Como os jornais paulistas não são capazes de ir além do “nível do Cantareira caiu mais 0,1%”, o Tijolaço, que havia dado um descanso na cobertura do tema por termos chegado ao período de chuvas, volta ao tema da água em São Paulo.
A primeira onda de chuvas “de verão” – que termina amanhã ou sábado no estado, há novas pancadas nas próximas 48h – não foi forte nem bem localizada o suficiente para impedir o esvaziamento do Sistema Cantareira. A esperança, agora, é a nova temporada de precipitações, que deve se iniciar no sábado da próxima semana.
Com isso, nos 13 dias de novembro, São Paulo perdeu 11 bilhões de litros em suas reservas de água no Cantareira, mesmo com a transferência de áreas maiores para os sistemas Alto Tietê e Guarpiranga, que receberam menos água e a forneceram em quantidades muito maiores ainda que o normal. Bem menos, entretanto, que os 19 bilhões perdidos entre 1° e 13 de outubro.
O Cantareira, já com todas as rapas proporcionadas pelas gambiarras do governo paulista, caiu de 12,2% para 10,8%. Ou, para usar as medidas de seu nível normal, sem as bombas e o fundo da reserva, de menos 17,8 para menos 18,7%, que é o que se deve considerar quando se pensar em normalização do sistema. Já o Alto Tietê baixou de 8,9% para 7,6% e o Guarapiranga de 39,2% para 35,3%.
As autoridades paulistas, entretanto, continuam mentindo à população, como faz o secretário de Recursos Hídricos Mauro Arce ao dizer que a segunda cota do volume morto será usada a partir de semana que vem.
Num avaliação meramente matemática, talvez ainda se pudesse dizer isso, Embora, do ponto de vista técnico a segunda cota esteja sendo usada há um mês.
Foi quando o reservatório do Atibainha começou a ter água bombeada abaixo da cota de 777 metros sobre o nível do mar ( o limite normal é 781,88 m), que foi o autorizado na “primeira cota” do volume morto, ainda havia um “saldo” 25 bilhões de água de retirada mais difícil no grande reservatório do Jacareí e mais 17 bilhões que poderiam ser dados, por gravidade, do Reservatório da Cachoeira, que liga os dois depósitos e não tem bombas.
Aqueles 25 bilhões viraram 11 e os 17 bilhões do Cachoeira baixaram para 4,5. O Atibainha, de onde haviam sido autorizado retirar 78 bilhões de litros, já foi drenado em mais de 97 bilhões e está com apenas 86 cm de água acima do limite da segunda cota autorizada, que é de 775 metros sobre o nível do mar, porque abaixo disso não é possível garantir água para o rio que sai da represa. A maior parte desta segunda cota viria do Jacareí, que está com nível na cota 815 m e seria rebaixado até 807 m. A contrario do Atibainha, porém, o Jacareí não tem formato de funil e a água tem de ser obtida ligando poças e abrindo canais. Nem sempre há disponibilidade, portanto, para bombeá-la.
O fato é que, ainda que contando com os “trocados” que se somam a água do reservatório de passagem de Paiva Castro, restavam hoje cedo 700 milhões de litros na primeira cota (matemática) de volume morto.
Mesmo nas contas marotas da Sabesp, estes 700 milhões já se foram durante a manhã e neste exato momento, São Paulo bebe a água do segundo volume morto, aquele que Alckmin dizia que “nem seria preciso usar”.
Vai chover e um pouco disso será amenizado no período das chuvas.
Duro vai ser quando chegar a seca e tudo isso recomeçar não com reservas pequenas, como foi este anos.
Mas sem nenhuma reserva.
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Já aconteceu na minha família....
Minha filha que mora no bairro Butantã, reportou problemas intestinais, diarreia, etç. Recomendação do pai: não beba mais água encanada, mesmo que seja filtrada. Passe a beber exclusivamente água engarrafada, de procedência conhecida. Após isso, os sintomas desapareceram.
A pantomima jornalística executada para afastar o cálice da responsabilidade do PSDB paulista e de Alckmin está chegando às raias do patético. O jornal 'A Tribuna', de Santos, publicou matéria - séria! - onde um suposto grupo de empresários vê a necessidade de se construir uma usina de dessalinização da água do mar em Bertioga e bombeá-la 750 metros Serra do Mar acima e 70 quilômetros continente adentro até a região metropolitana da capital. Estamos observando os limites do comprometimento do jornalismo paulista com seus agentes políticos, e a coisa está me parecendo muito além de amizade ou associação, provavelmente é carnal.
Sr. Carlos,
Esse "papo" é desvario tucânico.
É igual a ponte Santos Guarujá do ÇERRA45!
O povo coxinha com sede acredita em miragens!!!!
é estarrecedor!!!
Deixo aqui a pergunta na condição de leigo preocupado com o que pode acontecer.
" Existe um terceiro volume morto no sistema Cantareira, ou esse é o último " ?
Sergio,
A rigor não existe nem o segundo volume morto...
Amigos, desde as 17:00 hs está chovendo forte na cidade de Sao Paulo.
Agora, 17:40 hs, deu uma aliviada, mas essa chuva abençoada ajudou muita gente a recolher a água das chuvas em cisternas domésticas[para quem as tem], encher piscinas[para quem as tem] e encher tambores com a água das calhas do telhado, que é a saída que muita gente encontrou para reservar água para limpeza em geral sem utilizar a água da caixa d’água.
Aqui em casa há muito tempo recolhemos a água da chuva que, além de representar economia na conta, é com ela que fazemos a limpeza geral da casa, lavamos a roupa e ainda serve para alimentar a descarga dos banheiros.
Sempre deixo a dica para as pessoas que estão sofrendo com a falta de água – comecem a recolher a água da chuva que sai da calha do telhado. A adaptação é fácil e vale a pena.
Use tambores – chamados de bambonas, porque eles sao de plástico ultrarresistente, tem capacidade de 50,100 ou 200 litros, sao vendidos em comércio de tambores recicláveis da indústria, já vem limpinhos e com tampa.
Pesquise no google a palavra “bambona/venda” para saber aonde vende na sua cidade. Aqui em Sampa o tambor de 200 litros era vendido por 65,00, mas com o aumento da procura passaram a vender por 120,00[uma sacanagem com o povo]. No interior de sp ainda está com o preço de 65,00.
Que venha mais e mais chuva. Vamos precisar muito.
A verdade é o racionamento emergencial para todos terminará sendo o de 10 para um, o que significa 10 dias sem água para 1 com abastecimento. Parece loucura, mas é isso que ocorrerá. Somente os serviços essenciais é que terão abastecimento regular[hospitais, pronto socorros, postos de saúde, escolas por meio período, etc].
Aproveitem a água das chuvas enquanto podem, porque depois fará falta quando vier o racionamento prá valer.
Além da falta d'água, me preocupa muito os problemas de saúde que poderão acometer a população paulista com utilização da água desse 2º volume morto. Sabe-se muito bem que os mais afetados serão as classes mais humildes.
Além das autoridades, a mídia têm grandes responsabilidades nesse desfecho. Queira a Deus que não seja uma trajedia de grandes proporções.
Eu estou começando a ficar realmente apavorado. Será que essas obras do insano Alckmin chegarão a tempo de impedir uma crise realmente catastrófica?
Cheguei em casa a pouco,não tem agua na torneira...
Nem comentei sobre o tripé,estou ouvindo al di la....
Toda vez que ouço falar no tripé me lembro do lambe lambe,aquelas maquinas fotográficas nas praças sustentadas por um tripé,o retratista enfiava a cabeça e os bracos,num pano preto acoplado a máquina e saia com as fotos,molhadas no papel,acho que foi o único tripé que fiquei bonito na foto...
Querem banho com água ?
Ora essa, usem perfume !
Já imaginaram se o governo fosse do PT? Os textos "A Conquista da Classe C" vem tratando da recomposição da base social do governo. Na segunda parte ele trata dos problemas de comunicação com a população que só se informa através da mídia tradicional. Recomendo a leitura!
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR2.html