Retaliação dos EUA ao Brasil usando a merenda escolar?

Tomara que não seja, mas tem pinta de retaliação. Se é, os Estados Unidos encontraram uma forma, além de ridícula, perversa e desumana de retaliar a cobrança feita por Dilma Rousseff na ONU sobre o escândalo de espionagem feita pelo governo americano no Brasil (e no mundo inteiro, aliás).

Ontem, o governo americano, segundo noticia o Estadão, foi apresentar queixa à Organização Mundial do Comércio – dirigida pelo brasileiro Roberto Azevêdo, eleito contra o candidato dos EUA –  para questionar “os programas sociais e de ajuda alimentar a famílias pobres no Brasil, sob a suspeita de que sejam estratégias e mecanismos de subsidiar de forma indireta a agricultura e produtores rurais, violando regras internacionais”.

O motivo é risível: o governo brasileiro repassa recursos para que governos estaduais e municipais comprem alimentos produzidos por agricultores familiares para a merenda escolar.

É tão inacreditável que prefiro transcrever o que diz o Estadão, para que ninguém ache que é invenção ou delírio meu:

“A cobrança de Washington é direcionada ao programa expandido no Brasil em 2009, quando a merenda escolar passa a utilizar um volume maior da agricultura familiar. Por lei, governos municipais e estaduais são obrigados a usar no mínimo 30% dos recursos repassados pelo governo federal para alimentação escolar para comprar produtos da agricultura familiar.

Na época, o Ministério do Desenvolvimento Agrário disse que a lei da merenda escolar abriu mercado a produtos com dificuldades de comercialização. Cerca de R$ 3 bilhões já foram usados para atender a 44 milhões de crianças na rede pública. A suspeita, porém, é de que essa seria uma forma indireta de apoio ao produtor agrícola.”

A história é estranhíssima e aparentemente sem pé nem cabeça. Os produtos da agricultura familiar não competem no “agribusiness” internacional.

Mexer na merenda das crianças e no apoio aos lavradores pobres ou remediados deste país é apelar para algo inimaginável.

Se isso é para evitar que o Brasil compita com o milho americano no mercado chinês já é absurdo.

Se é retaliação política em cima de uma questão tão séria como a merenda escolar é nojento e abominável.

 

Fernando Brito:

View Comments (36)

  • Deve ser alguma bichona americana, com raiva da elegancia e da firmeza da Presidenta Dilma. Se eu sei quem e dou na cara dela,

  • Risivel, é porque a gente pode dar risada?
    Se não for, vou me enganar porque quero!
    HHAHAHAHAHAAHHAHAHAH................
    Isto é coisa de americano que quer a guerra
    que quer tirar a merenda da gurizadinha.
    Só pedindo para o SOL secar estes americanos.
    Estão fungados...

  • É ridículo porque o incentivo à menrenda atinge apenas o MERCADO INTERNO. Não cai dentro da responsabilidade da OMC.

  • PARTINDO DESTA TURMA DE VAMPIRO E DE ASSASSINOS MUNDIAIS NADA É DE SE SURPREENDER, OS EUA SEMPRE FORMA O LIXO DA HUMANIDADE . . . . LIXO.

  • O Brasil não vai fazer, evidentemente, mas poderia perguntar ao Obama se o programa do governo americano que dá aquela sopa rala a quase cinquenta milhões de americanos que estão morrendo de fome não é também uma ajuda aos agricultores americanos. Perguntar não custa.

  • Então os gringos querem meter o bedelho até na comida que damos para nossas crianças nas escolas? Só faltava essa mesmo. Quem sabe eles querem que nossa merenda escolar seja feita, por exemplo, com aquelas bombas de conservantes que o McDonald's serve!

  • A que ponto chegou o Estados Unidos, está se tornando tão pequeno que agora está implicando com os nanicos (agricultor familiar), nanicos individualmente unidos são grandes. Não me lembro quem disse "NÃO LEVANTE SUA VOZ, MELHORE SEUS ARGUMENTOS".

  • Peco ao Presidente da OMC, que diga ao Governo Americano, que eu, cidadao brasileiro, estou cagando e andando solenemente pro protesto dele.

  • Para os que não conhecem este programa do Governo se chama PAA - Programa de Aquisição de Alimentos, é uma forma de incentivar a economia local comprando produtos horti-fruti da agricultura familiar. Talvez as multinacionais americanas e de outras paragens estejam sentido que devamos consumir produtos como toddy, nescau, aveias e farinhas quaker, e outros produtos industrializados para engordar o caixa destas multis.