Hoje, em O Globo, transcreve-se parte do parecer da Procuradora Geral da República em defesa do “auxílio-moradia” pago indiscriminadamente aos juízes, no qual, desde o início, os procuradores “pegaram carona” para engordar seus contracheques.
A tese de D. Raquel é sui-generis:
A leitura da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público mostra que o legislador incluiu entre os direitos dos membros do Parquet (Ministério Público) a desoneração, mesmo que parcial, em matéria de moradia. Ao dizer que, onde não houver residência oficial, é devido o auxílio, deixou claro que a verba compensa os que não receberam residência oficial condigna, assumida como obrigação do Estado”.
“Não há, enfim, desvirtuamento da finalidade indenizatória pelo fato de a verba não distinguir membros proprietários de imóveis residenciais dos que não o são; com efeito, em ambas as situações o membro assume ônus pecuniário (pelo pagamento de aluguel, no caso dos não-proprietários, ou pela imobilização de haveres próprios, no outro) que não haveria se disponível a residência oficial.”
Você entendeu? Na tese da procuradora-geral, ao passar no concurso para procurador, o sujeito ganha o direito não apenas aos vencimentos da carreira, mas a ter sua casa custeada pelo Estado brasileiro: leia-se, pelos impostos dos cidadãos.
Ah, Dona Raquel, tenha santa paciência. Ninguém questiona que um juiz, um promotor, um médico, um militar, um professor que seja mandado servir numa vila no interior do município de Óbidos, no Pará tenha uma “residencia oficial”custeada pelo Estado. O mesmo se aplica, na própria iniciativa privada, quando alguém é mandado para longe de seu local de residência. Ou para quem vá ocupar um cargo temporário em outro estado.
Mas não é o caso. É benefício amplo, geral e irrestrito das castas judiciais. E que,sequer, impede outra farra, a das diárias pagas aos integrantes da corporação que, na prática estão lotados em cidades – em tese, só em tese – diferentes daquelas onde formalmente exercem suas funções. Porque, neste caso, como explicar o auxílio-moradia para os integrantes da Lava Jato que, segundo a Folha, receberam, além dele, de 2015 até julho deste ano, cerca de R$ 2,2 milhões só em diárias?
O argumento dos “moralistas”, ironicamente, abre mão da moral para se enganchar no que, supostamente, seria legal.
No fundo, a questão se resumiu no “se tem jeito, por que não pegar”?
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Perfeito análise Brito!
É tão absurdo o raciocínio dessa pessoa (imagine só que é a Procurador-Geral) que tenta nos convencer que qualquer membro do Judiciário "teria o direito" de ter sua moradia custeada pelos impostos cobrados de todo cidadão. Qualquer outro servidor público, que seja aprovado em concurso público, e nomeado nos cafundó dos judas TERÁ QUE ARCAR com o seu deslocamento, mudança e moradia onde for nomeado. Tenha a santa paciência, Raquel, não nos chame a todos de idiotas........Procure ao menos ser mais digna nos seus comentários e defesas indefensáveis dos seus pupilos.
Além de ladra, conivente com as picaretagem do Temer e do PSDB , quer que o Lula sege preso. É a perfeita, procuradora desse governo e tem todo apoio da Mídia. Pra que termos justiça que não existe no Brasil, para que nós cidadãos mantenhamos esse bando de mama nas tetas do estado as nossas custas.
Eugenio Aragão, ministro da justiça de Dilma, tinha muitas esperanças nessa Sra que substituia o embusteiro do Janot, enganou-se, são todos vinhos da mesma pipa, tudo vinho azedo e adulterado.
Espírito de corpo ou espírito de porco? vai vencer o primeiro, inegável e inexoravelmente, embora com base no segundo. E vamos continuar pagando a farra. Talvez agora o brasileiro comum, o classe "mérdia", comece a perceber a diferença entre bolsa família e bolsa toga
Infelizmente, o Judiciário ainda é uma das castas mais poderosas do país. Alguns magistrados, por exemplo, são acometidos de uma enfermidade que nós, advogados, alcunhamos de juizite. É como aquela velha história de que o juiz achaque é Deus, mas o desembargador tem certeza.
Contudo, isso não pode fazer com que coloquemos em descrença o Poder Judiciário, pois onde o mesmo não tem independência e é subjugado pelo Poder Executivo (vide Venezuela), instala-se uma ditadura disfarçada de democracia: uma democradura.
Aqui no país, temos figuras horríveis no Judiciário, a exemplo do juiz que foi passear com o carro de Eike Batista, de Gilmar Mendes, de Levandovski (e sua subserviência ao PT), mas a generalização não encontra eco na realidade de que a maioria dos juízes são bons profissionais.
Quanto ao auxílio-moradia, entendo que esse apenas deve existir para aqueles que não possuam residências próprias e não possuam, também, investimentos em imóveis. Senão, se consubstanciam em enriquecimento ilícito. Moro e Bretas não somente devem parar de receber o auxílio-moradia, como devem devolver aos cofres públicos toda verba dessa natureza recebida indevidamente. O Estado não pode ser fonte de investimentos pessoais. As despesas pessoais (comer, vestir, morar) devem ser pagas com os salários dos servidores públicos. Chega de privilégios!
Esses juizes poderiam começar a espalhar bihetinhos do tipo:
"Sem esse auxilio eu poderia estar roubando, matando, na droga..."
Inexplicável, ou totalmente explicável por quem esconde processos do paulo preto que teve origem lá na longinqua suiça.
Nomeação do temer.
Esta pgr...!!!
Pqp! que papelao ein dra.
Essa raquel dodge (em minúsculas, pois a canalhice e mau caratismo assim o recomendam) é aquela que, além de aceitar a nomeação feita pelo traidor-golpista-usurpador-corrupto profissional, chefe de quadrilha, michel temer, aceitou também encontrar-se com ele, às escurinhas, atrás de moitas. A mesma raquel dodge é a que não deseja investigar a corrupção tucana e que, na esteira de rodrigo janot( também um verme moral, canalha e mau caráter), manteve engavetado o processo contra Paulo Preto e JS-Tarja Preta, que ela e o antecessor fizeram o favor de facultar o acesso por parte da defesa de Paulo "Afrodescendente". Preciso dizer mais!?
Deixa eles togados fazerem greve para defender privilégios negados a grande massa de brasileiros. Pode começar daí a ruína deles e dará mais argumentos aos adversários da categoria para farra de dinheiro público que atinge em cheio o judiciário.