O coordenador do Observatório de Político Fiscal do IBRE, da Fundação Getúlio Vargas, Manoel Pires, publicou hoje um estudo que mostra o quanto a política recessiva que se veio aplicando desde 2015 afeta as contas da Previdência, com um impacto violentíssimo.
As estimativas de arrecadação previdenciária feitas antes da recessão “indicavam que a arrecadação da Previdência se estabilizaria em 6,86% do PIB em 2021”. Agora, as projeções, por conta do desemprego e da perda de valor da massa salarial de emprego formal – a que recolhe – está em 5,76% do Produto Interno Bruto.
Uma percentagem menor sobre um PIB sensivelmente menor do que aquele que o país teria com taxas de crescimento razoáveis.
Como o lado da despesa da Previdência não diminui com a crise e, ao contrário, sua proporção tende a representar uma parcela maior ante uma atividade econômica que não se expande na mesma proporção, os gastos previdenciários, que em 2014 chegariam a 7,98% do PIB em 2021 tiveram sua estimativa revista para 8,76% do PIB daquele ano.
Queda na receita e peso maior da despesa elevaram, portanto, a previsão de déficit da Previdência, que ficaria em 1,12% do Produto Interno Bruto, na estimativa para daqui a dois anos, aumentando para algo como os 3,06% do PIB esperados agora para 2021.
Isso quer dizer que o “buraco” nesta conta terá, em dois anos, um tamanho que só teria em 2037. Ou seja, uma antecipação de 16 anos das dificuldades de caixa.
Fica evidente que o maior inimigo das contas previdenciárias não são os que caminham para a condição de aposentados, que devem ter seu caminho aumentado e dificultado com a reforma que se quer fazer, mas as políticas recessivas, contrárias ao emprego formal (como a tal “carteira verde-amarela”) e indutora do desemprego.
Com crescimento econômico, diz o estudo, “era possível fazer uma reforma bastante gradual como vinha ocorrendo no passado, em que cada governo realizava um ajuste no sistema”. Mais palatável para a população, diz.
Com o projeto de estagnação a que querem nos atrelar, talvez nem o genocídio previdenciário nos livre do desastre nas contas.
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mas a ideia não seria essa mesmo?
fazer terra arrasada pra poder dizer que tem que privatizar tudo?
Não disponho de dados formais, tampouco sou especialista nessa oj em quaisqjer questões, mas tenho a impressão (aliás, a percepção) de que, desde o advento da chamada Operação Lava Jato, os estafos da Federação, um após o outro e em rítmo crescente, dificuldades financeiras, conturbações sociais e declaração de calamidade pública.
Isso seria coincidência ou consequência?
O fato é que, sob a falácia de "combate à corrupção", a Lava Jato deflagou um processo de perseguição política que teve sérias repercussões econômicas, com o desmonte de setores inteiros da economia nacional e acirramento de dificuldades já enfrentadas por entes federativos e criação de novas dificuldades. Se tantos desatinos não foram orquestrados, parece-me, são crias de uma orquestração perversa que está empurrando o País para um completo caos social.
Na minha percepção, repito sem quaisquer dados formais, esse ambiente se seguiu à Lava Jato. Daí que, no meu entendimento, o maior de todos os responsáveis, individualmente, mas não o único, pela vaidade e pelo enviesamento político e manipulação das instituições da Justiça para satisfação de raiva pessoal e ganância de poder e pela alegria criminosa em servir de ferramenta à desestruturação política, econômica e social do Brasil, tem nome e sobrenome: Sérgio Fernando Moro.
Sérgio Fernando Moro, portanto, é quem eu vejo como o maior criminoso do Brasil na atualidade.