Não é de hoje que a elevação do salário-mínimo dá arrepios à direita brasileira.
Algumas vezes expressos claramente, como no Manifesto dos Coronéis, no segundo governo Vargas, onde o aumento de 100%, depois de passar todo o governo anterior, de Eurico Gaspar Dutra, sem um centavo de ajuste, provocou a derrubada de João Goulart do Ministério do Trabalho.
A maioria deles, porém, silenciosa e disfarçadas sob uma série de argumentos econômicos, todos, claro, focados na “estabilidade econômica”: gerar déficit para a Previdência, quebrar as administrações municipais e, o maior de todos, que salário-mínimo maior vai gerar desemprego.
Agora mesmo, após a aprovação da PEC das Domésticas, ouvimos a cantilena: ia haver uma legião de mulheres pobres, sem qualificação profissional, atiradas ao desemprego por patrões de classe média que não seriam capazes de arcar com o mínimo e seus encargos.
Óbvio que nada disso aconteceu e, ao contrário, na última pesquisa do IBGE a categoria dos trabalhadores domésticos foi a que maiores ganhos reais de salário registrou: um aumento de 5,1% acima da inflação.
Novamente me socorro do trabalho do professor João Sicsú, no gráfico que ilustra o post para mostrar que está longe de ser, em si, o aumento dos salários causa de desemprego.
Diz ele, em seu Facebook:
“Nos últimos anos, ocorreu um fenômeno inexplicável para a teoria do liberalismo econômico. Houve aumento real do salário mínimo e queda drástica do desemprego. Para os neoliberais, um aumento do salário mínimo provocaria demissões devido à elevação dos custos com a mão-de-obra. E mais: um trabalhador com baixa qualificação não seria contratado já que a sua produtividade não é capaz de compensar o custo empresarial do salário mínimo.”
Mas, apesar de a realidade econômica brasileira estar mostrando o contrário, os adversários da política de elevação do valor real do mínimo acabam de ganhar um novo adepto: Eduardo Campos, o doublé de Marina Silva como candidato, em sua entrevista na Folha, domingo, declarou-se contra o ganho real do salário mínimo estar definido em lei.
“O presidente do PSB se mostra contrário ao método de reajuste do salário mínimo automático, com base na inflação do período e no crescimento do PIB de dois anos antes. Concorda em garantir ganho real ao trabalhador, sem indexação.”
Ou seja, a volta do “o que der, quando der”, que nunca dava.
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O eduardo Campos preside o PSB e é militante dos mais ativos do partido há alguns anos.
Nestes anos recentes de atividade intensa do governador pernambucano, o PSB era aliado do governo, ocupando ministérios, até alguns meses atrás.
Inclusive votando com as propostas do governo no Congresso.
O PSB aprovou a regra atual de reajuste, em 2011,e na época não houve desagrado dos socialistas, nem de Eduardo Campos, sobre a regra de reajuste do salário mínimo baseada no ganho de produtividade, repondo inflação cheia com o crescimento da economia.
Afinal nad amais justo, pois o trabalhador é responsável direto pelo crescimento da economia e merece ser recompensado, minimamente, por isso. Penso até que deveria ser masi recompensado do que é, mas não descarto o avanço da regra atual.
Ou seja, Eduardo Campos, mais uma vez, está sendo oportunista e tentando, a qualquer custo, entrar para o grand monde da direita, pela porta da frente. O isso que quer dizer? Em um editorial, primeira capa de O Globo, com elogios nas colunas da Leitão e do Merval...
Para ganhar de Dilma e de Lula, você tem que inverter tudo o que foi feito no Brasil.
Inclusive algumas coisa boas deixadas de outros governos.
Então você tem que pensar como inverter tudo, mudando os adjetivos.
Por exemplo. LULA é o Máximo - para LULA não é o Mínimo.
LULA é feio - por LULA deixou de ser BONITO. LULA é DILMA, - por DILMA É LULA.
ELES vão ficar loucos, pois nem invertendo o BELO a coisa fica FEIA.
Fernando, desculpe o fora de tópico, mas colo aqui um texto escrito pelo Paulo Nogueira, que ressalta a coragem do prefeito Haddad no caso do IPTU de São Paulo.
Haddad está apanhando muito da velha mídia que vocaliza os interesses dos de sempre, mas a redução e até a isenção de IPTU para as áreas periféricas e mais pobres estão sendo compensadas pelo aumento nas áreas mais favorecidas. Justiça social que deve ser defendida.
Segue o texto do Paulo Nogueira.
” Num país em que rico não paga imposto, é com satisfação que vejo a questão do novo IPTU em São Paulo.
Há uma lógica perfeita nos aumentos: ele é menor nas regiões mais pobres e maior nas regiões mais afluentes.
Em algumas áreas, na verdade, o que houve foi uma redução. No Parque do Carmo, por exemplo, o IPTU ficou 12% menor.
Isso se chama redistribuição de renda, e é algo de que São Paulo precisa com urgência e em doses torrenciais.
Louve-se a coragem do prefeito Haddad, uma vez que a periferia não tem voz na mídia, e a turma das áreas mais nobres já está batendo nele com seu habitual egoísmo e completa falta de solidariedade.
Há um simbolismo na tabela de aumentos que merece aplausos.
Não é o primeiro episódio de escolha acertada de Haddad. Na questão da mobilidade urbana, ele já optou pelos ônibus e não, como sempre aconteceu em São Paulo, pelos carros.
Um ex-prefeito de Bogotá disse que um ônibus que passa em boa velocidade enquanto um carro está no engarrafamento significa democracia.
Haddad parece seguir a mesma lógica ao aumentar as faixas exclusivas de ônibus. Em breve, de tanto ver passar ônibus enquanto seu carro não anda, muitos paulistanos mudarão de ideia sobre a melhor forma de se locomover em São Paulo.
Há ainda uma longa caminhada até sabermos se Haddad será ou não um bom prefeito. (Sabemos, com certeza, que prefeitos como Serra e Kassab foram uma tragédia paulistana, com sua miopia, falta de conhecimento e foco em quem já é mimado demais.)
Mas Haddad parece saber para onde quer ir, como ficou claro no caso do IPTU e da mobilidade urbana.
Na grande frase romana, vento nenhum ajuda quem não sabe para onde ir. Haddad parece saber.
E esta é uma excelente notícia para os paulistanos. “
Se o Haddad fizer como a Dilma e sua SeCom, especializada em NÃO informar os benefícios promovidos pelo seu governo, como a Dilma ele apanhará do PiG calado.
Que beleza...juntam-essa pérola do Dudu e a Marina endeusando o FHC e leva-se para os debates pré-eleitorais.
Eles não entenderam nada. A Presidenta Dilma (não tem nada de boba) tirou essa desgastante discussão anual e demagógica de próceres do Congresso Nacional - como o Pauzinho - e deu previsibilidade ao reajuste do salário-mínimo. Pronto. Agora se o Dudu "Regra Três" pensa diferente, ele deve pensar melhor para fazer melhor. Mas falar é fácil, e pedir pra ele pensar é difícil.
Prezado Brito, mesmo dentro da teoria econômica mais ortodoxa é possível encontrar uma razão para a redução do desemprego, a despeito do crescimento real dos salários.
A direita não ousa olhar de frente para essa realidade, preferindo permanecer no mesmo discurso delirante (como o caso da PEC das Domésticas), porque explicar isso seria admitir o inadmissível.
Porque o emprego cresce, mesmo diante de aumentos reais de salários? Porque a fatia dos ricos na renda nacional é tão desproprocionalmente grande, que mesmo ao ritmo de crescimento experimentado pelo mínimo, não chega a incomodar, ao menos por ora. Mas mais salário significa mais consumo, mais produção, mais renda. Um efeito atenua a percepção do outro.
Até onde vai este Eduardo Campos? O PSB até outro dia era aliado do Governo Federal e aliado ao PSDB em várias capitais, inclusive aqui em Belo Horizonte. Um malabarismo para pegar votos de lá e de cá? Aí entra Marina, que é a mesma coisa, ou seja nada enquanto proposta de governo.
Macau fica na China. Pretende ser um entreposto da língua portuguesa na potência asiática.
Enquanto Cerra sobe aecio cerra abaixo.
Enquanto Cerra sobe aecio cerra abaixo.