Embora alguns comentaristas políticos, transtornados por estarem vendo escapar a certeza da derrota de Dilma Rousseff e Lula, insistam em que nada esteja acontecendo no processo de formação do voto popular, a realidade vai se impondo.
Não obstante os comoventes esforços de Ricardo Noblat -que ontem gravou um post dizendo que há “estabilidade” na disputa eleitoral porque os resultados se assemelham aos da erupção de Marina, há pouco mais de um mês – e Merval Pereira, há outros analistas que, embora partilhem os sentimentos de oposição figadal a Dilma Rousseff, não pretendem tapar o sol com a peneira e negar o obvio.
Merval, convertido ao mais fanático marinismo, simplesmente recusa que haja qualquer mudança. mesmo diante dos números.
Ora isso é tão evidente que qualquer comentarista, embora conservador e de oposição ao governo, se não aposentou sua massa encefálica e um mínimo de honestidade para com seus leitores, observa.
É o caso de Dora Kramer, insuspeita de conter um grama de simpatia pela Presidente, hoje, no Estadão:
(…)Marina descendo de 33% para 27%, na CNT, nem com muito boa vontade é possível ignorar o que significa. No início ganhou muito, depois estacionou e agora viu se reduzirem seus índices de intenções de votos. (…) O retrato não lhe é favorável. Esses 27% representam exatamente o capital dela na última pesquisa, de abril, em que seu nome foi incluído quando nem candidata era. (…) De lá para cá Marina esteve afastada da cena, não fez política. Absteve-se no segundo turno, preservou-se para um projeto de partido próprio que não deu certo e agora está de volta ao ponto de partida.
Sua distância de Aécio Neves caiu pela metade. Perdeu a dianteira em relação a Dilma no segundo turno. Ficou mais fácil para a presidente. E para os adversários a decisão está nas mãos do tempo. Que urge e ruge.
Há um processo em curso, que imprensa e pesquisas podem tentar atenuar apresentando como “oscilações na margem de erro”. Como as pesquisas se sucedem em intervalos cada vez mais curtos, é possível tratar assim uma escada, onde cada degrau, evidentemente, “está dentro da margem de erro”.
O tempo, tem razão Dora Kramer, urge e ruge. Inclusive para “acertar” os números das pesquisas, como terá de fazer, daqui a dois dias, o Datafolha.
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Está mais que provado que os nossos meios de comunicação criaram uma Marina virtual, um produto velho numa embalagem nova para ser devorado numa onda de consumismo, como estas novidades que aparecem na TV: as sandálias da Xuxa, as bandeiras nacionais que superlotam as lojas durante jogos da copa do mundo, cornetas que surgem como epidemias na época de carnaval, chocolates no tempo de Páscoa. A onda de consumo do produto Marina está passando e tem que passar, porque quem o analisa vê claramente que não tem conteúdo, não só por ela, mas principalmente por aqueles que estão com ela, que nada somaram quando estiveram no governo. Marina durante 24 longos anos como deputada estadual, senadora e ministra e Aécio durante 33 longos anos esteve no jogo político como secretário do avô Tancredo, deputado estadual e federal, governador de Minas e Senador e onde estão os seus legados de fato. Se os tem, porque não mostram em seus programas ao invés de passar o tempo todo malhado Dilma e o PT? Esta campanha deveria ser decidida no primeiro turno para o bem de todos e felicidade geral da nação.
Excelente sua análise. Disse tudo!
Essa é a realidade. Escreveu bem.
Então,vc errou Quincas deveria não vai ser decidida no primeiro turno DILMA ROUSSEFF 58% vou comemorar aas 19 horas do dia 05 de outubro juntamente com a vitoria de FERNANDO PIMENTEL aqui em Minas Gerais e ver a cara de tacho dos colunistas da imprensa mentirosa,principalmente do Marco Antonio Villas e do Reinaldo Azevedo dois dos expoentes rola-bostas.
Triste pais no qual vivemos, institutos de pesquisa e grande mídia se unam para manipular resultados. Proponho ao final das eleições uma ampla campanha por uma emenda de iniciativa popular estabelecendo regras claras e efetivas para o setor de comunicação.
Fernando Brito, perdoe-me pelo fora de pauta, mas acho que esta carta do Sr. Luiz Alberto Moniz Bandeira endereçada ao presidente nacional do PSB Roberto Amaral tem de ter o conhecimento de toda a blogosfera:
“O Politólogo brasileiro Luiz Alberto Moniz Bandeira, residente na Alemanha, enviou a seguinte carta ao presidente nacional do PSB, professor Roberto Amaral:
Estimado colega, Prof. Dr. Roberto Amaral
Presidente do PSB,
A Sra. Marina Silva tinha um percentual de intenções de voto bem maior do que o do governador Eduardo Campos, mas não conseguiu registrar seu partido – Rede Sustentabilidade – e sair com sua própria candidatura à presidência da República.
O governador Eduardo Campos permitiu que ela entrasse no PSB e se tornasse candidata a vice na sua chapa. Imaginou que seu percentual de intenções votos lhe seria transferido.
Nada lhe transferiu e ele não saiu de um percentual entre 8% e 10%. Trágico equívoco.
Para mim era evidente que Sra. Marina Silva não entrou no PSB, com maior percentual de intenções de voto que o candidato à presidência, para ser apenas vice.
A cabeça de chapa teria de ser ela própria. Era certamente seu objetivo e dos interesses que representa, como o demonstram as declarações que fez, contrárias às diretrizes ideológicas do PSB e às linhas da soberana política exterior do Brasil.
Agourei que algum revés poderia ocorrer e levá-la à cabeça da chapa, como candidata do PSB à Presidência.
Antes de que ela fosse admitida no PSB e se tornasse a candidata a vice, comentei essa premonição com grande advogado Durval de Noronha Goyos, meu querido amigo, e ele transmitiu ao governador Eduardo Campos minha advertência.
Seria um perigo se a Sra. Marina Silva, com percentual de intenções de voto bem maior do que o dele, fosse candidata a vice. Ela jamais se conformaria, nem os interesses que a produziram e lhe promoveram o nome, através da mídia, com uma posição subalterna, secundária, na chapa de um candidato com menor peso nas pesquisas.
O governador Eduardo Campos não acreditou. Mas infelizmente minha premonição se realizou, sob a forma de um desastre de avião. Pode, por favor, confirmar o que escrevo com o Dr. Durval de Noronha Goyos, que era amigo do governador Eduardo Campos.
Uma vez que há muitos anos estou a pesquisar sobre as "shadow wars" e seus métodos e técnicas de "regime change", de nada duvido. E o fato foi que conveio um acidente e apagou a vida do governador Eduardo Campos. E assim se abriu o caminho para a Sra. Marina Silva tornar-se a candidata à presidência do Brasil.
Afigura-me bastante estranho que ela se recuse a revelar, como noticiou a Folha de São Paulo, o nome das entidades que pagaram conferências, num total (que foi, declarado) R$1,6 milhão (um milhão e seiscentos mil reais), desde 2011, durante três anos em que não trabalhou. Alegou a exigência de confidencialidade. Por que a confidencialidade? É compreensível porque talvez sejam fontes escusas. O segredo pode significar confirmação.
Fui membro do PSB, antes de 1964, ao tempo do notável jurista João Mangabeira. Porém, agora, é triste assistir que a Sra. Marina Silva joga e afunda na lixeira a tradicional sigla, cuja história escrevi tanto em um prólogo à 8a. edição do meu livro O Governo João Goulart, publicado pela Editora UNESP, quanto em O Ano Vermelho, a ser reeditado (4a edição), pela Civilização Brasileira, no próximo ano.
As declarações da Sra. Marina Silva contra o Mercosul, a favor do subordinação e alinhamento com os Estados Unidos, contra o direito de Cuba à autodeterminação, e outras, feitas em vários lugares e na entrevista ao Latin Post, de 18 de setembro, enxovalham ainda mais a sigla do PSB, um respeitado partido que foi, mas do qual, desastrosamente, agora ela é candidata à presidência do Brasil.
Lamento muitíssimo expressar-lhe, aberta e francamente, o que sinto e penso a respeito da posição do PSB, ao aceitar e manter a Sra. Marina Silva como candidata à Presidência do Brasil.
Aos 78 anos, não estou filiado ao PSB nem a qualquer outro partido. Sou apenas cientista político e historiador, um livre pensador, independente. Mas por ser o senhor um homem digno e honrado, e em função do respeito que lhe tenho, permita-me recomendar-lhe que renuncie à presidência do PSB, antes da reunião da Executiva, convocada para sexta-feira, 27 de setembro. Se não o fizer – mais uma vez, por favor, me perdoe dizer-lhe – estará imolando seu próprio nome juntamente com a sigla.
As declarações da Sra. Marina Silva são radicalmente incompatíveis com as linhas tradicionais do PSB. Revelam, desde já, que ela pretende voltar aos tempos da ditadura do general Humberto Castelo Branco e proclamar a dependência do Brasil, como o general Juracy Magalhães, embaixador em Washington, que declarou: “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.”
Cordialmente,
Prof. Dr. Dres. h.c. Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira
Reilinger Str. 19
68789 St. Leon-Rot – Deutschland
Tel.: 0049-6227/880533
Fax: 0049-6227/880534
Não sei se a renúncia de Roberto Amaral será suficiente para clarificar sua biografia. Seu imenso erro se deu, e não lhe faltou todo tipo de advertência, quando coonestou a aventura de Eduardo Campos, rompendo com o governo progressista para levar seu partido a dar curso a uma candidatura cuja única característica era a imprudente ambição pessoal de uma liderança mal formada.
Muito clara e reveladora ! Sobretudo quando perscruta acerca dos interesses que , como sombra, impulsionam a malfadada candidata e sua aventura desnacionalizante.
Devemos replicar ad infinitum esta missiva.
Poxa, vocês precisam olhar pro resto do país, assim, verão o quanto o PSB se prostituiu. E o PCB? PCB? Aqui no Maranhão vamos eleger um falso comunista, os tradicionais partidos de esquerda maranhense se renderam ao Sarney, depois àqueles que romperam com ele. Em suma, nada mudará, quem irá assumir são as crias do Sarney que, enfim são uns ingratos, como podem chutar o próprio pai e se apresentarem como novo? O estado precisa frutificar o seu nome, desse modo, elegerá aquele que é som diferente pra sonho igual.
james
enfim. alguém ligou os pontos.
achou wally.
colocou o império. que tá em todas. todas. na trama.
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vale um poste.
publica aí brito.
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que seja o prego final. ou mais um.
no caixão da dona fome essa.
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roberto amaral?..
cansei de lamentar trouxas.
danou-se.
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o império. tá em todas.
e marina. é do império.
quem não sabe?..
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grandíssimo moniz bandeira.
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marina. é do império.
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mais uma.
https://br.noticias.yahoo.com/blogs/claudio-tognolli/exclusivo-jornalista-e-ex-oficial-de-inteligencia-da-122442862.html
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casa caiu. na lua nova.
eheh. tudo a ver.
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blá. blablá. blá. blerg.
foi como veio.
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Toda sede de poder pode levar à DESIDRATAÇÃO. Como sigla que ostentava algum respeito por seus quadros e suas propostas políticas, o PSB, jaz a 10 palmos de terra no terreno político Brasileiro. E graças muito disto à Beto Albuquerque, que cuspiu no prato que comeu, assim como Marina (esta sem novidades). Agora que BEBAM O DESCRÉDITO E A SECURA DO CANTAREIRA!!!
Marina é personagem. A realidade é Maria Osmarina, uma pessoa obcecada com a idéia de se tornar presidenta e com rancor porque Lula escolheu Dilma para sucede-lo. Estas duas coisas levaram-na a se tornar presa fácil para quem lhe oferecesse a oportunidade de realizar estes dois "sonhos": Presidência & Vingança. Esta senhora abriu mão de tudo que, dizem, defendeu ao longo de sua trajetória e deixou-se "educar" pela sua amiga, a educadora. É um pastel de vento e o eleitorado percebeu isso a tempo.
Após a fragorosa derrota de Marina - que ficará em torno de 13 a 15% dos votos - o PSB terá que se refundar. O partido se fez refém de uma sub-agente da CIA. Força, PSB! Essa mácula jamais se apagará, mas vocês podem retomar sua história de lutas em prol do Brasil e do nosso povo.
Me desculpe Fernando, raramente discordo de seus perspicaz artigos, mas acho e acho mesmo que já houve um acordo branco por trás dos bastidores. Ontem as campanha de Aécio e Marina na TV é bem claro com relação a isto. Pelo raciocínio, seria óbvio Marina combatendo Aécio e vice-versa para irem ao segundo turno. Pela propaganda de ontem, Aécio já é "serventia" de Marina, vai metralhar Dilma no tempo que resta, para dar 2º turno e governar com Marina. Está bem nítido isto. FHC quer isto e esta é a maneira, daqui prá frente, Marina ainda mais "fadinha da floreswta" e Aécio o "mão peluda" de Marina prá cima de Dilma. Desenhei... A esquerda precisa deflagrar esta "trama velada"....
Tá ficando bom esse debate eleitoral!!!
Vamos pra cima deles! É preciso virar em São Paulo!!!
Magnífico documento, a carta do Sr. Moniz Bandeira ao sr. Roberto Amaral. Direto ao ponto: ou Amaral renuncia e salva a sua dignidade política ou joga no lixo seu passado e o do PSB.
O ideário político adotado, oportunisticamente, por Marina Silva, para agradar a elite e seus conselheiros, é uma total antítese das teses e compromissos defendidos há décadas pelo PSB.
Impressionante essa carta, que certamente permanecerá para contar a história do Brasil contemporâneo, Recentemente li prefácio que ele escreveu no livro " O golpe começou em Washington", de Edmar Morel, escrito em 1965, e agora (2014), editado pela Paco Editorial, Rio de Janeiro. Essa carta escrita para o presidente do PSB deve ser lida por todos os brasileiros que têm memória do que aconteceu na história desse país. Os fatos estão aí, diante de nossos olhos e só não enxerga quem não quer. Infelizmente vivemos num tempo onde jovens não conhecem a história do país, nem as escolas e universidade estão interessadas em fazer com que eles conheçam. Por isso, em nome "alternância de poder" querem entregar o poder às mesmas elites que mandam no país desde seu descobrimento e não percebem o risco aventureiro que corremos ao entregar o poder novamente para a banca internacional e seus aliados internos (de sempre). Se o Partido Socialista Brasileiro ainda tiver um pouco de dignidade e respeitar a sua história deve sair dessa aventura em que foi colocado. Não só pela incompatibilidade de ideias, mas, principalmente, pela evidências das jogadas baixas feitas pela Marina. Se o PSB quiser se manter íntegro, como tem sido ao longo de sua história, deve deixar esse barco se ainda quiser existir num futuro próximo. Se não fizer isso estará jogando na lata do lixo toda sua história. Ficará na memória do povo como um partido oportunista, louco pelo poder, mesmo vendendo a sua dignidade. Vou guardar essa carta do professor Muniz Sodré. Um documento raro e um testemunho de alguém que nos 78 anos idade permanece lucido e mais jovial dos os jovens de hoje. Parabéns, professor.