Sedição trumpista é modelo para 2022, diz Bolsonaro

Jair Bolsonaro, finalmente, pronunciou-se sobre a baderna feita por partidários de Donald Trump ontem, ao invadirem o Congresso para tentar impedir o reconhecimento oficial de vitória de Joe Biden.

Antes não o tivesse feito.

Porque abriu a boca para dizer que “aqui vai ser a mesma coisa” se usarem o voto eletrônico em 2022, embora nos Estados Unidos o voto, mesmo lido eletronicamente, seja em papel.

“O pessoal tem que analisar o que aconteceu nas eleições americanas agora. Basicamente, qual foi o problema, a causa dessa crise toda. Falta de confiança no voto. Então, lá, o pessoal votou e potencializaram o voto pelos correios por causa da tal da pandemia e houve gente lá que votou três, quatro vezes, mortos que votaram. Foi uma festa lá. Ninguém pode negar isso daí”.”Então, a falta desta confiança levou a este problema que está acontecendo lá. E aqui no Brasil, se tivermos o voto eletrônico em 22, vai ser a mesma coisa”

Fez, literalmente, a ameaça de que seus partidários não irão acatar, como os de Trump não acatam, uma derrota eleitoral. Com dois anos de antecedência, passa a pregar a sedição diante de qualquer resultado eleitoral que não lhe dê a vitória.

Houve muita asneira na fala de Bolsonaro a uma meia-dúzia de apoiadores arrebanhados para saudá-lo cada vez que entra ou sai do Alvorada e, hoje, além da invasão do Capitólio, tivemos a “enquete” presidencial sobre quem vai tomar a vacina. Como só três pessoas disseram que sim, o Datanaro estimou que no máximo metade da população vá se vacinar e, portanto, não serão necessárias tantas doses assim.

É um gênio: quanto menos vacinação, melhor, não importa que assim a pandemia continue.

Ah, e disse que não tem nada com o que vai acontecer se prefeitos e governadores voltarem a restringir as atividades econômicas, como estão diante da nova escalada de mortes.

Realmente tenho dificuldades de entender como é que grande parte da imprensa e até da comunidade científica acha que teremos um plano verdadeiro de vacinação e não uma cortina de fumaça para retirar de Bolsonaro a óbvia responsabilidade que tem em deixar a população desprotegida.

 

 

 

 

Fernando Brito:
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