A “retomada da economia”: menos frango e menos “Papai Noel”

Duas matérias, hoje, falam mais da situação de nossa economia do que os “analistas de mercado” que engatam o discurso do “está dando certo” do temerismo.

No Globo Rural, o repórter Fernando Lopes mostra que as empresas que vendem carne de frango estão espaçando a entrega de pintos aos criadores que os engordam para o abate. Passou  de sete a oito dias para de 11 a 12 dias.

O consumo de carne de frango – a maior fonte de proteína animal para os mais pobres, porque é  o preço mais acessível – baixou 4%. ” No ano passado cada pessoa consumiu, em média, 43 quilos da carne. A estimativa é para que em 2016 esse número caia para 41 quilos”, diz a reportagem.

E não é “coisa do passado, não”: na cooperativa de Cascavel,  mostra a matéria: “há gente parada, esteiras vazias. O abate diário de aves diminuiu de 245 mil para 225 mil”.

Mas não é só o frango que está pagando o pato de uma política econômica cada vez mais recessiva.

Sobrou para o “Papai Noel”.

A corretíssima colunista de economia da Folha, Maria Cristina Frias, revela que os “Shopping centers adiam contratos da decoração de Natal por causa da crise“, mostrando a situação das vendas não  andam muito para festas. Espera-se um natal tão ruim quanto o de 2015, já o pior em dez anos.

Mesmo se for um pouco melhor, isso se deverá a um “downgrade” da cesta de compras: produtos mais simples e baratos, porque o mar não está pra peixe, está pra pato.

Fernando Brito:

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