Quatro testemunhas independentes e nenhum ouvido para ouvi-las

Quatro testemunhas, todos funcionários de carreira, que nenhuma vantagem tiram de “ficarem bem com o PT” – muito pelo contrário – em darem depoimentos favoráveis a Dilma Rousseff, depuseram ontem no pelotão de fuzilamento, digo, na Comissão de Impeachment.

Para evitar dúvidas, transcrevo trechos da edição do Jornal do Senado de hoje:

Primeira testemunha a depor ontem, o ex-diretor do Departamento de Financiamento e Proteção da Produção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, João Luiz Guadagnin, afirmou que Dilma não participou de atos relativos ao Plano Safra e que as decisões se deram no plano técnico.(…)

— Não há responsabilidade da presidente nesse processo.
Em 20 anos de governo federal, a única reunião que tive com algum presidente foi em 2000, com Fernando Henrique Cardoso, sobre créditos para assentados em reforma agrária. Nunca estive com Lula ou Dilma. No último Plano Safra, as discussões sobre juros e subsídios ficaram estritamente no plano técnico. Não há envolvimento nem sequer dos ministros — assegurou.

Segunda testemunha ouvida ontem pela Comissão do Impeachment, Marcel Mascarenhas dos Santos, procurador do Banco Central, disse que as estatísticas produzidas pela entidade, que monitora a evolução das finanças públicas e o desempenho fiscal do país, são produzidas por técnicos, sem nenhum tipo de interferência política, nem mesmo do presidente da República. Com o depoimento, a defesa buscou rebater argumentos da acusação de que Dilma teria promovido maquiagem das contas públicas em 2015 para apresentar uma situação melhor do que a real.

Terceira testemunha, o chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, afirmou que Dilma jamais interferiu na sistemática de estatísticas do banco para ocultar ou distorcer dívidas do governo.

O subsecretário de Política Fiscal da Secretaria do Tesouro Nacional, Paulo José dos Reis Souza, foi a última testemunha a falar ontem. Ele explicou que, segundo entendimento do Tesouro, as pedaladas fiscais de 2015 foram apenas atrasos de pagamentos que não diferiram das situações de anos anteriores.

Num tribunal, era de mandar fechar os autos e mandar embora. Num tribunal de exceção, onde a sentença não depende de atos, mas do desejo dos que os compõem, não tem importância nenhuma.

Dizem que o impeachment é um julgamento político-jurídico: o político todos estão vendo. O jurídico, estamos á procura dele.

Fernando Brito:

View Comments (7)

  • Triste. O Senado tem menor ligação com o povo que a câmara. Senadores são ainda mais conservadores. Golpistas!

  • É importante para a história política brasileira que ocorram tais depoimentos e que sejam registrados nos anais do senado. Um dia , não muito distante, precisaremos deles para a construção de nossas dissertações de Mestrado e teses de Doutorado que adotarão os golpes parlamentares como estratégica política no Brasil.

  • Fraude de 20 milhões em MG no governo de Anastasia. As fraudes tucanas são inesgotáveis mas a PGR não vê, não sabe, não denuncia (engaveta tudo), mas protege e blinda todos os corruptos do PSDB (campeão de fichas-sujas nas últimas eleições):

    http://nossapolitica.net/2016/...

  • A história do Brasil nunca foi escrita verdadeiramente assim como de alguns paises.Acredito eu que existe uma coisa haver com a Era das Trevas,é de ordem Espiritual,esconder a verdade,mentir,omitir,emfim utilizar de todos os meios de persuação para encobrir a verdade.Mas essa Era já terminou,e eis que entra rasgando a ERA DA LUZ,onde nada pode ser escondido e eis que a verdade aparece,a fita gravada pelo Sergio Machado.Quem duvidar que não é coisa de DEUS,eu até respeito mas não compactuo.O ditado todos já conhecem SÓ DEUS ESCREVE CERTO EM LINHAS TORTAS,e antes que eu me esqueça FORA TEMER.golpista,me
    nte ardilosa,mentiroso,giria de quem já jogou futebol "FOI PEGO NO CONTRA-PÉ."

  • O político todos já sabem o resultada, já o jurídico também é político. Simples assim.

  • É tudo uma farsa. Aposto que o relatório final já está pronto há muito tempo.

  • Dá nojo ver um bando de marginais, envolvidos em várias falcatruas, querendo condenar uma presidenta sem nenhum crime.Tem o paraibano cassado por compra de votos e que jogou pela janela uma mala de "DINHEIRO" para fugir do flagrante, tem o que apoia trabalho escravo e tá envolvido com o Cachoeira, tem uma véia gaúcha que dizem, esconde patrimônio, e tem também o relator envolvido em várias falcatruas em minas. Parece o tribunal do crime organizado. Esse pessoal tinha é que ir para o PAREDÃO!!!!

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