Todo este caso da “Lava Jato” começou, todos sabem, com a investigação de operações de lavagem de dinheiro que envolviam o doleiro Alberto Youssef, já antes condenado (e perdoado por delação premiada) em episódios da mesma natureza.
Foi daí que se descobriram que parte das remessas era de dinheiro obtido através de empreiteiras que prestavam serviços a Petrobras.
O escândalo do HSBC partiu das revelações de um ex-funcionário do banco, Hervé Falciani, que não é ladrão e muito menos um criminoso condenado (e perdoado) como Youssef.
Ele diz que o dinheiro depositado na sede suíça do banco era proveniente da Máfia, de traficantes de drogas, de atividades criminosas e de sonegação de impostos.
Dinheiro, entre outros, de oito mil brasileiros que eram titulares de contas ali.
É evidente que estes brasileiros, assim como dezenas milhares de outros cidadãos que mantinham contas secretas ali,não resolveram depositar o seu – limpo ou sujo – dinheirinho naquele banco por estarem passando por uma simpática avenida de Zurique e achado casualmente o banco, nem porque o gerente local era um bom sujeito, muito camarada com os clientes.
Existe, como existia Youssef, uma rede de operadores que levava estas fortunas pelo “caminho das pedras” para lá.
Mesmo as pessoas que colocaram dinheiro ali de origem e por meios lícitos – embora não necessariamente morais – têm de ser chamadas para esclarecer quem eram os dutos de captação deste imenso “volume morto” de dinheiro, porque o dinheiro pode vir de atividades diferentes, mas transformado em moeda, todo ele é igual.
Por que houve uma rede de captação para estes bilhões e é absolutamente procedente a indagação, feita hoje por Ion de Andrade, no GGN, de quem integrava “tal rede de corresponsabilidades, e de solidariedades recíprocas,(que) poderia ter motivado a participação do HSBC Brasil na trama que permitiu recrutar milhares de “super-ricos” de norte a sul do país, e que exigiu equipe numerosa, treinada e fluente em português, de agentes que atuaram despudoradamente para lesar o erário público?
Estamos falando de uma empresa com sede no Brasil, que capta dinheiro do público brasileiro, que pratica aqui suas atividades.
Imagine por um segundo se alguma empresa com relações com os funcionários da Petrobras envolvidos em falcatruas – os chamados “ladrões de carreira” poderia pretender não ser arguida sobre seus contratos e a origem dos valores recebidos?
Talvez esteja aí a maior diferença entre Hervé Falciani e Sérgio Moro, de resto até parecidos.
Um, abre todas as operações e entrega todos os dados suspeitos, sejam de quem for.
Outro, da mesma forma que faz o “dono da lista do HSBC” no Brasil, o UOL, revela partes, pedaços, fragmentos, sobre aqueles que “interessam” ou que atendem aos seus critérios de “interesse público”.
Só num ambiente absolutamente viciado como o que temos na mídia brasileira é que se pode separar os que praticaram crimes – como os descritos por Falciani e mais o de evasão de divisas – da instituição através do qual ela ocorreu.
Porque é isso o que se faz no caso HSBC.
E o inverso disso o que se faz com a Petrobras.
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Herve Falciani esse sim e um verdadeiro heroi e corajoso, politicos e brasileiros com contas no Hsbc no exterior sao criminosos iguais aos traficantes, sonegadores, a saude que o diga, nao podemos deixar pedra sobre pedra como disse a Dilma, podem estar certos que vao achar os tucanos santaroes! Os empresarios tambem que tiveram contas no HSBC, devem ser punidos, chega de cobrir criminosos!
E se aparecer na lista do opium bank uma lista de nomes da máfia do judiciário/mpf?
COCA...Taí um bom tema para uma possível "campeã" do Carnaval Global. Imaginem a riqueza das "alas" através dos diferentes caminhos percorridos pelo Pó, desde sua humilde origem ao pé das Cordilheiras, plantado por indíginas marginalizados, até chegar nas mais altas instâncias dos poderes, da mídia, do cinema, dos salões da casa grande, às comissões para o pessoal da "repressão" e por aí vai, sem esquecer, é claro, da "negadinha" dos morros que leva tiro por merrecas de papelotes! Já pensaram num "helipóptero" todo branquinho pousando em plena Sapucaí e espalhando seu pó "parlamentar e presidencial carnavalesco" através de suas hélices, que espetáculo PIROTÉCNICO seria?! Sem falar nas "agências" de inteligência como a CIA na Colômbia, protegendo a lavoura para os fabricantes de refrigerantes escuros! E ainda a vantagem da cor ser branca, o que cabe em qualquer escola sem comprometer seu arco-íris. Eis minha humilde sugestão aos carnavelescos da "cidade maravilhosa", bom proveito!
Helipóptero descendo na Sapucaí e a Globo Overseas transmitindo ao vivo, com narração do Homer?
Cara, tu és um gênio!
O HSBC, como boa parte dos bancos do Sistema Financeiro Internacional, é uma grande lavanderia, pois limpam dinheiro de atividades escusas, de evasão fiscal, dentre outras, já que operam como as "ilhas dos Piratas" nesse mundo repleto de paraísos fiscais. Isso se estende ao mundo dos cassinos, dos espetáculos esportivos - como o futebol -, etc.
Seguindo os parâmetros do que estão fazendo com a Petrobras, que tal o Governo Brasileiro processar o HSBC por desenvolver atividades lesivas ao erário.
E aproveitar e investigar, também, a origem do dinheiro desses "brasileiros" correntistas do grande HSBC.
"É evidente que estes brasileiros, assim como dezenas milhares de outros cidadãos que mantinham contas secretas ali,não resolveram depositar o seu – limpo ou sujo – dinheirinho naquele banco por estarem passando por uma simpática avenida de Zurique e achado casualmente o banco, nem porque o gerente local era um bom sujeito, muito camarada com os clientes.
Existe, como existia Youssef, uma rede de operadores que levava estas fortunas pelo “caminho das pedras” para lá".
Mas tem gente (políticos, empresários, juízes, etc.) que está sempre viajando para Inglaterra, Alemanha, etc., e que pode estar sempre indo para a Europa, não a passeio, mas para fazer contatos e cuidar de suas transações financeiras a partir de lá.
Por que será que a lista do HSBC foi dada exclusivamente ao PIG UOL? Será que o PIG brasileiro tem tanto poder assim, que coopta até organismos internacionais? Ou é o poder dos grandes sonegadores do Brasil?
Que Paraná é esse? Um lugar abandonado por Deus?
A tragicomédia dos juízes honestos. Do jeito que vai, daqui a pouco não vão nem poder fazer o que Pôncio Pilatos fez: 'lavar as mãos". Nem aqui, nem em São Paulo, nem no HSBC.
Todos as 9 mil pessoas que depositaram no estrangeiro sem pagar impostos cometeram crime. Não importa a origem do dinheiro. Sonegação é crime, e a mídia tenta vender a ideia de que somente alguns dos envolvidos é que estariam ligados a dinheiro de origem ilícita. O ato de esconder dinheiro no exterior, num claro esquema para sonegar impostos é, por si, um crime que deveria ser apurado pela Receita Federal, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Mas, no Brasil parece que as instituições só atuam contra o PT e o governo Federal.
Para mim a ação governamental deveria ser bem simples deveria chamar o HSBC e passar-lhe a seguinte informação:
Ou o banco entrega voluntariamente os dados completos das 6,6 mil contas secretas de brasileiros na Suíça de 1986 até hoje (o Swissleaks vai só até 2008 pois foi quando o denunciante Hervé Falciani se desligou do HSBC e perdeu acesso).
Os 8 bilhões de dólares anunciados era o montante em 2008, as contas não foram encerradas e nem o banco deixou de receber novos "depósitos" entre 2008 e 2015.
Muito poucas contas de brasileiros foram enceradas e muitas novas contas de novos espertos brasileiros foram cooptadas e foram abertas através do HSBC Brasil que não estão na lista da Falha/Uaiol.
Ou a Instituição entrega os dados ou perde sua permissão de operar no mercado brasileiro.
Simple as that...