Clara, direta e objetiva a carta divulgada agora há pouco pelos Secretários Estaduais de Saúde pede a imediata interrupção das atividades não essenciais nas cidades onde o sistema hospitalar está a centímetros do colapso total, com mais de 85% de ocupação dos leitos de tratamento intensivo. Ontem, aqui, explicou-se a razão de que este é o limite de funcionamento – que não é o mesmo da capacidade total – destas unidades para pacientes graves.
A lista de recomendações é concreta e reproduzo os pontos listados na questão do isolamento social:
- A proibição de eventos presenciais como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e correlatas em todo território nacional;
- A suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país;
- O toque de recolher nacional a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana;
- O fechamento das praias e bares;
- A adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público quanto no privado;
- A instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual;
- A adoção de medidas para redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos;
- A ampliação da testagem e acompanhamento dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos;
Para viabilizar este isolamento, os secretários pedem o “retorno imediato do auxílio emergencial”, para que as pessoas mais pobres tenham com que ao menos sobreviver no período de lockdown.
Não é mais um questão de “defender” o lockdown, como se isso fosse uma opção ou desejo que alguém pudesse ter, depois deste ano inteiro de limitações que nos trouxeram tanto sofrimento. É que só os estúpidos não veem que estamos sobre um trampolim de casos, que ameaça lançar a alturas ainda maiores as mortes de brasileiros.
Na ponta da linha, os secretários de Saúde, que estão vendo a realidade da falência múltipla dos sistemas hospitalares deveria ser a voz mais ouvida pelo país, e não os zurros presidenciais.