PSDB: Partido Só do Dória e Bolsonaro. O chupim tomou o ninho

A ausência de Geraldo Alckmin, Fernando Henrique e José Serra na posse de João Dória no Governo de São Paulo, e o recado do novo governador paulista de que irá alinhar seu partido a Jair Bolsonaro é sinal de que o PSDB completou a sua transição do seu desejo fundador de ser “um partido social-democrata, de tinturas liberais” como se descrevia, para se transformar numa linha auxiliar da extrema-direita, e talvez mais.

A não ser como esqueletos empoeirados num quartinho de despejo, para eles não há lugar no velho ninho.

Está tomado pelo chupim, que o pessoal que é da roça chama de “engana tico-tico” ou “vira-bosta”, que age como o cuco europeu, do qual só se conhece o lado simpático dos relógios.

Não faz ninho, põe os seus no ninho de outros pássaros e os filhotes, que crescem rápido e  são  maiores e mais fortes, fazem os outros morrerem, a bicadas ou inanição, até crescerem o suficiente para tomarem seu próprio rumo.

Dória, que chegou ao ninho pelado e faminto há pouco mais de dois anos, fez isso com os tucanos, não vê quem não quer.

Soube ser, como poucos, o figurino da mediocridade que tomou conta da vida brasileira e ninguém duvide se de seu controle do partido não vier a surgir uma agremiação que abrigue o próprio Bolsonaro, para dar alguma estabilidade ao balaio de doidos que compõe o seu PSL.

Mas agora que, ao menos formalmente, integra um partido cujo principal líder anuncia a sua adesão ao governo proto-fascista que se inaugura, teremos algum jornalista da grande mídia exigindo “autocrítica” dos velhos e descartados tucanos por terem criado este que os destruiu.

Aliás, a propósito, onde estão os gritos de revolta por FHC não ter ido à posse de Bolsonaro. Ah, é porque ele ameaçou fuzilá-lo?Mas não fez o mesmo em relação aos petistas e os lordes da mídia não acharam que não era motivo para deixarem de ir à posse?

 

Fernando Brito:

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  • Estejamos conscientes de que o Brasil ingressa hoje num período que agrega: internamente a truculência da ditadura militar e, externamente, um alinhamento com países que promovem guerras há décadas. É a fórmula de uma tragédia que nunca vivemos como nação.

  • Essa estória do chupim me faz lembrar uma bela coluna do nosso saudoso Henfil, quando da eleição para governador do Rio. Ele citava o O mesmo pássaro ao se referir ao Gabeira no PT, e apesar de ser petista apoiou o nosso candidato Darci Ribeiro. A conclusão da história é que o infeliz do Moreira Franco ganhou o pleito. Mais uma página infeliz de nossa história.

    • Pois é, quem diria, o Gabeira subiu na goiabeira dos milagres, também!!!! Claro, foi aos poucos... kkkkkk

  • É o PSDB sendo PSDB, não tem nada de estranho nisso, sempre foram traidores, que se devorem.

  • O que mais ficou patente no discurso do Bolsonaro foi sua determinação em exterminar a esquerda do Brasil, o que ele chama de "afastar o viés ideológico". Exterminar tudo o que lembre a esquerda, partindo certamente do ensino. Este era o grande ideal do Acordo MEC-Usaid, que os Estados Unidos impingiram ao Brasil em 1966. Em nome de uma tecnicidade que levasse à formação profissional, tentaram impingir ao país um ensino que castrasse dos estudantes a capacidade de estudar até História e Geografia, e aprender a debater assuntos diversos criticamente. Ainda bem que em 1968, atendendo a uma revolta dos estudantes e a apelos internacionais, os militares romperam o Acordo MEC-Usaid e minimizaram sua carga de veneno. Mas ele deixou cicatrizes: O Brasil perdeu um ano de ensino básico, ficando apenas com 11 anos quando todo país civilizado tem doze anos. A carga horária de disciplinas básicas foi diminuída. O ensino de Filosofia, Latim, de duas línguas e de Educação Política foram cortados, e uma disciplina chamada de Educação Moral e Cívica foi introduzida, para tentar impor aos estudantes aquilo que os militares consideravam como "patriotismo".

    • Viés ideológico é o que ele quer fazer. PQP. É burrice demais.

  • A tragédia nacional se aprofunda, mas não nos iludamos, a história demonstra que o que é ruim pode ficar muito pior.

  • realmente a tomada foi vertiginosa..... talvez tenha contribuído um pouco a idade dos antigos donos do partido.. assim q assumiu a prefeitura ou antes começou a pôr gente dele e a tirar os caras do governador....mas a maneira como ele embrulhou o alckmin foi digna do mestre das malvadezas.. um case nas tão comuns traições da política brasileira... a bem do fhc se pode dizer q ele, meio preventivamente talvez, preferia o marido da angélica...Corremos o risco do bozo gostar do trem e querer ficar... moro já está sob sua supervisão para o caso de ter olho grande mas doria poderia ser um aliado de agora mas um forte adversário no futuro...

  • A estratégia do psdb só deu certo em MG, onde alinhou-se com o Zema "novo", provocou a tal polarização, como uma corrida de cavalos. Enquanto atacava o PT, e PT se defendia e tentava revidar, a equipe tucana costurava para fora com Zema, e já tem até ex-secretários do Azeredo e Ah-é-sim! no "novo" governo (sic)...

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