Próximo “round”: Serra x Marina

Casa onde falta o pão, todo mundo briga e ninguém tem razão, é o ditado.

A situação de Aécio Neves vai ficando insustentável e ele próprio dá a impressão de estar encolhido desde a “conversão” de Eduardo Campos ao marinismo.

O “vamos conversar” parece que não está certo de encontrar interlocutores. E, nas conversas, o que ele pode oferecer? Incertezas?

Serra, sentindo o momento, voltou à toda, com uma agenda de candidato que tem cinco ou seis vezes mais compromissos do que a de Aécio.

Ele e todos veem que a candidatura Aécio dissolve-se em sua própria fragilidade. E Dilma percebe que Minas pode vir a ser um campo aberto se Serra se impuser como candidato tucano.

Da mesma maneira, Eduardo Campos tem de se atirar para o pior dos papéis que poderia desempenhar nessa eleição: apresentar-se como um anti-Lula (e ser anti-Dilma, progressivamente, implicará ser anti-Lula). Isso pode lhe dar espaço na grande mídia, mas lhe é terrível em suas próprias bases pernambucanas.

Pelo resto do país, ele também não parece ter muito o que fazer. Sua declaração, hoje, no Rio, de que “palanques regionais são coisa para 2014” é de fazer rir qualquer um que já tenha participado da disputa de meia eleição, quanto mais de uma eleição “casada” de deputado estadual a Presidente.

Imaginem agora como se sentem milhares de candidatos a cargos proporcionais do PSB… Quem são seus candidatos a governador, a senador e, até mesmo, o seu candidato a Presidente?

Bem, este é o campo dos devastados, Aécio e Campos.

O dos devastadores, de Serra e Marina, verá a disputa entre ambos para ver quem se firmará como o candidato do campo conservador.

Embora ambos tenham grande inapetência pela articulação política, é claro que este flanco é mais favorável a José Serra.

Mas ele sabe que será necessário recuperar os espaços da mídia, hoje oferecidos a Marina.

Ambos sabem que têm de se enfrentar sem que, pessoalmente, inviabilizem a adesão mútua no segundo turno.

Mas despacharão seu “comandos” para este fim. E novamente aí Serra leva vantagem.

Ele vai apelar para o discurso do preparo, da competência, da capacidade, certo de que isso não será percebido em Marina Silva.

E se Marina mantiver Eduardo Campos na coleira, impedindo de fechar os acordos no “diapasão conservador”, como diz ela, pode colocar em risco até a “composição heterodoxa” em que ambos se meteram,

Afinal, como dizia aquela velha peça de teatro, “trair e coçar é só começar”.

Fernando Brito:

View Comments (34)

  • E assim mesmo. Eles sabem que pra bater a Dilma so pedindo licenca. Entao vao se comer, pra ver quem sobra pra proxima.

    • Querida! Voce esta linda! Bondade sua. Voce que esta eleganteeeeerrimo! Tirem as criancas da sala.

    • Olha so o pau mandado. Eu nao sou marineiro. Fala pro teu chefe, que bastaria me passar e-mail dispensando meus comentarios. Bobalhao.

  • Sera que e' assim mesmo? Acho importante o dever de casa de verificar se Dilma venceria Marina (com oposição com ela) no primeiro turno.

  • Alguem ja disse aqui, que o voto da oposicao e 30% do eleitorado. Sao os mal informados, mal intencionados e boquirrotos em geral.

  • Gente, me contem uma coisa, já passou o video do PT, na TV.
    Se não quando vai passar.!!!

  • É verdade! Com estas brigas pig/demo/tukanalhas/cxaprilles/blá-blá-ri-na-serrote a DILMA fica só na moita olhando os sem votos brigarem entre si...

  • Pelo tempo que falta para as eleições acho que ainda deve ocorrer alguma grande manobra da direita, mas com os resultados de Dilma como presidente não sobra espaço para muita coisa. Ficarão em disputa interna Serra com Aécio e Marina com Campos, mas no fim eles disputam uma posição para 2014 não fará uma grande diferença, todos perderão para Dilma.

  • É pouca mídia para muito candidato. Nessa história toda, como elogiar três candidatos ao mesmo tempo, hein? Dilema para mídia: alguém terá que ser desidratado para o outro poder ir ao segundo turno com a Dilma!!
    Na verdade, eles disputarão apenas os votos anti-pt e anti-Lula. Mas na campanha tentarão não atacar o ex-presidente, que, por sua vez, usará sua popularidade para fortalecer Dilma. No programa do PT, Lula já mandou o recado: quem vier com o papo de bolsa família não é porta de saída, está querendo acabar com o programa: " Bolsa família é como um bolo: quanto mais se bate, mais ele cresce!!".
    Se não jogarem baixo, essas eleições serão memoráveis!