Revolta seletiva: Gilmar agora diz que vazamento é ‘brincadeira’ com STF

Quando os inquéritos da Lava jato atingiam gente do PT, não havia problema algum.

Quando Sérgio Moro divulgou grampo telefônico que envolvia a própria Presidente da República, em conversa com Lula, ele também não se pejou em, inclusive, utilizar seu conteúdo como “fundamento” para a decisão que impediu a posse do ex-presidente como chefe da Casa Civil de Dilma.

Tudo bem, ele pode.

Ele é Gilmar Mendes, a lei.

Mas agora que o vazamento atingiu em cheio a cúpula do PMDB, com a divulgação do pedido de prisão preventiva de Renan Calheiros, Romero Jucá, José Sarney e , sempre ele, Eduardo Cunha, ele quer “chamar às falas” os vazadores.

O sigilo judicial, justificável quando a divulgação pode atrapalhar as investigações, não parece ser adequado a casos onde o conjunto de provas já obtido possa justificar algo da gravidade de um pedido de prisão contra o presidente do Senado, outro senador, um ex-presidente da República e o Presidente afastado da Câmara.

É impensável que a Procuradoria Geral da República tenha pedido algo desta gravidade sem provas e provas robustas.

A outra razão que pode justificar o segredo Judicial é o interesse público.

Mas não é do interesse público saber o que está se acusando a alta cúpula da instituição – o Senado – onde estão sendo julgados os destinos do país, com o processo de impeachment?

Ainda mais porque as gravações que se divulgaram – e continham, na visão de Gilmar – “apenas uma impropriedade” ligam diretamente o processo às negociações de afastar Dilma Rousseff para obstaculizar a Lava jato, “esta sangria”, nas palavras de Romero Jucá?

O país não pode ficar sabendo que se quer prender os presidentes das duas casas do Legislativo e não saber qual a razão disto.

Não há sigilo possível e muito menos o Supremo pode ocultar estas razões até as calendas e, depois, dizer que “os ritos do impeachment” foram cumpridos.

Aliás, não pode fazê-lo e não o conseguirá fazer.

A máquina está em movimento e ela possui uma lógica própria, muito além do que pode – e tem mostrado que pode quase tudo – Gilmar Mendes.

Fernando Brito:

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  • Uma pulga: por que Machado foi tao enfático ao dizer que Janot iria pegar Renan e depois Dilma?

    Dias depois, é exatamente o que acontece. A mídia caça Dilma a soldo em todos os jornais da TV aberta e Renan foi acusado formalmente.
    Ele sabia de algo? Quem lhe soprou?

    Renan, a desculpa foi que ele deixou marcas de conspiração nos grampos. E Dilma? Então Machado sabia dos planos da direita. Ele é direita.

    • Meu Deus do céu, existia alguma dúvida quanto a isso ainda? Alguém por um segundo imaginou que o machado seria "esquerda"? O cara é entranhado até o pescoço na lama do PMDB, só saiu jogando merda no ventilador porque sentiu a corda se aproximar da parte do pescoço que ficou de fora da lama pra cortá-lo. Quer que o golpe da forca seja menos intenso. É claramente um bandido,e bandido graúdo, inclusive podre de rico. Vide matéria divulgada no site da piauí sobre os negócios de sua troupe.

  • Ao fim dessa historia o Supremo se livrará de Gilmar Mendes pois os acordos furaram e ninguém mais confia em ninguém.

    Todos tentam salvar o cargo. Vai sobrar para ele. Não é ruim para o Brasil.

  • Típica reação de um morador da Casa Grande quando os seus são atingidos!...Não tem outra explicação.

  • O cérebro do Homem-Baba continua em Licença Prêmio Rotativa, mas a boca gosmenta segue fazendo Hora Extra.

  • Gilmar tem uma sentença para cada caso. Condenação para o PT, para os demais, manda arquivar. É a desmoralização do stf, todos se tratando por excelência e mesuras como data venia. Realmente FHC sabia quem estava indicando, o desmoralizador das leis, o coronel do tribunal do sertão do mato grosso, que não tem nenhum respeito pelo povo brasileiro.

  • O beiçudo deve ter um bafo da onça, mas protege os amigos com unhas e dentes.

  • Uma questão que não acontece no Brasil é sindicância sobre funcionários públicos e assemelhados quando provocam a prescrição de processos.

    Por que não rola? Porque a chefia é quem comanda, quando não pratica.

    Quando se trata de empresas sao crimes de funcionários contra a economia popular, comprovados, com as provas de datas das próprias tramitações no processo.

    Precisamos olhar melhor para esses crimes.

    No caso de Aécio Gilmar já adianta que o cado esta prescrito. Oras!

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