A campanha aérea russa contra os terroristas do Estado Islâmico, o Isis, parece ter conseguido em uma semana causar mais estrago ao grupo do que meses de incursões americanas – e da Otan – obtiveram em mais de um ano de operações na Síria.
Acabam de anunciar a destruição do centro de comando do Isis na localidade de As-Sukhnah, a 28 km de Palmira,
onde, anteontem, o grupo terrorista ganhou manchetes ao anunciar a demolição do Arco do Triunfo construído há 1.800 anos pelo imperador romano Lucius Septimius Severus.
Ontem, os aviões da Rússia haviam feito o mesmo com o QG do Exército Islâmico em Aleppo, segunda maior cidade síria.
E porque os russos estão conseguindo sucessos que a aviação ocidental não obtinha?
Será que tem pilotos ou equipamentos melhores? Óbvio que não é isso, embora estejam apagando a imagem de que seus equipamentos bélicos são obsoletos e “pesadões”. Nem porque seus ataques estejam sendo complementados significativamente pelo combalido Exército Sírio, arruinado por três anos de combates e bloqueio completo na reposição de armamentos, que correm à vontade para seus adversários e para o Exército Islâmico, que desfila reluzentes carros de combate novinhos.
A razão é muito simples: o objetivo dos ataques russos é demolir o Isis e os grupos armados irregulares, ponto final. Não, como foram os ataques ocidentais, degradar a situação interna do país e viabilizar a tomada de poder por grupos simpáticos aos EUA.
Goste-se ou não dele, a Síria tem um governo e não pode ser bem sucedida uma campanha militar que diz atacar os extremistas mas visa a derrubada do presidente Bashar Al-Assad.
E não são só os aviões russos que estão mirando direto no ponto, enquanto os americanos gaguejam até para admitir – o que só fizeram hoje, três dias depois – que o bombardeio ao hospital dos Médicos Sem Fronteiras foi “erro” exclusivamente seu.
(Veja abaixo o vídeo, inequívoco, da declaração do General John Campbell, comandante dos EUA no Afeganistão, de que o ataque foi, embora equivocado, “uma decisão exclusivamente americana”.)
Maria Zakharova , representante oficial da chancelaria russa , em entrevista dada hoje destacou que não se trata de achar que Assad seja um “anjo” para a Síria. “Mas escolhendo entre manter um presidente não-ideal no poder e derrubar o terrorismo, a melhor opção talvez seja exatamente a segunda”.
Assim mesmo: curto, grosso e sem hipocrisias, porque é este o objetivo dos russos: forçar o reconhecimento de que, sem o reconhecimento – com condições, claro – do governo da Síria, tudo o mais é mergulhar o país em mais destruição, mortes e fuga em massa da população.
Era o que deveria ter sido feito desde o início e não armar grupos rebeldes, a começar pelo Isis ou mandar fazê-lo por seus aliados, como a Arábia Saudita.
Todas as pressões políticas para o estabelecimento de condições para a democratização da Síria são legítimas. Mas não são nem aceitáveis, tanto quanto não eficientes, quando se transformam numa intervenção militar que tolera e estimula grupos armados irregulares e sanguinários.
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As batalhas de hoje tem que ser vencidas assim, como disse o Brito no texto: Sem hipocrisia. Perfeito.
Nossa que texto! Se o poderoso EUA não conseguiram antes é pq tem gato na tuba ...
Viva a Rússia ! Os eua que se cuidem!
Quando leio uma notícia de monumento destruído por "terroristas", já penso que os estrategistas militares ganham um campo para trabalhar, afinal, nenhum militar quer ser reconhecido por ter dado a ordem de bombardeio de local historicamente relevante.
Neste momento a Rússia tem superioridade em caças em relação aos americanos: http://app.folha.uol.com.br/#noticia/595869
Os russos sempre foram superiores. Lembra da guerra Corea? Lembra do ''Shooting Star'' da Lockheed? Lembra do Mig 21? Os estadunidenses deram o nome justo aquele medelo bonitinho mas ordinario: estrela cadente. Os coreanos patrulhavam procurando o ''fregues''...
Atualmente Jatos russos são iguais ou superiores aos Americanos e atingiram 12 alvos Estado Islâmico no curso de quase 20 voos de combate realizadas na Síria nessa terça-feira, campos de treinamento foram destruídas nos ataques que fez com que os extremistas entrassem em pânico. Os ataques não são realizados em áreas residenciais ou lugares que contenham civis. Em questão de duas semanas a guerra na Siria estará definida e restará uma interrogação qual a real intenção dos Americanos e da Otan nessa guerra.
Resposta plausível --- [...] E' evidente que há uma agenda, seguida por estrategistas nos EUA, para balcanizar a região em inúmeros estados, microestados e miniestados todos falidos-falhados, tão fracos e tão desgastados pelas lutas fraticidas, que não serão capazes de unir-se contra contra o assalto das empresas multinacionais ocidentais. Depois de prolongado período de caos, o povo do Oriente Médio estará tão desgastado pelos horrores da guerra que aceitará a ordem que o ocidente impuser, como meio para pôr fim à barbaridade, mesmo sabendo que forças cuja ordem estão aceitando sejam as forças que criaram o embarbarimento. Fonte - http://www.globalresearch.ca/the-new-thirty-years-war-in-the-middle-east-a-western-policy-of-chaos/5469351
E sempre me disseram que os comunistas eram os que matavam as criancinhas.... e os americanos, sempre os mocinhos com a cavalaria.......
Este episódio lembra muito o programa de rádio "Sobrinhos do Ataíde" : Os americanos sempre acertam o alvo certo; Os americanos são muuuiito melhores.
O Karma que os EUA contraem com a destruição em massa das populações do oriente médio, e por aqui com o patrocínio dos trolls para desestabilizar nossas democracias vão custar muito caro a eles também, pura matemática.
Porque os EUA e Israel iriam destruir o que criaram o ISIS.
A história do surgimento, apogeu e a ruína de Bin Laden podem lhe responder.
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: * * * * 16:13 * * * * Ouvindo As Vozes do BraSil e postando:
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Ley de Medios Já ! ! ! ! Lula 2018 neles ! ! ! !
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