Provas. Sem isso, delações são um nada. E são um crime

Na mais recente e escandalosa delação premiada – e, neste caso, mais que em outros, premiadíssima -, só haverá sentido se houver o que está começando a aparece e, até agora, tem faltado na maioria delas: as provas do que se diz.

É que a delação de Joesley Batista, um bandido como têm se mostrado ser a nova “safra” de ricos neste país, já vieram à tona as malas de dinheiro e as gravações sorrateiras que dão materialidade aos negócios de Michel Temer e de Aécio Neves. Ainda que com grau de armadilha patente, ficou evidente que havia ratos ao alcance da ratoeira.

De fato, depois do encontro sorrateiro no Palácio do Jaburu, do “tem de manter isso”, da mala de Rocha Loures, do pedido de R$ 2 milhões e das mochilas do Fred, não há como deixar de se crer,em princípio, que há verdades  no que diz Joesley de suas relações com “o número 1” e o “número 2”.

Porque, claro, há provas, fatos que de outra maneira não se poderia ver e ouvir.

De mais sobre isso e de tudo sobre todo o resto, é de se esperar que as provas não faltem para justificar tamanha boa vontade do Ministério Público com os criminosos da JBS que, até pela natureza de qualquer negócio corrupto, dá aos corruptores vantagens maiores do que aos corrompidos.

Afinal, como observa Tales Faria em artigo no Poder360, “é este o princípio da delação premiada: tem que se comprovar“.

Princípio que anda muito distante do que vivemos com as histórias de “cognição sumária”, “domínio do fato” e “temos convicções”.

E que nos levou a esta terrível situação de vivermos de escândalo em escândalo e transformar acusações em condenações e ladrões em santos.

Se Guido Mantega ou um assessor palaciano dos tempos do Governo do PT tivesse sido filmado arrastando malas de dinheiro, sem dúvidas não caberia fazer acusações centradas no PMDB. Mas não foram e ,nem mesmo na enxurrada de podridões que despeja em sua fala à Época, Joesley Batista não tem  uma acusação direta ou indireta a fazer a Lula.

Não pode pretender Michel Temer  se defender com alegações de que o ex-presidente foi “protegido”, até porque se sabe a sanha ansiosa com que os procuradores buscam evidências ou suposições contra ele.

As malas e gravações sustentaram o longo mês de suspeitas que estamos vivendo. Mas estão longe de bastar e é preciso que venham logo as provas, que não podem ser escondidas num jogo de gato e rato, que permite ao rato virar  gato e faz, pela atitude de roer a honra alheia sem as exibir, faz o gato virar rato.

Não precisamos e não queremos que, seja contra quem for, Brasília vire uma Curitiba.

 

Fernando Brito:

View Comments (9)

  • To besta o dito presidente chama o delator de bandido o delator chama o presidente de chefe de quadrilha. O negócio ta ficando bom demais.

  • A lava jato tem as sospeitas do Povo o dalha tá confuso igual ao efeagaze e o Povo tem razão o Povo é a voz de Deus e a volta da Presidenta e a solução imediata.

  • Mas esses tipo de BANDIDO, de longa data, é assim mesmo. Faz a BANDIDAGEM e sai gritando pega bandido.

    O uso do cachimbo é muito antigo.

    Esses BANDIDOS não se deram conta ainda que existe a internet.

  • Tem que haver prova provada incluindo as digitais e o dna, com comprovação de contas no exterior e de desvio, alem de certidão de imóveis em cartório. Contra o Lula não há nada somente convicções de juízes e promotores partidarizados e de má fé. Em um tribunal de verdade delações sem provas nem são consideradas, mas no Brasil depois do Joaquim Barbosa, onde utilizou o domínio do fato para condenar Dirceu, se consumou uma aberração jurídica que prosperou e tomou ares de verdades e foi encampado pelo Moro, o juiz que troca sorrisos e abraço com o Aecio. Em qualquer justiça fora do Brasil o Lula jamais seria sequer investigado somente aqui isto ocorre porque querem perpetuar o golpe.

  • Pelo que ouvi em duas reportagens, há um fato IMPORTANTÍSSIMO: Joesley disse que os recursos recebidos do BNDES NÃO foram fruto de propina.
    A conferir.

    • Com certeza o dinheiro emprestado pelo BNDES não é fruto de propina, a não ser que os bancos arrecadam propina.

  • Denuncia a partir de delação sem nenhuma prova como as feitas ao Lula e ao pt não é denúncia, e calúnia feita por autoridade e crime. Tão grave como a gravação e vazamento de conversa de presidenta. É calúnia e crime.

  • Provas contra Temer? Contra Aécio?
    E o que importa?
    Suponha-se que a questão vá parar sob condução de Moro. Ele dirá:
    - Não vem ao caso!

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