Noticia-se a portaria da Polícia Federal que regula a ampliação para quatro do número de armas que qualquer pessoa pode ter em casa, o dobro das duas que até agora se permitia.
Imaginar que alguém vá defender sua casa com um arsenal destes é o mesmo que acreditar que se vá resistir a um cervo digno dos piores filmes de cowboys, daqueles em que o “mocinho” vai trocando as armas e a mocinha as vá remuniciando.
Como este ano, se mantivermos o ritmo de registros de armas observado até junho, teríamos perto de 150 mil registros de revólveres, pistolas e até fuzis semiautomáticos, liberados pelo governo, temos um potencial para que o número dobre ou que supere até mesmo estes 300 mil novos armamentos em circulação fora das forças de segurança.
Vai se concretizando o caminho inacreditavelmente legal para o desejo de Bolsonaro de “todo mundo ter uma arma”. E até milhares de “quartéis” destas forças irregulares: os clubes de tiro, que proliferam por todo o país. Só no Paraná e em Santa Catarina já são quase 300.
A portaria dá direito a levar as armas, uma vez por mês, a um deles, para treinamento. E a munição é farta, com o novo limite de 550 cartuchos de bala por ano para cada uma.
É arsenal para uma guerra.
EB talvez esteja deixando de significar Exército Brasileiro e passe a ser “Exército de Bolsonaro”, uma milícia tão poderosa quanto ele.