Relatório pró-impeachment é carta marcada que só merece atenção pelos erros

Os leitores deste blog devem ter reparado que aqui não se dá muita atenção ao relatório e à própria votação da Comissão Especial do Impeachment formada na Câmara dos Deputados.

Por uma simples razão: é um jogo de cartas marcadas conduzido por Eduardo Cunha, o único caso no mundo em que um bandido-réu no Supremo Tribunal Federal conduz um processo de destituição de uma Presidenta eleita,

Uma vergonha que ficará marcada para sempre na história do Brasil, seja qual for o desfecho deste processo.

Mas há alguns pontos que devem ser ressaltados porque implicam na fragilidade jurídica do documento – evidentemente preparado até antes da apresentação da defesa do Governo – produzido pelo deputado Jovair Arantes, denunciado pelo Ministério Público Federal em 2011 por  envolvimento em esquema de favorecimento de concessão de aposentadorias e cargos dentro do INSS.

É que Jovair vai além do que havia sido acolhido por Cunha, ao considerar o que chama de “pedaladas fiscais” de anos anteriores a 2015, contrariando o entendimento de que a vedação legal a processo de crime de responsabilidade de Presidente da República não pode abarcar fatos anteriores ao mandato que exerce.

A aprovação de seu relatório pela maioria cunhista da Comissão levará o caso, necessariamente, para o Supremo Tribunal Federal onde, salvo se cair nas mãos de Gilmar Mendes, que se lixa para a lei, vai render polêmica.

A segunda questão é que Jovair diz que o Congresso foi “coagido” a sancionar as alterações orçamentárias que geraram a quitação, no mesmo exercício, dos valores antecipados pelos bancos públicos para o pagamento de despesas essenciais, como o Minha Casa,Minha Vida.

Isso implica dizer, objetivamente, que houve autorização congressual para que as despesas fossem quitadas e a maior prova disso é que boa parte delas se deu em 2014, quando todos já discutiam a questão das “pedaladas”. Pouco importa a avaliação subjetiva de Arantes; o fato é que seu relatório consagra o fato de que houve autorização legislativa para as despesas.

Novamente é fato objetivo , que nada tem a ver com o julgamento político que o Supremo entende caber ao Legislativo e, portanto, ele de ser levado à  apreciação judicial.

Fernando Brito:

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  • Esse corrupto de processo judicial não entende nada. Se fosse um julgamento no judiciário já teria perdido a questão.

  • Quem deixou estes loucos alí na câmara?
    Não há autoridade que denuncie estes bandidos antes que eles façam um novo banditismo?
    aquele senhor de cabeça branca faz o que mesmo?
    Quer dizer que o cunha e sua trupe estão livres, leves e soltos, para não dizer incentivados.

  • O deputado Silvio que fazia parte dessa comissão fez um pronunciamento e se retirou a um mês, porque disse que era jogo jogado, que os integrantes foram indicados por Cunha, o que se confirma. Não tem a menor validade

  • Uma peça confusa. Não tem nível nem para pedir o impedimento de um prefeito dos grotões.

  • Este processo de impeachment é uma fraude, um crime de estado sendo cometido.
    Golpe!

  • Jovair não sabe ler o que o Cunha escreveu. Jovair troca palavras, tropeça no plural das palavras. Jovair é um desses tantos ignorantes a serviço do banditismo.

  • Caro Fernando
    Esses canalhas não estão nem ai com nada.
    Eles fogem do roteiro, o roteiro original é o de desgastar, e não de dar golpe.
    Nesse esquema, eles se torna descartáveis para seus patrões, veja Eduardo Campos.
    Saudações

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