Casas”.

Bolsonaro não tem cacife para aprovar nada nesta legislatura e. pelo que está revelando, também não tem na que tomará posse um mês depois dele, em 1° de fevereiro.

Talvez a coisa piore com o mês que passará governando com medidas provisórias, dependendo das surpresas que trarão Paulo Guedes e Sérgio Moro.

Os nossos brilhantes teóricos da política preferem achar que o tal “presidencialismo de coalizão”, que Bolsonaro demonizou ao extremo em seu discurso, era simples fraqueza – ou safadeza – dos eleitos.

Não haverá governo viável com tuitadas e “lives” no facebook,  muito menos movido a tiradas polêmicas a la Trump, pela simples razão de que aqui, ao contrário dos EUA, não há partidos.

Bolsonaro oscila entre a estratégia óbvia de buscar alianças com um quadro político atônito com o resultados das eleições e a ideia obtusa de achar que vai governar com o apoio amorfo dos sentimentos que despertou no eleitorado.

Não sabe para onde vai, com quem vai e mesmo o que pretende, para além das bravatas,  o seu governo.

E, assim, não pode ir a lugar nenhum.

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30 respostas

    1. Antes fosse, mas não vamos nos enganar. Coiso-Moro é uma dupla que vem com uma força assustadora. Veja o que José Dirceu disse: “Bolsonaro tem apoio popular e vai durar”. Eu só discordo do “vai durar”, acho que explode até o meio do ano que vem.

      1. O apoio popular de Bolsonaro não tem chão. Quando é que alguém do povo vai entrar na universidade graças a programas de financiamento do ensino criados pelo Bolsonaro? Quando é que alguém vai acender a lâmpada da sala graças à política de universalização do uso da energia elétrica criada pelo Bolsonaro? Em pouco tempo o sentimento de que foi enganado tomará o povo que votou em Bolsonaro. E vai também levar para o monturo todos os pastores infiéis que mandaram seus rebanhos votarem nele.

      2. Se a situação tornar-se realmente problemática, acredito que Minion pai e Minions filhos serão publicamente execrados por seus oficiais-generais (com e sem farda), que rapidamente vão providenciar uma substituição da fachada para manter o edifício. Como aconteceu com Collor, cuja derrapagem terminou na eleição do príncipe dos sociólogos. Afinal, claramente quem manda no boteco não é o Minion-pai, ele é apenas balconista. E os donos não querem que haja explosões, isto criaria muita luz e os tiraria das sombras, onde gostam de estar e operar.

  1. Jair irá inaugurar um novo modelo de presidencialismo. Ao invés de presidencialismo de coalizão, teremos o de colisão.

  2. Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá. Essa frase encaixa perfeitamente para o new bolsonarista. Fizeram toda a perseguição ao Lula para evitar a volta do PT ao poder, mas tiveram que sujar as mãos de graxa ao lado de um fascista como Bolsonaro.
    Sério Moro, quem diria, acabou Bolsonarista.
    Diogo Mainardi, quem diria, acabou Bolsonarista.
    Marco Antonio Villa, quem diria, acabou Bolsonarista.
    ACM Neto, quem diria, acabou Bolsonarista
    Irmãos Marinho, quem diria, acabaram Bolsonaristas
    e por ai vai….

  3. O ex-capitão, hoje considerado “presidente eleito”, só atingiu essa condição devido ao golpe de Estado, que resultou numa eleição farsesca e fraudulenta, como até as areias das parais brasileiras já perceberam. O ex-capitão comete crimes há mais de 30 anos; recorde-se que ele foi convidado a deixar as fileiras do Exército porque praticou crimes: ele ameaçou explodir quartéis e planejou um atentado terrorista, visando explodir a adutora da CEDAE, que abastece o Rio de Janeiro. Isso não é opinião; está documentado em reportagem e foi objeto de IPM, em que o ex-militar foi condenado a 15 dias de prisão; depois o STM fez um acordo com ele, arranjando-lhe uma imerecida absolvição, mas com a condição de que ele fosse para a reserva. Isso ocorreu nos idos de 1987, quando o Bozo tinha cerca de 34 anos de idade. Como vereador e depois deputado, ele continuou a cometer crimes, como os de injúria, difamação, calúnia, apologia ao estupro, à perseguição, tortura e assassinato de opositores durante a ditadura. Já no período da campanha, em evento público no Acre, ele empunhou o tripé de uma câmera, simulando uma metralhadora, que segundo ele deveria ser usada para assassinar petistas e integrantes do MST. Os crimes eleitorais denunciados pela FSP no dia 18 de outubro (uso de caixa 2 e outras, subornos e outras corrupções, através de redes sociais, espalhando notícias falsas, injúrias, difamações e calúnias contra o candidato adversário, etc.) tudo isso parece ‘briguinha de criança’ frente a outros crimes mais graves já cometidos pelo ex-capitão, pela entourage dele e todo o séquito de descerebrados que, por meio do ódio, mentiras e desinformação, conseguiu arregimentar nos últimos anos.

    Quanto às declarações desencontradas, ditos e desditos, declarações e desmentidos, tudo isso faz parte da estratégia de guerra híbrida que a turma de Steve Bannon orientou os militares e a equipe de campanha fazer, para obter sucesso na eleição farsesca e fraudulenta. Mas esses marqueteiros, profissionais de TI e manipuladores de corações e mentes parecem ter se esquecido de que o período eleitoral terminou. A insistência e persistência nos discursos e atos de campanha deixam claro o completo vazio e o despreparo não só do capitão, mas do generalato que de fato já governa o Brasil pós-golpe. Constitui erro primário comparar Bozo com Donald Trump, já que este último, além de profissional de mídia, é mega-empresário e bem sucedido. Ao contrário do que ocorre aqui, o Deep State estadunidense não permite que as bravatas do homem com cabelos cor-de-laranja sejam concretizadas. Deve-se confrontar o discurso de Trump para o público interno (os trumpmínions) com as práticas dele na política externa, como por exemplo em relação à Coréia do Norte e mesmo em relação à Rússia. Já em Pindorama não há esse “Estado Profundo”, sendo o setor bélico-militar brasileiro completamente colonizado e doutrinado pelo anti-comunismo primevo e macarthista do pós-2ª guerra, aplicado aqui na ESG, cujos cadernos não passam de cópias-carbono antiquadas e de má qualidade do que era ensinado há 7 décadas na famigerada Escola Das Américas, onde QUASE todo alto oficialato das FFAA brasileiras vai fazer “cursos de imersão”.

    Boneco de ventríloquo, o ex-capitão será usado pelos donos do poder real para destruir completamente o Estado Brasileiro, que ficará pior, inviável e em situação irreversível mais grave que a do Chile, onde o infame Paulo Guedes aplicou o ultra-neoliberalismo pinochetista; a tragédia chilena dá uma idéia do que ocorrerá no Brasil. O generalato, por vergonha, talvez prefira ficar/continuar nas sombras, como se vê desde 2016. Esse generalato pensa que os brasileiros mais atentos e observadores não perceberam os crimes de lesa-pátria, lesa-soberania e lesa-humanidade que estão cometendo de forma continuada. Se, e quando , for restabelecido o Estado de Direito Democrático, TODOS os golpistas devem ser submetido a um julgamento implacável, como foi feito com os nazistas no Tribunal de Nüremberg.

    1. Seu comentário coloca bem a situação atual. Agora para o Brasil ter uma transformação tão profunda a ponto de sanear o Estado civil e militarmente levariam uns cem anos e até lá não restará mais nada do Brasil.

    2. Outra coisa que não dá para comparar com Trump é que enquanto o “orange menace” teve um affair com uma atriz pornô, o grande companheiro de Boçal Nato é o Alexandre Frota.

      Brincadeiras à parte, excelente análise.

  4. :
    : Prêmio Nobel da Paz para LULA 2018 Já ! ! ! ! !

    Filme documentário “O Processo”, sobre o impeachment de Dilma, é indicado para concorrer a Oscar de melhor filme estrangeiro :

    O documentário da cineasta Maria Augusta Ramos O Processo versa sobre o impeachment de Dilma Rousseff. O filme está impactando o mundo ao mostrar o processo bizarro e fraudulento que atirou no lixo os 54 milhões de votos que a elegeram.

    Desde a estreia, em maio, o documentário vem colecionando prêmios internacionais. Ganhou no Festival de Berlim; ganhou no Festival Visions Du Reel, na Suíça; ganhou em Portugal, no Festival IndieLisboa; ganhou no no Festival Documenta Madri, na Espanha…

    Após essa maratona de sucesso, esse documento histórico que mostra como o Brasil foi atirado no fundo do poço, desmoralizado internacionalmente e teve sua democracia gravemente ferida, não surpreende uma notícia que deve animar a todos os que prezam a democracia, a verdade e a Justiça.

    A notícia pouco repercutiu na imprensa brasileira, por razões óbvias, mas o fato é que o documentário sobre o golpe de 2016 agora figura entre os 166 longas indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro

    A enorme importância dessa exposição no maior evento do cinema mundial é dar ciência ao resto do mundo de que o Brasil sofreu um golpe que a eleição fraudulenta de Jair Bolsonaro, obtida às custas de financiamento ilegal de campanha por empresas, não apaga.

    É vital que essa denúncia seja feita, porque nos próximos anos só a fiscalização internacional poderá evitar um fechamento do regime que se inicia dia 1º de janeiro de 2019, pois o desastre que o governo Bolsonaro irá causar fará a população se revoltar contra ele e, nesse momento, os militares tentarão um golpe para perpetuar o regime.

    O mundo precisa saber o que está acontecendo no Brasil e o documentário o Processo é uma eficiente arma de divulgação da situação escabrosa que vive nosso país.

    :.:

  5. De uma eleição fraudada em prestações, como foi a de 2018, não vai sair um governo legítimo. Este sujeito foi eleito com 39% dos votos totais, votos estes vindos majoritariamente de uma enorme massa de analfabetos políticos, ignorantes, tapados manipulados por pastores, trabalhadores coagidos por patrões, “Homers Simpsons”, etc. Vamos ver o que vai acontecer quando a realidade bater à porta desta gente. Por mim, quero mais é que se explodam. Legal mesmo vai ser a queda na arrecadação do dízimo nestas igrejas de garagem que infestam o Brazil.

    1. Precisamos parar e pensar que em breve precisaremos disputar e trazer de volta alguns eleitores do boso.
      Como conquistá-los amanhã se hoje falamos mal deles.
      Este tipo de reflexão será fundamental.

  6. Meu medo é de que o bozó, não conseguindo nada deste congresso, dê o proclamado “auto golpe” do mulão.

  7. Análise perfeita, mas ocorre que ele TERÁ de entregar a encomenda para a qual recebeu apoios. Não apenas as barbaridades que prometeu aos bolsominions, como as reformas hediondas que a elite exigirá.
    Na minha opinião o próximo congresso será tão fraco, sob todos os aspectos, que não terá a mínima condição de se impor à dupla Coiso-Moro. O novo governo está desorientado sim, mas não vamos subestimar sua força, que “ainda” é avassaladora.

    1. A tendência é que, os apoios ao governo, se dêem de forma alinhada aos projetos econômicos ultra-liberais por parte do tão auto-proclamado “Centro democrático”.

      Democrático, pero no mucho, para assuntos da agenda pretensamente moral do Bozo, como Escola sem partido e outras bizarrices.

      No que tange à soberania nacional e estratégia de país, serão entusiastas da dilapidação do patrimônio público e dos direitos trabalhistas.

    2. Coiso-Moro são irmãos xifópagos virtuais que estavam separados mas nasceram para viver grudados um no outro. Se completam, se bastam, se merecem. Há casos de traição de um xifópago a seu irmão. Por isso vão ter que ficar permanentemente acordados, de olho um no outro.

  8. Boçal Nato vai governar por fake news.

    Teremos que tomar muito cuidado quanto a isso. A estratégia é nos distrair, enquanto coisas mais cabeludas passarão por baixo do cobertor.

    Para piorar, teremos um congresso em que Alexandre Frota dará demonstrações (e manchetes) diárias de “civilidade”, Janaína Pascoal receberá a “pomba gira” no plenário, e a “loura do banheiro” (Joyce Hasselman) twitará teorias conspiratórias que botarão Olavo de Carvalho no chinelo. Haja distração!

    1. Fora os bolsofilhos… Como disse o Brito ontem, o tamanho do circo é inversamente proporcional à quantidade de pão.
      Mas ajuda muito também os blogs (e as pessoas!) de esquerda não ficarem repercutindo essas fake news e focarem no que interessa.

  9. Por essa os aposentados não esperavam! Vem ai o confisco das aposentadorias e pensões. Durante três meses a aposentadoria máxima a ser paga será um salário mínimo. A cada três meses o teto será ampliado sucessivamente para dois, quatro, seis, oito e por fim restaurado. O valor excedente será colocado em uma conta remunerada de pensão congelada que será liberada aos aposentados após três anos. Isso vale para o setor privado, público, militares e judiciário.

  10. A análise está adequada e elucidativa. Complemento para dizer que os partidos que existem estarão todos na oposição. O PSL, provável maior partido a partir de janeiro, é um bando de pequenos oportunistas do baixo clero. Não tem ideologia a não ser seus interesses pessoais, mais ou menos alinhados com os de seus financiadores sejam estes da bala, do agrotóxico, do boi, das sementes, do petróleo ou do dólar. Essa é a cola que os une, assim como une seus possíveis satélites compostos por aquela infindável sopa de letrinhas que ninguém consegue decorar, mesmo porque, como na sopa, não cessam de se movimentar. Siglas surgem e desaparecem conforme se mexe a colher, no caso os arranjos políticos pouco ou nada republicanos. Para manter algum controle sobre essa movimentação surgiu o que a metáfora tucana, nos tempos de FHC presidente denominou de presidencialismo de coalizão e o Brasil conhece desde sempre como o toma lá, dá cá.

    Isso acontece desde o governo Sarney, deu xabú com Collor, voltou com força na época FHC e se manteve com Lula, sem evitar alguns tropeços como no caso de Roberto Jefferson. Com Dilma, deu no que deu. Com Bolsonaro não se sabe no que vai dar. Mas, com os articuladores políticos que apresenta e com um discurso desalinhado da realidade eivado de messianismo, com direito a trocadilhos com o seu nome do meio e a confusões armadas por seus assessores diretos e pelos filhos do Messias, não pode dar certo. Simplesmente não tem como.

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