Quem acha que ganha, se Dilma perde. Ou de como esperam ganhar dinheiro com seu voto

De alguma coisa serviu a boataria alimentada, ontem, por uma suposta queda – que não ocorreu – do favoritismo absoluto de Dilma Rousseff para a eleição presidencial de outubro.

O “mercado’ mostrou, escancaradamente, suas garras e dentes sobre as estatais brasileiras.

Confessaram, com seus próprios bolsos, o que desejam.

Segundo o Valor,’o Banco do Brasil e a Eletrobras tiveram alta de mais de 10% em dois dias e a Petrobras, de 7,8%”.

Diz o jornal que “a possível derrota de Dilma é bem-vista pelo mercado, que a considera intervencionista”.

Traduzindo: esperam, sem ela, ganhar mais dinheiro.

Ganhar, claro, de alguém. Você tem uma leve ideia de quem este dinheiro seria ganho?

A “possível” derrota, segundo os números de todas as pesquisas, é hoje “impossível”.

Entre ouras coisas porque ela não permite que, antes de cumprirem seu papel estratégico para o Brasil e seu povo, as tetas das estatais amamentem com toda a fatura os investidores privados.

Que sabotam qualquer política de alto investimento e ganho moderado, para que, amanhã, possam ser maiores.

Vale, como se viu, muito dinheiro mudar a política.

É natural, portanto, que estejam dispostos a gastar muito dinheiro para mudar a política.

É por isso que, com a ajuda nem sempre inocente do jornalismo econômico terrorista, estes grupos tem se dedicado a depredar a confiança econômica do país.

Pressionam por tudo que nos empurre à recessão: juros, racionamento elétrico, inflação, corte nos investimentos públicos, intranquilidade política.

Por uma estranha “solidariedade”, recebem o apoio de empresários que, atuando no setor produtivo, acham que esta gente faz parte de seu campo, quando são os maiores destruidores daquilo que os sustenta: o consumo popular, o “mercado” sem paletó, gravata e ferraris, que lhes compra arroz, feijão, geladeira, roupa, eletrodomésticos…

O “efeito Dilma”, porém, é como o “efeito Lula”.

O povão percebe o preceito bíblico: “dize-me com quem andas e te direi quem és”.

Até Eduardo Campos, como se vê, vem colhendo o desprezo que se vota aos renegados, quando entra no clima do terrorismo: “Do jeito que as coisas vão, vai piorar para o povo brasileiro, e a gente precisa evitar isso”.

Mesmo Pernambuco saberá reconhecer seu segundo Calabar.

O Governo brasileiro, com Lula e com Dilma, deu aos empresários – os financeiros e os produtivos – os  maiores lucros de sua história.

Mas a ambição que se fabula na história da galinha dos ovos de ouro reflete o que pensam os grupos que hegemonizam a “voz” do empresariado brasileiro.

Ninguém quer nem vai atirá-los do barco. Mas não é deles, apenas, o controle do leme.

Muito menos para nos fazer dar meia volta e retornar ao pântano do qual custamos muito a sair.

Fernando Brito:

View Comments (14)

  • Toc toc toc. Mas nao vao mesmo. O Brasil e muito mais com Dilma e Lula. Sem comparacao. Chega do bagrao boca mole.

  • eu não entendo população pobre, população sem dinheiro não conpra. que burro da zero pra eles

    • "O Governo brasileiro, com Lula e com Dilma, deu aos empresários – os financeiros e os produtivos – os maiores lucros de sua história."

      A mamata vai acabar mesmo !!! Copiado do texto acima.

  • O óbvio, para os iniciados. A máscara caída, para os Calabares. Oh! Não acredito, para os massificados.

  • Antigamente falava-se que não sabia ler era manipulado. Hoje as mídias ligadas a políticos manipulam direto. O que a mídia bate na Dilma e no PT é direto.No final eles acabam promovendo a Dilma, porque as pesquisas sempre dá o contrário.

  • Interessante notar que o Pastor Everaldo (PSC), sem campanha e desconhecido, tem a metade dos votos de Eduardo Campos/Marina, estes com toda a campanha e exposição franqueada pela mídia. É a vida.

    As eleições desse ano - principalmente quando começar a campanha da TV, quando a Dilma vai poder mostrar as realizações do seu governo - vão ficar cada vez mais parecidas com a fórmula 1: disputa de verdade só pelo 3º lugar...

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