É muito curioso que Eliane Cantanhêde venha dar lições de moral, tachando de indigna a referência de Lula à indiferença da mídia em investigar o episódio do helicóptero do filho do senador José Perrella apreendido com uma imensa carga de cocaína.
Até o título é cuidado para fazer intriga: “A cocaína de Lula”
Qualquer pedra da estrada sabe que, se o helicóptero pertencesse a alguém ligado a Lula ou ao PT, haveria uma legião de repórteres esmiuçando tudo e mais um pouco: como o helicóptero fazia viagens ao Paraguai sem o conhecimento de seus donos, porque fez uma rota absurda de São Paulo para o Espírito Santo desviando-se quase o dobro do caminho para “abastecer-se” em Divinópolis, MG e muitas outras coisas mais.
Mas admitamos que Cantanhêde pense realmente assim.
Fui procurar, e não achei, algum artigo da colunista da “massa cheirosa” verberando contra a acusação do então vice de José Serra, Índio da Costa, que acusou o PT de “ser ligado às Farc, ao narcotráfico”.
Aí, pode, D. Eliane?
Mais: houve alguma palavra de protesto quando Mauro Chaves, jornalista ligadíssimo a Serra desferiu o petardo do artigo no Estadão com o famoso “pó pará, governador”?
Aliás, o Estadão, tal como se acusava Stálin de “sumir” com a presença de Trotsky nas fotos da revolução russa, fez apagar a página, que o navegante Rei Lux recuperou nos arquivos da internet.
E mais ainda, porque a colunista da Folha não procura seu novo colega de Folha, Reinaldo Azevedo, o último serrista assumido da grande mídia, para perguntar porque ele escreveu que “A estranha história do helicóptero dos Perrella, lotado de cocaína, não fecha quer na narrativa, quer na matemática“?
Só falta agora vir o Merval Pereira vir reclamar, logo ele que publicou a foto de um presidente de associação de moradores de um morro (o do Telégrafo, na Mangueira) ao lado de Brizola dizendo que o então candidato a Presidente tirava fotos com traficantes…
Aliás, Brizola, que enfrentava na própria família o sofrimento causado pelo abuso de drogas, foi o tempo todo chamado de protetor do tráfico pelos congêneres de Cantanhêde.
Se fosse Brizola e não a Globo quem patrocinou o primeiro Rock in Rio, será que não iam dizer que o governador usava um espetáculo para a juventude para estimular o uso de drogas e favorecer o tráfico?
É curiosa esta indignação seletiva.
Acusar gente de esquerda, que não tem uma visão de “cura policial” para o problema das drogas – um dos raros traços de lucidez de Fernando Henrique, aliás – de ser ligada às drogas, pode.
Quem faz demagogia com drogas, curiosamente, é o antigo ídolo de Cantanhêde, José Serra, em seu artigo na própria Folha, acusando o governo brasileiro de ser negligente com seus “apenas” 8 mil quilômetros de fronteira, quando ele sabe que, com cerca, muro e todo o poderio americano, toneladas de drogas entram nos EUA pela fronteira com o México, que mede apenas 40% disso?
E é engraçado que, ao tocar nesta questão, tudo o que se consegue tratar é de mandar polícia para as favelas e periferias, onde estão os pequenos “aviões” – e não helicópteros – da droga.
Porque é que, quando se trata de reprimir o consumo de drogas nunca se pensa em fazer o que se faz nas favelas nos bairros e “points” de elite, onde fica, de fato a “massa cheirante”?
A imprensa faz matérias sobre como traficantes desfilam livres no morro, mas não como o consumo de drogas é “arroz de festa” nos encontros da elite.
A imprensa americana publica. A daqui, cala.
A droga, nos jornais brasileiros, é um mal do mundo dos pobres, não do dos ricos.
O delegado Hélio Luz, que teve a ousadia de dizer que “Ipanema brilha à noite” foi, como se sabe, devidamente “apagado” de posições de mando na polícia.
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Caro Fernando...
para a elite paulista (anti-nacional, racista, homofóbica... resumindo: uma escória...) a diferença é entre os tipos: se fosse um pobre coitado, preto, pobre, fumando um baseado de maconha numa esquina qualquer o Datena, o Marcelo Resende, Jabor, estariam pedindo pena de morte... Mas, meia tonelada de pó para um "deles" (Perrela, Aécio ou qualquer outro) não é nada, é exagero nosso, é baixaria nossa, ainda mais porque estamos alertando a população que não é só a Siemens ou a Alstrom que financia as campanhas "deles", "eles" são versáteis, são "modernos"... Será se o "Tuminha" não poderia também fazer um "libreto" "denunciando" como um "piloto" conseguiu dinheiro pra comprar "essa bagatela"... E o "domínio do fato" do Barbosa Ap. em Miami Huck não vale pra esses casos? Ou será que pra eles é leviandade "nossa"? Sei não, mas, acho que a Eliane tem razão: esse pouquinho de pó foi alguém do PT ou de um blog sujo que inventou pra prejudicar o Cerra; ou então, o que é mais provável, a culpa é do mordomo... Tem mordomo, sim, nessa história, pode ir atrás, na Suíça, que tem...
Aliás, estive refletindo melhor, e, como bacharel em Direito, conforme a “teoria do domínio do fato”, pela a interpretação dos “supremissímos“ ministro de nosso “insentissimo” STF, por inspiração dos “magníficos” Gilmar Dantas e Barbosa Ap. em Miami Huck, a “meia tonelada de pó” é do José Dirceu e o helicóptero é do José Genoíno. E para que você não diga que estou delirando (não sou “playboy carioca”, além do mais prefiro outros cheiros), vamos aos fatos do “domínio do fato”:
1) há alguma prova de que o José Dirceu e José Genoíno tem algum envolvimento no caso? Não! Portanto, eles são os chefes da quadrilha, está “claríssimo”;
2) de quem era a fazenda onde o “pó” foi enconcntrado? Dos Perrela! Então, os chefes são José Dirceu e José Genoíno! Onde está o MPF? Que falta faz o dr. Roberto Torres, quer dizer, Guergel! Se ele estivesse lá, o inquérito já estaria nas mãos do “spremissimo” Barbosa Ap. em Miami! Resultado? Com sua interpretação barbosiana do domínio dos fatos, José Dirceu e José Genoíno já estariam condenados como “donos do pó” e do “helicóptero” também;
3) VEJA, a mais isenta revista semanal do Brasil, numa sublime reportagem do Policarpo Cachoeira, quer dizer, desculpe-me, Cachoeira Junior (de novo, foi mal), Policarpo Júnior, já provou que as FARC são financiadoras do PT, portanto, olha o “domínio do fato”, José Dirceu e José Genoíno são os “donos do pó” e do “helicóptero”. (Quero, inclusive, aproveitar o espaço para suplicar a VEJA que coloque o Cachoeira Júnior em campo, ou melhor, na pista de pouso, para que fique provado, através de uma de suas “excelentíssima” reportagem, com suas fontes “absolutissimamente” confiáveis e comentários do “ilustradíssimo” Reinaldo CerrAzedo, quer dizer, Azevedo, que foi José Dirceu que armou tudo – tenho certeza o Policarpo conseguirá provar!);
4) “domínio do fato”, de novo numa interpretação barbosiana, direto do Ap em Miami: onde estavam José Dirceu e José Genoíno no dia do “fato”? Arbitrariamente presos por onde do Ataulfo: então, não a dúvida o “pó” é deles e o helicóptero também.
Vê-se, meu caro Fernando, que sua ideologia tem criado limites para sua cultura jurídica! Você precisa assistir às sessões do “supremissimo tribunal federal”, mesmo que seja pela TVJustiça, lê as “academississimas” obras do Merval Ataulfo e se inscrever num curso ministrado pelo nosso Gilmar Dantas! Aí, você entenderá a “interpretação barbosiana” da teoria do domínio do fato” e descobrirá que o “pó” foi “plantado” numa das dezenas de milhares das fazendas do “Lulinha” por ordem do José Dirceu e do José Genoíno, com financiamento de recursos desviado pelo Henrique Pizzolato da Visanet.
Por fim, quero pedir-lhe que faça chegar ao “moralíssimo” senador Álvaro Dias (PSDB/PR) meu rogo para que ele exija uma CPMI, se possível contando que os “prestíssimos labores” do ex-procurador (como o Ministério Público sobreviverá sem ele?!) Roberto Torres, quer dizer, Gurgel, para que se investigue imediatamente a participação do José Dirceu e do José Genoíno nesse negócio do “helicóptero de neve”, quer dizer, “de pó”, para que eles sejam levados ao julgamento do “supremissimo”, e não abrirei mão do domínio do fato, fique claro.
Certo de que você agora entendeu a interpretação barbosiana da teoria do domínio do fato, tenho certeza de que você parará com sua “baixaria” e insinuações, conforme pede-lhe a “mídia cheirosa”.
Leonidas Mendes Filho
(Parauapebas/PA)
Leonidas Mendes Filho
(Parauapebas/PA)
Elite paulista? Ahh, tá falando do Maluf e de seus eleitores, né?
Fernando, acrescente nesta lista o Delegado Zaconne que estava lotado na Del. Da Gávea e foi transferido para a baixada, por ser membro da LEAPBRASIL agentes da lei contra a guerra às drogas que defende a regulamentação de todas as drogas
Eliane se empiPÓcou toda! Mas sobre o HeliPÓptero ela se nega a falar. PÓde isso? Para o PiG, PÓde!
Ela ficou POssessa,
Acho que não chegou a encomenda!!!!!
É como estão falando : A fazenda é do pai, o helicóptero é do filho, mas a cocaína é do Espírito Santo.
A massa cheirante é a clientela privilegiada da massa cheirosa.
Pó pará, Catanhede.
Como disse Maquiavel…Estes baroes (da midia??) tem Estados( ORGANIZACAO ONVERSEAS??) e suditos proprios (jornalistas??) que os reconhecem por senhores e a eles dedicam natural afeicao (tapinha nas costas??)
A midia cheirosa defendendo o seu PÓder de desviar o foco.
Esses petralhas são muito sujos mesmo, o Helicóptero só passou por Divinópolis para dar carona a um deputado federal que é da cidade, êta povinho maldoso sô!
DivinóPÓlis?
Além da expressão "massa cheirosa" cunhada por essa jornalista temos agora a "elite cheiradora".
Depois dessa a cheirosissima, epa, depois dos sessenta é cheirosoza, senhora vai pensar pera destilar
besteiras. O que não se faz para sobreviver...