A “entrevista” de Jair Bolsonaro, aos berros, hoje, no Palácio do Planalto (veja vídeo ao final), depois de permanecer, digamos, “calmo” nos dias que se seguiram ao domingo eleitoral, leva, necessariamente, a pensar no que o está deixando assim.
Os ataques ao “Lula pinguço”, a afirmação de que a China quer nos fazer de “fazendão” e a sugestão de que Alexandre de Moraes quer a vitória de Lula porque, se este sofrer impeachment, a amizade do ministro com Geraldo Alckmin o levaria ao poder vão além de qualquer estratégia política.
De um lado, sim, pode ser o desespero eleitoral, porque os números lhe são desfavoráveis e os que ele tem, de forma extraoficial – e não o de institutos de pesquisa que sofrem a ameaça aberta de criminalização – seriam piores.
De outro, pode ser uma antecipação do golpe, agora pós-eleitoral, que ele pretende fazer, já anunciado numa “intervenção branca” no Suprem Tribunal Federal, criando novas cadeiras que lhe deem maioria e, portanto, a possibilidade de criar uma ditadura “legal”, à moda do que fez seu ídolo Viktor Orbán, na Hungria.
Ninguém se iluda achando que o “Centrão” não embarcará num projeto autoritário que envolva a deformação do Judiciário para a implantação de um regime autoritário. Seguirá “o que o mestre mandar”.
Só a vitória eleitoral pode levar ao golpe, quando pensávamos que seria, ao contrário, a derrota de Bolsonaro o que poderia atirar por terra as instituições.
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Nao, jovem. Esse ataque de pelanca é para chamar para si os holofotes, dado que a campanha do Lula é que está ditando a narrativa. Nem vale a pena comentar, é tudo o que ele quer.