O sr. Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda, ex-presidente do Bank of Boston e durante vários anos presidente do Conselho da J&F (de Joesley), de onde saiu para ocupar o Ministério da Fazenda, procura, à frente de uma equipe de economistas de linha ultraneoliberal, implantar no Brasil, na Constituição e na legislação uma série de “reformas” para criar um ambiente favorável aos investidores, favorável ao que chamam de “Mercado”.O sr. Henrique Meirelles já declarou, de público, que se o Presidente Temer “sair” ele continua e todos os jornais repetem isto, com o apoio de economistas variados e empresários, como o Senhor Roberto Setúbal, presidente do Itaú.
Estas “reformas” são, na realidade, um verdadeiro retrocesso econômico e político e estão trazendo, e trarão, enorme sofrimento ao povo brasileiro e grande alegria ao “Mercado”.
Enquanto crucificam o povo brasileiro e em especial os mais pobres, os trabalhadores e os excluídos, o debate político fica centrado na corrupção, desviando a atenção da classe média e dos moralistas, em torno de uma verdadeira “novela” com heróis e bandidos.
Discute-se se Michel Temer levou ou não “contribuições pessoais” e se foram 500 mil ou 20 milhões, a prazo; se o Senador Aécio Neves pediu uma propina ou um empréstimo (informal!!) de 2 milhões de reais; se a JF corrompeu quem e quantos e ficaram livres de pena; se o Senhor Joesley merecia o perdão; se Sérgio Moro, juiz de primeira instancia, é ou não a principal autoridade judiciária do país, acima da Lei; se o Ministro Marco Aurélio é justo; se o Ministro Gilmar Mendes é imparcial etc etc etc.
O tema verdadeiramente importante é a tentativa das classes hegemônicas brasileiras, aqueles que declararam ao Imposto de Renda ganharem mais de 160 salários mínimos por mês (cerca de 160 mil reais) e que são cerca de 70 mil pessoas e que constituem, em seu conjunto, aquela entidade mística que os jornais e analistas chamam de “Mercado”.
O “Mercado” contra o Povo.
De um lado, o “Mercado”:
♦ os empresários, promotores do Pato e financiadores do MBL; exceto aqueles que já se deram conta que Meirelles é contra a indústria;
♦ os rentistas;
♦ os grandes proprietários rurais (entre eles o Senador e Ministro Blairo Maggi e o avião interceptado pela FAB);
♦ os grandes proprietários urbanos;
♦ os banqueiros (não os bancos) e seus lucros;
♦ os gestores de grandes empresas privadas, modestos ex-professores universitários;
♦ os proprietários dos meios de comunicação;
♦ os grandes executivos brasileiros de megaempresas multinacionais;
♦ os professores universitários, formados em universidades estrangeiras, em teorias próprias dos países desenvolvidos e que, mesmo lá, fracassam;
♦ os economistas e os jornalistas econômicos, empregados do Mercado.
De outro lado, o Povo:
♦ os 53 milhões de brasileiros que recebem o Bolsa Família, isto é, cuja renda mensal é inferior a 182 reais;
♦ as dezenas de milhões que são isentos do imposto de renda por terem renda inferior a 2.500 reais por mês.
♦ os 61 milhões que estão inadimplentes, com seus crediários;
♦ os 14 milhões de desempregados;
♦ os 3 milhões de crianças fora da escola;
♦ os mais de 11 milhões de habitantes de favelas (hoje chamadas comunidades!!);
os subempregados;
♦ os 47 milhões que ganham menos de um salário mínimo por um mês;
♦ os milhões sem remédios e sem hospital.
O programa econômico de Henrique Meirelles é o verdadeiro inimigo do povo! Não é a corrupção que distrai a atenção da verdadeira catástrofe que está sendo consolidada na legislação através de um Congresso que representa principalmente empresários, banqueiros, proprietários rurais, rentistas, etc.
O Mercado agora deseja colocar um presidente de imagem limpa para que, como disse o Senhor Roberto Setúbal, na Folha de São Paulo, o importante são as reformas! Não importa quem as conduza!
É preciso lutar com todas as forças contra este programa de “retrocessos” disfarçados, cinicamente, de reformas a “favor” do Povo!
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Ou derrubamos a Bastilha destes tempos sombrios - A GLOBO - ou tudo irá piorar exponencialmente até nos tragar a todos.
Boa tarde,
Como os demais fala ou falarão ou cai esses vagabundos dentro da cadeia ou nós podemos parar com isso e trabalhar e entregar o suor nosso direto para eles.
Existem mercados e mercados.
Então o "deus mercado" do PIG não é o povo nem a classe média, mas cerca de 70 mil pessoas e mais uma centena de estrangeiros.
O buraco é ainda mais embaixo!
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Além de tudo o q foi falado no texto, temos ainda q os usuários de serviços públicos (entre os quais essa elite podre não se inclui), são os q mais vão sofrer com essas medidas de "austeridade", pois já há rumores de QUE:
- Governo já estuda FECHAR mais de 250 agências dos correios!
- Igualmente, o governo golpista e entreguista de Temer também pretende FECHAR mais de 200 agências do INSS em todo o país! (semana passado o ladrão temeroso já matou de asfixia a PRF, que não tem dinheiro nem pra colocar gasolina nas viaturas;
- Universidades federais e Escolas técnicas sofrerão mais cortes ainda, o que inviabilizará seu funcionamento.
- Hospitais federais já estão um caos faz algum tempo, e a situação só piora desde q a camarilha golpista assumiu o poder.
- Etc.
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Diante desse quadro, me solidarizo com a população mais pobre, q é quem mais depende desses serviços públicos, mas digo BEM FEITO aos PATOS, aos POBRES DE DIREITA, que são em parte responsáveis por toda essa merda.
Concordo plenamente. Outro dia desses, lendo neste blog, vi alguém comentar que o governo (e o país, consequentemente) iria ficar em default (calote da dívida) até Outubro.
Discordo completamente.
É mais fácil, pelo perfil mercadista e ultraliberal dessa equipe econômica, que o país entre em Shutdown e não default.
Pois, se juntarmos todo o contingenciamento do primeiro semestre, com a redução de despesas correntes Vs 2016, mais a expectativa de novo torniquete até meados do segundo semestre, já estamos caminhando pra esse cenário de fechamento de agências e, se bobear, até de sites governamentais.
Pior, e muito triste, é que os pobres de direita estão convencidos de que são ricos.... Não fosse muito trágico, seria cômico.
É que são pobres de direita... e de neurônios!
Aliás, se é pobre e de direita, é pobre de neurônios!
A revolução francesa ocorreu no final do século XVII.
A primeira revolução industrial ocorreu no início do século XVIII.
As elites brasileiras estão paradas no século XVI.
Meirelles trabalhou com Lula, sim, mas usando uma coleira apertada que controlava seu apetite sobre o povo. Agora ele manda na economia livremente,
inclusive se declarou acima de qualquer que seja o presidente, quer dizer, "podem trocar à vontade, mas eu fico".