O movimento feito ontem pela direção nacional do PT, abrindo ao PSD a possibilidade de ter o candidato a governador da Bahia, quarto maior estado do país em população, tem imensa significação e é, talvez, até exagerado, sinal do quanto o partido está disposto a ceder para garantir a Lula uma vitória em primeiro turno, diante dos perigos que o Brasil vive neste processo eleitoral.
Ao mesmo tempo, mais um cheque – ainda não um cheque mate – sobre o PSB no estica e puxa para que o aliado ceda na disputa pelo direito de ter o candidato da possível federação de esquerda ao governo do Estado de São Paulo.
Vejam: o PT sinaliza que pode, abrindo mão da candidatura de Jaques Wagner, peça do núcleo mais central da direção do partido, em favor do atual senador Otto Alencar, ficar sem outros candidatos a governador nos cinco maiores da Federação, exceto em São Paulo, uma vez que cede também Minas Gerais para o PSD (Alexandre Kalil) e o Rio de Janeiro, ao PSB:, com Marcelo Freixo e o Paraná, onde Roberto Requião pode se filiar até a outro partido sem perder a sua natureza suprapartidária.
Além de ser uma evidente demonstração do quanto o PT avalia que nada é muito para garantir a eleição de Lula já na rodada inicial das eleições quanto da prioridade que o partido tem na composição de uma bancada, própria e em alianças, majoritária na Câmara e no Senado.
Com pressão de todos os lados, o balé da alegada candidatura própria do PSD (a situação de Rodrigo Pacheco dispensa comentários e da historinha de uma filiação-candidatura de Eduardo Leite também pouco resta), está perto de encerrar a temporada.
Gilberto Kassab sabe que embarcar atrasado não garante lugar na janelinha.