Conheci Roberto Jefferson quando este era um jovem e obesíssimo advogado, que fazia o tipo “prendo e arrebento” daqueles tempos de General João Figueiredo que vivíamos no início de 1982.
Ainda um jovem repórter, trabalhando na Tribuna da Imprensa e na Última Hora, fui com Leonel Brizola ao Povo na TV, programa do qual participava, sob o comando do veterano Wilton Franco.
Jefferson não foi nada simpático e correspondeu ao aperto de mão de Brizola com evidente cara de desagrado. Ele estava, àquela altura, perfeitamente sintonizado com o grupo udenista que se adonara do PTB do Rio de Janeiro, em torno da lacerdista Sandra Cavalcanti, então estrela entre os comentaristas da Rádio Globo, no líder de audiência Haroldo de Andrade.
Não preciso, portanto, de laudo de qualquer junta médica para dizer, olhando seu aspecto hoje, o que o câncer de pâncreas que o acometeu fez à sua saúde.
Quem acompanhou a agonia e morte do todo-poderoso da Apple, Steve Jobs, sabe o que essa doença faz, mesmo quando tratada com os maiores recursos.
Portanto, há 30 anos – e cada vez mais, à medida em que se tornou o que se tornou – não tenho por Jefferson a menor simpatia. Mas tenho idade e princípios para ter horrores políticos, não ódios pessoais ou desprezo por um ser humano.
Jefferson fez muito mal ao Brasil, mas nem por isso qualquer pessoa de bem deve, ao vê-lo condenado, deixar que, como disse ele próprio na CPI dos Correios ao ver José Dirceu, deixar que se despertem seus “instintos mais primitivos”.
Porque Jefferson não fará mal a ninguém mais e mantê-lo encarcerado, nestas condições, seria apenas um exercício de crueldade mórbida.
Por isso, espero que se lhe venha a ser concedida a prisão domiciliar, não importa se tenha simpatia ou horror ao seu papel e comportamento.
Condena-lo à morte “informalmente”, ao mandá-lo para um lugar que – qualquer um tem esta certeza – vai acelerar a degradação de sua sobrevida é uma morbidez indigna.
Que bom se Joaquim Barbosa tivesse mostrado por José Genoíno o respeito que teve aos problemas de saúde de Jefferson, esperando até agora para definir sua prisão, não sem antes ouvir os médicos.
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Eu não compartilho essa nobreza de sentimentos, sentimentos são incontroláveis, abissais, vem do fundo do ser e quando sufocados causam mal a quem os tem.
Regulo em idade com o autor, conheci o balofo histriônico na mesma época.
Hoje moro em Petrópolis, bem perto da casa de outra excrescência, o ex genro do metro sexual, ex marido da Cristiane Brasil, e posso dizer sem medo de errar, na órbita desse Júpiter decadente e apodrecido, só circulam os seus semelhantes em torpeza, satélites de maldade e corrupção!
A justiça de Joaquim tem dois pesos e duas medidas de acordo com a ideologia do julgado.
Ele emagraceu muito porque fez uma operação bariátrica, ante de ser acometido por um cancer pancreático .E ele está leve e fagueiro andando de moto para cima e para baixo. No mais concordo com tudo que voce disse e lhe mando um grande abraço.
Concordo. Parabéns pela postura humanista, mesmo em tempos de vinganças e ataques exclusivamente contra determinadas agremiações políticas. Se usássemos da mesma truculência que os antipetistas usam contra o PT, estaríamos nos igualando a eles. Não é tudo igual não.
Concordo plenamente. Devemos ter respeito para com o próximo, ainda que ele seja nosso inimigo. A dignidade humana está acima de qualquer disputa. Jefferson deve ser tratado como uma pessoa doente, que precisa de cuidados médicos. É isso que nos diferencia dos irracionais, dos joaquins barbosa.
Como diz Mandela, o perdão liberta.
A melhor coisa é ele em casa, andando com seu uniforme de motoqueiro, e como precisa de um trabalho trabalhar arrumando motos..
Só não ponha na mesma cela do Dirceu....
Justiça não é justiçamento. Correto!
Justiça não é justiçamento. Correto!
Justiça não é justiçamento. Correto!