Jair Bolsonaro confirmou o que já todos suspeitavam: não irá a debates no primeiro turno da eleição presidencial. Diz que todos os demais candidatos ” vão querer o tempo todo dar pancada em mim e eu não vou ter tempo de responder pra eles”.
Os debates, agora que cada candidato, com as redes sociais, pode se comunicar com o eleitor e responder ao que dizem seus adversários perdeu a importância que tinha nas eleições passadas mas segue tendo ao menos uma serventia: avaliar a capacidade do candidato de manter a calma diante de situações provocadoras e demonstrar sua capacidade de argumentar de maneira forte e serena.
Nos últimos anos, não me recordo de debates que tenham mudado significativamente as eleições e, eles próprios tornaram-se inviáveis quando há um número muito grande de candidatos. Nas eleições presidenciais de 2018, com Bolsonaro ausente, ainda assim eram 8.
Lula já havia proposto a realização de um pool de emissoras para a realização de um ou dois debates no primeiro turno. Diante da recusa de Bolsonaro, é provável que reconsidere e não se ofereça a uma “frente ampla” de oposição a…ele mesmo.
O mais provável é que Lula mantenha a proposta de dois ou mesmo de um debate apenas, em conjunto e não na antevéspera das eleições, quando se encerra o horário eleitoral e qualquer coisa que seja dita, não importa que seja a mais grosseira mentira, não pode ser desmentido.
Mas é muito difícil, penso eu, que as emissoras se acertem para fazer o debate conjuntamente. Aliás, nem do seu horário nobre abrem mão, empurrando os debates para tarde da noite, depois das 22 horas.
A decisão é difícil e certamente a direção do PT vai testar como o eleitor receberia uma ausência.
Se, porém, Moro ainda fosse candidato, Lula iria a todos os debates e mais alguns, garanto, mesmo que estivesse com 90% dos votos. Mas bater palmas para o Ciro dançar, não dá realmente gosto…