Recessão com eleição

Análises e notícias da economia deste domingo têm um só tom: a previsão de dificuldades econômicas para 2022.

Situação fiscal e crise fazem investidor externo sair do Brasil, diz o Estadão em manchete, narrando a decadência do Brasil no ranking dos destinos de investimentos externos.

Ruim no financeiro, preocupante no comercial, pois a balança comercial teve o pior resultado desde 2015, mesmo com o dólar nas alturas.

Bolsonaro deixa deterioração econômica como herança para próximo presidente, constata (o óbvio) a Folha de S. Paulo, na manchete dominical.

A crise vai ser o tempero do ano eleitoral de 2022 e ninguém mais duvida disso.

Para Bolsonaro, a esperança é que o “Auxílio Brasil” o salve da maldição dos pobres. Muito difícil, porque ainda não se sabe seu alcance e possivelmente será menos amplo que o auxílio-emergencial que terminou.

Para Lula, é o recall do tempo de prosperidade vivido em seu governo, que lhe dá imensa vantagem na faixa de renda mais baixa.

Ciro e Moro terão de partir para o espetáculo: o primeiro, exibindo o “folheto” de seu Plano Nacional de Desenvolvimento, vago e abstrato e o segundo dizendo que a culpa da crise é a corrupção, um bordão que se desgastou com os anos.

É aí que se dará a disputa: o resto é perfumaria.

Os favoritos, Lula e Bolsonaro, já mostraram que são duros na queda: o primeiro resistindo a cinco anos de acusações e quase dois anos encarcerado por Sergio Moro. O segundo, que com todos os fracassos e ridículos, consegue manter seu núcleo de eleitores, tanto os simplórios quantos os fanáticos.

Daí um quadro eleitoral que, pesquisa após pesquisa, não se move, com o favoritismo de Lula, a presença forte de Bolsonaro e as migalhas dos demais.

Teremos uma eleição com recessão e os exemplos de 2002 e 2014, embora com resultados diferentes, deram o mesmo papel: a fraqueza do governismo.

 

 

 

 

Fernando Brito:
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