Safra de grãos do “Brasil em crise” sobe 15,4% em um ano. Contra o comércio injusto, silêncio

O IBGE divulgou a estimativa de final de ano para a safra agrícola brasileira.

O ano deve fechar com 186,8 milhões de toneladas colçhidas, 15,4% a mais que as 161,9 milhões de toneladas produzidas no ano passado. Em números redondos, 25 milhões de toneladas.

Segundo o IBGE, houve Em relação à safra passada, houve altas de 10,8% na Região Centro-Oeste, 30,7% na Sul, 1,9% na Sudeste e 1,4% na Nordeste. Só na Região Norte houve queda de 3,8%.

O problema das exportações agrícolas brasileiras, sobre a qual se faz tanto alarde, além da defasagem cambial óbvia, é o preço internacional das commodities.

A soja, mais importante produto, teve queda de 11% em um ano, de novembro de 2012 para novembro de 2013.

O milho, que quase empata com a soja em volume – mas tem preço um terço mais baixo, em geral  – caiu mais, no mesmo período: 38%.

É claro que boa parte disso é devido à redução do consumo mundial, que enfraquece a demanda.

Nada a ver com a nossa taxa de juros ou com o superavit primário, é obvio.

Mas mas quase sempre nenhuma palavra sobre isso na imprensa.

Só “custo Brasil”, gargalo nas estradas, no porto, etc…

Problemas reais e que estão sendo enfrentados, mas que são muito menores que a política de preços do mercado internacional.

E é nisso que tem a maior importância o acordo de comércio conhecido como Rodada Doha (a interminável negociação empacada desde 2001, que só começou a ter decisões no sábado).

Sobre isso, daqui a pouco, volto a escrever.

Fernando Brito:
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