Leio que os “sabe-tudo” do Financial Times chamaram de “passo populista” o aumento de 10% anunciado pela Presidente Dilma Rousseff aos beneficiários do Bolsa-Família.
É preciso traduzir para os que acreditam nos jornalistas econômicos o que isso significa.
R$ 7 reais a mais por mês para a grande maioria, que recebe o valor básico, hoje de R$ 70 mensais. Ou uma moeda de R$ 0,25 por dia, assim mesmo faltando dois dias para completar o mês.
Mesmo os maiores benefícios, que são dados – meu deus! – aos que não têm renda mas tem cinco filhos pequenos e mais dois jovens de 16/17 anos, vão receber 36 reais a mais num mês, pouco mais que um real por dia.
Em nome de cada um destes desvalidos, o Brasil não dá um, mas milhares de passos “juristas”. Por cabeça, paga mais de mil reais de juros por ano aos “homens bons” do capital, na forma de juros, sem que isso provoque críticas do mundo financeiro, exceto por ser ainda pouco.
Será que os “meninos” do Financial Times leram o grande Charles Dickens, um dos orgulhos da literatura inglesa?
Se não, trago um trechinho, para que lhes arda a consciência, da excelente tradução de Machado de Assis.
Os membros do conselho da administração eram homens profundamente filósofos. Examinaram o asilo da mendicidade e descobriram repentinamente aquilo que os espíritos vulgares nunca chegaram a descobrir; isto é, que os pobres nadavam em prazer naquele estabelecimento. As classes pobres, no pensar daqueles senhores, tinham ali uma casa de recreio, uma taverna em que não se pagava nada, almoço, jantar, chá e ceia — em suma um verdadeiro paraíso de tijolos onde se gozava de tudo sem trabalhar.
— Olé — disse o conselho consigo —, vamos pôr estas coisas em seus lugares; vamos acabar com isto.
Imediatamente estabeleceram como princípio que os pobres pudessem escolher (não se forçava ninguém) uma destas coisas: ou morrer de fome lentamente se ficassem no asilo, ou morrer de repente se saíssem para a rua. Para este fim contratou o conselho com a administração das águas uma quantidade ilimitada delas e com um mercador de trigo a remessa de um pouco de farinha de aveia em períodos determinados; concederam três pequenas rações de mingau por dia, uma cebola duas vezes por semana e a metade de um pão nos domingos.
(…)
A princípio foi um pouco dispendioso o tal sistema; era preciso pagar mais a empresa funerária e apertar a roupa dos pobres que emagreciam descomunalmente depois de uma semana ou duas de mingau; mas o número dos habitantes do asilo de mendicidade
diminuiu muito e os administradores estavam no sétimo céu.
Os nossos “membros do conselho de administração”, como o pró-homem de Aécio Neves, Armínio Fraga, que acha que os salários estão muito altos, deveriam receber um livrinho do Dickens.
Talvez, para gastar menos, pudessem assistir á versão cinematográfica, de Roman Polanski, porque talvez achem meio “arcaico” ler romances.
Um ou outro, que seja, para doer em suas almas, se as têm, “medidas impopulares” que sugerem.
Quanto a nós, que lendo ou não lendo Dickens, não aceitamos ver seres humanos passando fome, temos de perder o medo de dizer-lhes o que são, os “anti-populistas” que conseguem ter a coragem de reclamar de uma moedinha a um miserável.
Dizer-lhes que são monstros.
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Defendem dinheiro apenas para os especuladores .
A direita acusa de populista todo aquele defende o bem estar e a prosperidade do povo, dos trabalhadores e dos desfavorecidos.
Como nomear aquele que defende o bem estar e prosperidade de banqueiros, industriais, latifundiários e poderosos?
A doutrina do amor ensina a pratica do amor, da caridade e da fraternidade com o desfavorecido, e diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.
A doutrina do egoísmo ensina tratar ser humano como mercadoria, chama trabalhador de vagabundo, chama trabalho de custo e não dignidade e sustento, aposentado de vagabundo (segundo FHC), chama Bolsa Família de Bolsa Esmola, tem a riqueza como paraíso e o dinheiro como Deus.
Graças a Deus pelo "populismo" de Lula e Dilma.
Deus nos livre do tecnicismo (técnica do cinismo)de Aércio e Eduardo.
Jesus era populista....
permanece o desafio de tornar-se o brasil um país moderno, o espaço territorial de uma grande massa de coadjuvantes e não de serviçais, medievalmente atados aos caprichos de uma minoria de senhores ocupados em -como sempre em modo delirante, recuperar privilégios perdidos. privilégios que tais senhores jamais, em tempo algum, cogitaram compartilhar democraticamente e, por assim fazê-lo, evitar as mazelas que nunca (dantes...) cuidaram reparar.
https://www.facebook.com/PassalidadesAtuais/posts/401126490029683
Britto, cada vez te admiro mais como jornalista. Um texto simples, mas que nos leva a uma boa reflexão. Estes neoliberais estrangeiros agora estão na campanha pró Aecio.
Tem algum problema cuidar dos pobres ? Se preocupar com a pobreza extrema,isso e' populismo ?
Então e' bom.
A vida não e' uma pescaria,não se trata de dar peixe,nem de ensinar pescar,se trata de responsabilidade
perante o que se pode,e se deve fazer,um governo sério, que não seja "omisso ou subalterno",que queira trilhar seu próprio caminho,sem interferências externas,que busque
no cotidiano,suas qualidades como cuidar do seu povo,e ao mesmo tempo cuidar do país.
Estamos vendo o que acontece no mundo,países ricos da europa,em situação, nada boa,e o mundo e' globalizado,o que acontecer, com o
mundo nos afetará também, e o mundo tem esperança no Brasil, então como vamos,trilhar antigos
conceitos de economias,pagãs ....
Populismo? A oposição tomou foi uma sova! Como já disse aqui outras vezes acredito firmemente, guardadas devidas proporções, que a Dilma está fazendo um governo melhor do que o do ex-presidente Lula, mas a “mídia familiar” omite isso, deliberadamente, porque se comporta, ilegalmente, como um “partido político de oposição”. E está formando uma imensa geração de zumbis que NÃO ENTENDE O SEU PRÓPRIO PAÍS. O que dizer, por exemplo, de tucanos posarem de arautos defensores da Petrobras depois do período de triste memória em que “privatizaram” (ou doaram?) inúmeras empresas públicas altamente lucrativas entre negociações nada republicanas? Cinismo! Hipocrisia pura! E a “Petrobrax” por muito pouco não entrou na dança! Lembram-se? Outra coisa! Sabemos também das dificuldades de levar médicos e assistência aos grotões, periferias ou comunidades indígenas desse imenso e desigual país. A Dilma bancou essa “parada duríssima” com o Programa Mais Médicos contra tudo e toda aquela enorme campanha da oposição, inclusive da mídia e das corporações médicas. E depois surgem paspalhos com aquele papo de “comunismo” como se com gente morrendo por falta de assistência médica alguém realmente se importasse com a “coloração ideológica” do médico que o atende. Balela! Por último, repito! As greves e os movimentos sociais eram duramente reprimidos durante o governo FHC, inclusive com o emprego, pasmem, de tropas do exército na repressão de movimentos grevistas! Tucanos pousam de “democratas”, mas quando estão no governo são draconianos contra funcionários públicos e truculentos contra as parcelas mais vulneráveis da população! O “Massacre do Pinheiro” está aí para nos lembrar do modus operandi dessa gente! PSDB nunca mais! Dá-lhe Dilma em 2014!
Com Aécio e 'Dilma de mentira', Força Sindical promove ato contra o governo
Em tom agressivo, Paulinho da Força, presidente licenciado da central, anuncia 'presidenta mais feia que o diabo', pede 'banana' para Dilma, dizendo que deveria ser presa. Aécio e Campos marcam o ato
por Diego Sartorato, da RBA publicado 01/05/2014 13:50, última modificação 01/05/2014 14:41
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LUIZ GUARNIERI/BRAZIL PHOTO PRESS/FOLHAPRESS
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Aécio ao lado de humorista fazendo as vezes de Dilma: tom exagerado, na visão do ministro do Trabalho
São Paulo – Entre shows de bandas populares, sorteio de automóveis e apartamentos, a Força Sindical realizou um ato político agressivo contra o governo da presidenta Dilma Rousseff (PT) neste 1º de Maio. O presidente licenciado da central, deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade), abriu o discurso conclamando o público a discordar da mensagem transmitida ontem em cadeia nacional de TV e rádio pela presidenta. "Quem aqui acha que a inflação subiu? Quem acha que o desemprego subiu? Quem acha que o salário caiu?", perguntou. Ao lado do senador Aécio Neves (PSDB), que recebeu a promessa de apoio incondicional de Paulinho para a campanha presidencial, chamou ao palco um humorista do programa Pânico, da TV Bandeirantes, caracterizado como a presidenta.
"Todos os anos, nós convidamos todos os candidatos a presidente para o palco. Neste ano, só teve coragem o Aécio, que não mandou representante. Veio ele mesmo. Quer dizer, a Dilma também veio, mais feia que o diabo", anunciou. "Vocês viram a banana que jogaram no Daniel Alves? Quem merece uma banana é ela. Quem aí sabe fazer o gesto da banana? Vamos dar uma banana para a Dilma", completou. Na sequência, Aécio, tomando o microfone, empurrou para longe a imitação da presidenta. "Já era. Aqui você não volta mais", afirmou.
Paulinho e Aécio revezaram-se, ainda, em críticas ao reajuste de 10% no Bolsa-Família anunciado pela presidenta e reforçaram o discurso crítico à compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, que é investigada pela Polícia Federal. "Ontem, ela foi à TV para apresentar medidas eleitoreiras, mas não vai adiantar", disse Aécio. "A Dilma deveria é estar na Papuda, junto com os outros, pelo que fez com a Petrobras. Destruiu a maior empresa do Brasil", completou Paulinho. Eduardo Campos (PSB), também pré-candidato à Presidência, chegou atrasado e interrompeu o show da banda Pixote para fazer a apresentação, e foi convidado por Paulinho a repetir o gesto de dar uma banana à presidenta Dilma.
O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), líder peemedebista na Câmara, também subiu ao palco e, ao lado de Roberto Freire (PPS), prometeu auxiliar Paulinho na aprovação de projetos de lei no Congresso, em especial o que torna permanente a fórmula de reajuste do salário mínimo adotado pelo governo Lula e mantido por Dilma até 2023.
A encenação causou constrangimento entre sindicalistas da própria Força Sindical que não migraram para o Solidariedade, partido criado em setembro passado por Paulinho para oficializar-se na oposição aos governos do PT – historicamente, a Força Sindical é ligada ao PDT, partido fundado na década de 1980 por Leonel Brizola, e que segue na base governista. Até o ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT), criticou o exagero. "Exageraram demais, né? Mas é bom que continuem assim, porque mentem e vão perder as eleições. Temos o menor desemprego do mundo, geramos 21 milhões de empregos nos últimos 10 anos, mesmo com a crise econômica mundial", afirmou. "Faz parte do jogo democrático, a Força Sindical é bastante heterogênea", ressaltou.
Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência e que falou em nome da presidenta Dilma à população, também minimizou as críticas. "Com muita segurança, olhando nos olhos de todos vocês, podemos garantir que seguiremos lutando pelos trabalhadores. Nós estamos na luta todos os anos. Não apenas a cada quatro anos, como eles. Quem queria privatizar a Petrobras foi Fernando Henrique Cardoso. Quem chamou os aposentados de vagabundos foi Fernando Henrique Cardoso. Quem causou arrocho salarial dos trabalhadores foi Fernando Henrique Cardoso. E ele quer voltar na figura do Aécio", rebateu.
Saudadesa do tempo de FHC, que o salário-mínimo era de 60 dolares.
O pobre vivia de barrehia cheia.
Quem acredita neste Paulinho da força sindical???não passa de um vagabundo!!Aécio Neves???oopps!!never ?????perderam pilantras.O povo não é bobo!!!!vão relinchar em outra praia!!!aqui vcs perderam..PT saudações,Dilma 2014 no primeiro turno!!!Avante PT!!!!!