A foto acima, de Eduardo Anizelli, da Folha, retrata bem o sentimento que as manifestações contra a Copa despertam no povo. Observe a expressão de forte desconfiança da senhora dentro do ônibus.
Eu reproduzo abaixo um texto do Lino Bochini, que esteve presente no protesto desta quinta-feira, em São Paulo. Uma das razões de reproduzir a análise de Bochini é que ele me parece mais “isento” do que eu nesse assunto. Eu não escondo minha antipatia profunda por esses protestos contra a Copa, por considerá-los, em geral, totalmente desinformados. As pessoas não têm ideia da magnitude do país. A Copa é o menor de nossos problemas. O gasto com a construção dos estádios é alto, mas é uma gotinha no oceano dos gastos governamentais em saúde e educação, e não está saindo do orçamento de governo e sim de financiamentos.
Além do mais, havia estados que simplesmente precisavam de estádios novos, com Copa ou não, como a Bahia, cujo estádio oficial, a Fonte Nova, havia sido demolido.
Até onde eu acreditava conhecer o Brasil, somos um povo que ama o futebol, e que portanto ficará muito feliz e honrado de sediar a Copa do Mundo.
Entretanto, a minha principal antipatia em relação ao movimento contra a Copa é por identificar, nas redes sociais, o apoio da extrema-direita, inclusive com conexões internacionais. Quando eu detectei isso, tornei-me imediatamente num entusiasta pela realização da Copa do Mundo no Brasil e automaticamente um opositor destes protestos. O que não significa defender a proibição deles. Ao contrário, que sejam liberados e até mesmo protegidos, para que o debate político seja aberto e democrático. Mas com um olho bem aberto para possível infiltração de mercenários pagos para fomentar desordens e caos.
Destaco um trecho do texto do Bocchini: “Após a passagem pelo Masp, aliás, tinha até mais imprensa do que gente protestando”.
Pois é, a gente também viu isso no ano passado. Quando a direita começou a tomar conta dos protestos, eles começaram a minguar radicalmente, e a cobertura da imprensa de repente passou a ficar desproporcional. Lembro-me de uma charge que fez sucesso, do Vitor Teixeira, mostrando dezenas de helicópteros sobrevoando uma passeata de apenas meia dúzia de pessoas.
Depois do texto, reproduzo algumas fotos publicadas na Folha.
Ao texto do Bocchini:
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Vou ter que fazer o papel do chato: o protesto anticopa flopou
Quando tem mais polícia do que manifestante em um protesto, há duas conclusões: havia polícia demais e manifestantes de menos. Atos de junho eram centenas de vezes maiores
por Lino Bocchini, publicado 14/03/2014 12:25, no site da Carta Capital.
O protesto de ontem em São Paulo contra a Copa do Mundo foi uma má notícia tanto para quem torce contra o mundial por motivos eleitorais quanto para os movimentos que, de forma legítima, aproveitam a competição para dar mais visibilidade às suas justas bandeiras. Todos os veículos de comunicação, sejam “de esquerda” ou “de direita”, foram unânimes: no protesto desta quinta-feira à noite em São Paulo havia mais policiais do que manifestantes. Após a passagem pelo Masp, aliás, tinha até mais imprensa do que gente protestando. E, se teve mais polícia do que manifestantes, duas conclusões se impõem: 1) tinha policial demais e 2) tinha manifestante de menos.
E foi a segunda vez que isso aconteceu. Mais uma vez o ato anticopa tratado como “oficial” por agentes públicos e militantes –virtuais ou não—tem mais polícia do que manifestante.
Estive no ato de ontem e também em praticamente todos os de junho em São Paulo. Fui no primeiro, quando ninguém sabia direito o que estava acontecendo. Estive na noite do prendo-e-arrebento geral da PM, quando ajudei a libertar um repórter de CartaCapital, um dos tantos presos ou feridos injustamente naquela noite. Estava lá quando a “direita” ameaçou se apropriar dos atos e o gigante acordou verde e amarelo. O momento é outro e as bandeiras não são exatamente as mesmas, mas há similaridades. E dizer que qualquer protesto daqueles de junho era dezenas de vezes maior do que o de ontem é bondade. Eram 100 ou 200 vezes maiores. No Rio de Janeiro falou-se mais de uma vez em um milhão de pessoas na rua. A própria PM paulista chegou a falar em 100 mil pessoas.
Ontem, considerando-se a percepção geral de que tinham mais PMs do que gente protestando, eram no máximo 1.700 insatisfeitos na rua.
Em Paris, os protestos são quase semanais na “Paulista deles”, a Champs-Élysées. E há um modus operandi simples e tranquilo a cada um deles: a polícia acompanha numa boa, a engenharia de tráfego desvia o trânsito e quem tem que passar por ali ou trabalha na região se reorganiza. Raramente alguém é preso ou ferido, e todas as reivindicações sociais são feitas e noticiadas pela imprensa.
Ontem poderia ter sido assim em São Paulo. Além da CET, duas ou três viaturas acompanhando à distância teriam dado conta do recado.
São justas as bandeiras dos movimentos sociais que lá estavam. Por outro lado, considero injusta a ação de setores que, sem ligação alguma com os movimentos sociais que protestam, jogam contra o país e torcem por problemas na Copa, apenas em nome de derrotar um governo ao qual se opõem.
O coro dos que não querem o mundial é muito –mas bota muito nisso—maior no Facebook ou nos jornais do que na rua. Pode ser que mude? Pode, claro. Há quem acredite que ainda há atores que não entraram em campo e que poderiam, engrossar as manifestações daqui em diante. Por enquanto, contudo, o barulho feito em torno dos protestos anticopa, seja na mídia, seja nas redes sociais, é muitíssimo maior do que seu tamanho real.
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Pelas razões explicadas acima pelo Miguel do Rosário e pelo texto do Bocchini, sinto que é necessário sugerir uma modificação no segundo: não são reinvindicações justas, mas sim de direito. Embora absurdamente autoritária, "não vai ter copa" é um direito que as pessoas têm de manifestar, desejar. Não é justo, no entanto.
Concordo. Até podem exercer o direito de se manifestar. Agora, se é justo é que tem que ser discutido. A maior parte dos brasileiros nem estão aí se a Copa é uma boa para o Brasil ou não.
Se esses maconheiros de redes sociais protestassem também com o pagamento de juros da dívida pública, que dá três copas por ano, eu até que poderia achar que, um dia, talvez sentisse algum interesse por seus protestos. Não passam de inúteis a massas de manobra. Quase um ano protestando e não produziram nada de concreto. Só fotos pseudo-autoglorificantes para feicebuques, estragans e tuíteres da vida.
isso!!! Isso!!! Isso!!!
essas manifestações são arrumadas por torcedores do são paulo, eles não se conforma de ter perdido a abertura da copa para o corinthians ,essas manifestação de inveja não cola mais, eles gritavam aos 4 cantos que tinham campo, eu cresci ouvindo isso, agora, quando vem a copa para o brasil, são surpreendidos que a copa vai ser no estadio do arqui rival e todo poderoso timão, mas faze o que, deixa eles curarem suas magoa se manifestando, e apanhando da polícia para o deleite de satisfação dos que são a favor da copa, eu adoro quando a polícia descansa a borracha no lombo do pião.
Não dá mais para aguentar.
Todos os santos dias, o Datena, lá na Band, e o Marcelo, lá na Record, em coro, fazem a campanha contra a Copa.
Uma sórdida e imunda campanha, aproveitando-se da violência que graça nosso País, embora eles saibam e conheçam muito bem que a segurança, em cada estado, é do governo estadual respectivo.
Dá nojo.
Eles sabem e muito bem que os estádios foram parcialmente financiados pelo BNDES, como qualquer outro negócio, seja, indústria, seja comercial, seja agrícola, seja empreendimentos de lazer. Nestes empreendimentos, não só da Copa, é claro, todos eles, acima citados, há criação de milhares de empregos e um avançar no PIB do País.
De resto, nos estádios, não há dinheiro público.
E mais: as demais obras, envolvem melhorias em aeroportos, mobilidade urbana, estradas, até obras portuárias, inclusive até na internet são obras que estavam para serem feitas e que foram apenas apressadas. Nelas o governo gasta por volta de 30 bilhões, mas são obras voltadas inteiramente para o povo em geral. Mesmo que a Copa não existisse elas iriam ser feitas. A Copa apenas fez com que elas fossem antecipadas, para a melhoria da recepção dos milhares de turistas que irão vir do exterior.
Não estou mais aguentando ver as babaquices que repórteres, jornalistas jogam diariamente na cabeça do povo, tudo que se constitui, na verdade, uma propaganda eleitoral que está se realizando contra a candidatura da presidente Dilma, que não pode sequer usar um vestido de cor que se aproxime ao vermelho. Dá multa.
Estou totalmente decepcionado com a nossa imprensa.
Ainda, ontem vi um deles, falando sobre a insegurança em nosso País (o que é certo ). mas dizendo que nós, cidadãos, não temos seguranças para nos proteger, mas o presidente do País tem um monte delas.
O bombardeio é impressionante. Seja nos jornais televisivos, seja nestes programas voltados à violência e a criminalidade, seja até em programas humorísticos, como aquele que, um dia, usou uma criança para entrevistar Genoíno, acusando-o de crimes, que sabemos que não existiram.
E é um jorrar diário e incessante de propaganda, sub-reptícia, que, infelizmente, pegou e está produzindo resultados, ou seja, convence o povo em geral, que assisti aos programas, de que o atual governo não é bom para o País, que há corrupção e que ele não pensa no povo, pensa mais na Copa.
Uma barbaridade, para um governo que retirou milhares de pessoas da zona da pobreza mais pobre deste País.
Hoje, o Datena entrevistou Turminha e disse ser amigo dele e portanto as acusações contra sua pessoa eram mentirosas. Será que o Datena, também e amigo do chinês.
Também é isso...talvez com desvios que podem ser corrigidos...mas é o caminho.
Mas, já comprei meus ingressos...então porquê tem meia duzias de psico-chatos pentelhando...devo devolvê-los? E os estádios?...Ora...vão caçar berne em terneiro!!!
"Não vai ter Copa", dizem eles, os extremos que se atraem, mas à realidade é que mais um pouco e não vai ter é H2O nas torneiras dos paulistas. Vampiresco, diria se o incompetente governador fosse Zé Bolinha, mas como é Geraldo Chuchu, basta Provinciano para revela-lo em 3x4 e de corpo inteiro, de mesmo tamanho.
Entre os manifestantes existem aqueles que realmente querem lutar pelos seus direito e pelo melhor para o nosso país, mas é claro que existem aqueles que não levam a sério só querem aparecer diante da mídia, vandalizando e não protestando. E quando isso acontece, esses vandalos acabam tirando a real importância e objetivos daqueles que protestam na paz e com pretensões boas para o país. E agora com a Copa se aproximando algumas pessoas negam a aceitar que tanto dinheiro está sendo gasto com o futebol, sendo que na situação do país haveria muitas melhorias que tinham que ter prioridade na fila destes gastos. Mas creio eu que, apesar do direito de manifestar, o evento dificilmente será cancelado.
Tem é que mandar para as emissoras E - mail de protesto, a respeito do comportamento desse pessoal. Isto é abuso ! eu já não vejo mais TV aberta. Jornal em TV comercial nem pensar. Me informo pelos blogs progressistas e por jornais de fora. Assisto o jornal da TV Brasil, o chamado repórter Brasil, que vai ao ar, todos os dias, às 21 horas. Esse jornal recomendo a todos, é muito bom.
Bando de desocupado sem causa.
Em Buenos Aires tem protesto toda hora e se integram no dia a dia da cidade. É ate engraçado. Do nada sai um grupo protestando e ninguém faz ideia contra o que. É habito do argentino.
UNS ABOBADOS GRITANDO....UIVANDO....SE RASGANDO E BABANDO DE RAIVA !!RIDICULOS!!!!!!!