Responda-me de pronto o caríssimo leitor e a querida leitora: uma oposição e uma imprensa (o que, no Brasil, nos es lo mismo, pero es igual) que diz querer extirpar a propinagem da administração pública e da política pode, em meio ao vendaval provocado pela Operação Lava-Jato, pretender eleger, como terceiro na linha de sucessão presidencial um sujeito como Eduardo Cunha, cuja história tenebrosa vem dos tempos de PC Farias?
Esta pergunta, bem simples, define o divisor de águas que pode transformar esta investigação em um processo de saneamento ou de apodrecimento da democracia brasileira.
Saneamento, se for para apurar e eliminar a promiscuidade das relações entre o Estado e seus contratados.
Apodrecimento, se for para atingir, sejam culpados os inocentes, apenas os “escolhidos” para personificá-las, entregando o mundo da política aos preservados, blindados ou esquecidos da sanha moralizadora.
Não é um problemas de leis, que temos em profusão.
A que rege as licitações – dura e complexa ao ponto de quase “engessar” os administradores foi, curiosamente, editada logo após o impeachment de Fernando Collor – iria, em tese, abolir os favorecimentos. Os mais velhos hão de se lembrar.
Não se alterou, porém, a “mãe de todas as propinas”, sem a qual a corrupção reduz-se à desonestidade pessoal que, ainda que com temeridade, pode ocorrer a qualquer um, em qualquer parte do mundo, mas não ao sistema.
Essa é a necessidade de financiamento privado do exercício do ponto de partida da própria democracia: o voto.
Desde a doação de manilhas ao marketing nacional, ter votos, no Brasil, passou a depender, quase que para todos, de ter dinheiro para obtê-los.
Isso não é um problema menor, derivado da formação moral ou ética de cada um.
É uma questão estrutural, que deforma os vocacionados para a atividade política e cria espaço não apenas para uma corja de “operadores” como agora se revela – alguns, como o tal Alberto Youssef, “velhos de guerra” nestas falcatruas – mas para que eles próprios, se um dia os tiveram, percam todos aqueles padrões.
Porque o exercício da democracia, no Brasil, no que tange a eleições, passou a se reger quase que exclusivamente pela capacidade de “comprar” votos, vendend0-se ao poder econômico.
É nisso que consiste um sistema eleitoral financiado por empresas, se despido da eventualíssima generosidade cívica de alguns deles ou daquelas situações em que o político tem tal estatura que todos sabem que, com ele, o limite do diálogo é apenas o do institucional.
O mais importante passo para esta “limpeza”, entretanto, está há nove meses parado sem que isso cause escândalo ou comoção.
O fim do financiamento privado das eleições.
Pode-se alegar que a propina não é, propriamente, o que está em causa nesta decisão, uma vez que se refere às doações legais, registradas e contabilizadas.
Não é assim.
Em primeiro lugar, é obvio que mesmo muitas destas são pagamento ou esperança de contratos, lobbies e favorecimentos.
Depois, porque a abolição das campanhas milionárias resultante de “doações privadas” – aqui no Rio, o filho do ex-governador Sérgio Cabral e o próprio Eduardo Cunha registraram gentilezas de mais de R$ 6 milhões para suas campanhas – evidencia publicamente qualquer campanha milionária como suspeita destas maracutaias.
Mas há, de fato, alguém interessado em olhar para isso?
Ou vamos entrar, agora, no império da “delação premiada”, onde cada acusado irá escapar à lei acusando outros para, numa teia sem fim, chegar-se ao que se pretende, afinal, sobrepor-se o dinheiro ou a acusação de buscá-lo, em algo que se sobreponha ao voto e à vontade popular.
Numa sociedade em que se cultua a supremacia do “direito de ganhar” sobre o dever de servir isso é, convenhamos, mais a regra que a exceção, ao ponto de vermos um desembargador, presidente de um tribunal de Justiça, queixar-se na TV de que “não dá para ir toda hora a Miami comprar ternos”.
Talvez esteja aí a essência do que deve ser percebido quando os “bem-nascidos” e os “do mérito” gritem tanto contra a corrupção que aparece e a que segue, por séculos, como regra de funcionamento da sociedade brasileira.
Ou corrupção não é o pegar para si, para seu conforto, seus privilégios e seu patrimônio, parte de algo que pertence a todos?
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Percam todas as esperanças, vós que acreditais que a maldição do PT arrastará junto o amaldiçoado PSDB.
Comédia divina – a Operação Lava Jato chegará ao PSDB.
SERGIO SARAIVA
Vejo pelas terras do reino da esquerda a esperança de que, a partir da Lava Jato, o republicanismo tome conta do nosso sistema judiciário e que passemos o país a limpo, punindo todos os envolvidos, sejam de que partidos forem.
Não são em outro sentido as declarações da presidente Dilma neste domingo, 16/11/2014.
“[A Operação Lava Jato da Polícia Federal] mudará para sempre a relação entre a sociedade brasileira, o Estado brasileiro e a iniciativa privada. O Brasil mudará para sempre porque acabará a impunidade”.
O passado recente não me permite nutrir tais esperanças.
Ao PT será cobrado que desça ao nono ciclo do inferno. Para os outros, os corruptores, creio que tudo não passará de uma estada dura, ainda que breve, pelo Vale dos Ventos. Sem dúvida, neste instante, a vida deles foi colhida em um vendaval, mas eles têm nas suas contabilidades paralelas o passaporte para o purgatório e, de lá, a passagem para um dos sete céus.
Agora, e para alguém do PSDB pego em caso de fogo amigo? Para esse, haverá sempre o limbo. Junto aos pagãos virtuosos.
Não existe, por certo, corruptor ideológico ou doleiro de esquerda. PT e PSDB dividem o poder há duas décadas utilizando-se dos mesmos métodos. Mas não são tratados, de modo algum, da mesma maneira pela imprensa e pela Justiça. Sobre o segundo, recai o protetor manto da invisibilidade midiática que retarda a cobrança de ação do letárgico braço judiciário sempre para tempos ainda vindouros.
Vejamos.
No que este escândalo da Petrobras é diferente do escândalo envolvendo a Alston-Siemens em São Paulo? As propinas milionárias do trensalão, chamadas eufemisticamente pela nossa imprensa de "cartel".
Há a delação premiada da Siemens, informações suficientes vindas da Suíça, sabe-se quem pagou, quanto pagou e para quem pagou. Um presidente do TCE – Tribunal de Contas do Estado, apontado como beneficiário do esquema, tinha, ou ainda tem, uma ilha em Paraty-RJ e uma mansão no Morumbi, o bairro dos milionários de São Paulo.
Um envolvido no esquema, filho da nossa alta burguesia, foi indiciado pela PF, mas isso não o impediu de ser coordenador da campanha de Aécio, nem lhe trouxe maiores problemas na Câmara dos Vereadores de São Paulo.
Um procurador que cuidava do caso literalmente engavetou-o por dois anos. Declarou que havia, pasmem, colocado o pedido de informações da justiça suíça na “pasta errada”.
A que levou tudo isso? Como está o caso do trensalão?
Já ouço que o Caso Petrobras-Lava Jato é o “maior escândalo da história” do Brasil. Ora, esse não era o mensalão do PT?
Afundar a P-36, na época, a maior plataforma de petróleo do mundo, ao custo de 11 trabalhadores mortos não é escandaloso, por certo. Quem fim deu esse caso? E o da Petrobrax, dos asfaltamentos da Baía de Guanabara e dos rios Birigui e Iguaçu no Paraná?
E FHC diz que está envergonhado com o que o PT fez com a Petrobras.
Pois bem, os petistas foram condenados na AP470 e estão cumprindo pena.
Mas e o mensalão do PSDB?
Os PSDBista não serão julgados.
Eduardo Azeredo renunciou ao mandato na ultimíssima hora para escapar do julgamento no STF. E, embora já houvesse consenso de que isso não o livraria – ver caso Donadon e desdobramentos do caso Cunha Lima, livrou-se. Seu caso foi enviado à primeira estância mineira onde aguarda a prescrição. Pimenta da Veiga, que levou R$ 300 mil de Marcos Valério por “serviços internos” está soltíssimo. Foi até candidato a governador de Minas Gerais.
José Roberto Arruda, do mensalão do DEM, foi “atrevido” ao se candidatar a governador do DF. Acabou, para desgosto de FHC, seu benfeitor, tendo a candidatura impugnada, mas chegou a liderar a campanha e está por aí, livre, leve e solto. A impugnação revoltou de tal maneira ao ministro Gilmar Mendes que este chegou a classificar a Corte que assim decidiu como um "tribunal nazista".
Alguém se recorda de como foi a atuação do ministro Gilmar Mendes no caso do mensalão do PT?
Soltos também estão Cachoeira e Demóstenes Torres. Falar de Policarpo Jr. seria um ataque contra a liberdade de imprensa.
Sem maiores cuidados está o pessoal da “Castelo de Areia”.
Assim como José Serra e a “privataria tucana” feita no “limite da irresponsabilidade”. E seu envolvimento no "cartel" do metrô paulistano – sobre o qual só deu depoimento à PF depois de eleito senador? E o Paulo Preto?
Assim como Alckmin e o buraco do metrô – mais sete mortos. Fora alguns massacres. Quem se lembra do Pinheirinho ou da Castelinho? Quem não reagiu está vivo. E a eminente crise humanitária por falta de água, mas com alguns bilhões de reais pagos aos acionistas da SABESP, aqui e em Nova York? Ninguém se interessa em saber quem são eles, os acionistas?
A FHC, nada o perturba. Nem os R$ 200 mil por cabeça para comprar a emenda da reeleição, nem os seus apartamentos. Um, em Higienópolis-SP, comprado do mesmo banqueiro envolvido na lavagem de dinheiro do trensalão, o outro, em Paris, não sei se já foi declarado à Receita Federal. Nem sua fazenda em Burutis-MG.
Não, FHC não é o dono da Friboi, essa é do filho do Lula. Mas quando FHC começou a carreira política, que eu saiba, de terras, só possuía um pequeno sítio em Ibiúna-SP. Ninguém parece ter estranhado tal aumento de patrimônio, fora da política, FHC era um professor aposentado da USP. Nem ele parece estar preocupado em explicar nada.
É pouco?
E o aeroporto construído pela Camargo Correia na fazenda vizinha a de FHC e gentilmente cedido para seu uso? Que coincidência feliz.
PSDBista gosta de aeroporto particular, quem gosta de miséria é intelectual.
Veja Aécio Neves e seus dois aeroportos em Minas. Um em Claudio – fazenda do tio, outro em Montezuma – empreendimentos do pai já falecido. Aécio está se empenhando em conseguir um terceiro turno para as eleições de 2014 e não em dar explicações sobre essas duas “obras públicas”.
E tome Lista de Furnas, pasta Rosa e caso SIVAM.
Assunto nunca faltou, mas o PSDB ser responsabilizado, algo respingar-lhes as penas?
Não, de tapioca à Lava Jato, passando pela AP 470, é o PT o partido mais corrupto da história brasileira. E só.
Todo o mais que poderia acrescentar aqui fica por conta da ironia sábia e desesperançada de Stanislaw Ponte Preta:
“Que se restaure a moralidade, ou que nos locupletemos todos”.
Fora disso, é comédia.
Antonio,
Infelizmente, mais uma pizza a vista, tamanho supergigante.
Eu ia comentar o post do Fernando Brito, mas você já disse tudo.
Essa operação "Lava jato" parece estar muito mais para buscar atingir a Petrobrás e a presidenta Dilma do que para combater a corrupção.
Parece estarmos diante de uma "república do Paraná" , onde delegados da Polícia Federal têm o "direito" de dar golpes eleitorais, patrocinando um site chamado de "organização de combate à corrupção".
Ninguém está e nunca esteve preocupado com a corrupção.
Ao contrário.... Mesmo sabendo de tudo, as instituições que afirmam querer combater a corrupção acobertam os crimes praticados pelo PSDB.
É lógico que essas instituições são corruptas e querem de volta a boa corrupção. O PT dificulta as coisas.
O meu discurso dentro do PT sempre foi buscar a regulamentação da imprensa. Lula não fez e Dilma foi fazer omelete na Globo.
A imprensa é inimiga deste país. Sempre foi.
É da imprensa que virão ondas de golpes contra o governo.
Afinal, todos querem de volta a boa corrupção.
Já chegou ao psdb
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/11/1549171-prisoes-vao-levar-executivos-a-abrir-o-jogo-diz-procurador.shtml
Aí eu falo que rezo e o povo ri...
E eu me pergunto exatamente a mesma coisa: delação, delação delação premiada....Vai ser a próxima expressão da moda!
Ai, Jesus, piedade!
É preciso investigar tudo e todos. E garantir que os tucanos da PF não promovam a delação seletiva. Fora isso, é preciso recompor a base social do governo reconquistando a Classe C, especialmente no Centro-Sul do país. Recomendo o texto abaixo, que reflete sobre o assunto:
http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR2.html
Esqueceu
dom, 16/11/2014 - 23:28
O apartamento na Avenida Foch em Paris. Aonde FHC arranjou esta grana?
Recordar é viver: Conheça o apartamento de FHC em Paris. Ele tem renda para isso?
(foto)
Nos idos de dezembro de 2002, quando FHC já sabia que seu candidato estava fora do páreo, perdendo o cargo de presidente da República para o torneiro mecânico Luiz Inácio Lula da Silva, o ainda presidente já se arrumava para se mudar do Palácio da Alvorada. Fernando Henrique estava juntando tudo para guardar em um depósito em São Paulo até que a reforma de seu novo apartamento da rua Rio de Janeiro – a dois quarteirões de seu antigo endereço na Rua Maranhão, em Higienópolis – ficasse pronta.
Contudo, logo após a entrega da faixa presidencial para Lula, …
Folha de S.Paulo, 17/12/2002 (clique para ler a matéria completa no site da Folha).
Fernando Henrique Cardoso vai passar três meses na Europa, baseado em Paris. Ele ficará hospedado em um apartamento de Jovelino Mineiro, seu ex-sócio na fazenda Córrego da Ponte, em Buritis (MG). A parte de FHC hoje está em nome dos filhos do presidente.
Folha de S. Paulo, 12 de janeiro de 2003, página A7, Coluna de Janio de Freitas (clique para ler a matéria completa no site da Folha).
O endereço
Janio de Freitas
Data imprecisada, ou imprecisável, e não recente. Fernando Henrique Cardoso, no uso de toda a simpatia possível, discorre para os comensais suas apreciações sobre fatos diversos e pessoas várias. De repente, intervém a mulher de um brasileiro renomado, há muito tempo é figura internacional de justo prestígio, ministro mais de uma vez, com importantes livros e ensaios. Moradores íntimos de Paris por longos períodos, mas não só por vontade própria, constam que nela nada restringe a franqueza. Se alguém na conversa desconhecia a peculiaridade, ali testemunhou um motivo para não esquecê-la:
“Pois é, mas nós sabemos do apartamento que Sérgio Motta e você compraram na Avenue Foch.”
Congelamento total dos convivas. Fernando Henrique é quem o quebra, afinal. Apenas para se levantar e afastar-se. Cara fechada, lívido, nenhuma resposta verbal. A bela Avenue Foch, seus imensos apartamentos entre os preços mais altos do mundo, luxo predileto dos embaixadores de países subdesenvolvidos, refúgio certo dos Idi Amim Dada, dos Bokassa, dos Farouk e, ainda, de velhos aristocratas europeus.
Avenue Foch, onde a família Fernando Henrique Cardoso está instalada. No apartamento emprestado, é a informação posta no noticiário, pelo amigo que passou a figurar na sociedade da fazenda também comprada por Sérgio Motta e Fernando Henrique Cardoso, em Buritis. Avenue Foch é ela que traz de volta comentários sobre a historieta, indagações de sua autenticidade ou não, curiosidade em torno do que digam outros possíveis comensais.
Como você pode conferir aqui, o preço médio de um apartamento na Avenida Foch gira em torno dos 3 a 4 milhões de euros, ou 9 a 13 milhões de reais.
7821 visitas - Fonte: Limpinho e Cheiroso
Prezado Antonio. Excelente analise. Porem gostaria de lembrar, que o Presidente da Republica, dentro de suas atribuições constitucionais, possui instrumentos para colocar as coisas no seu devido lugar, como mandatario maximo do Poder Executivo. Creio que a Presidente Dilma, inteligente e cautelosa, observa o desenrrolar dos fatos atentamente sabedora de suas obrigações, mas creio tambem que não hesitara em adotar as providencias cabiveis, caso as coisas descambem para a desordem. Aguardemos atentamente.
"Eu só não aceito perdão judicial [no acordo de delação]. Se for um crime que tenha já semiaberto, sempre que for possível eu vou botar o aberto. Vá cumprir pena em casa, sem problema nenhum."
Por procurador geral da República Rodrigo Janot
Em 'Prisões vão levar executivos a abrir o jogo, diz procurador'
SEVERINO MOTTA
DE BRASÍLIA
17/11/2014 02h00
FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/11/1549171-prisoes-vao-levar-executivos-a-abrir-o-jogo-diz-procurador.shtml
Hoje, os 23 continuarão a ser ouvidos pela PF. Como amanhã vence o prazo das prisões temporárias, eles poderão ser soltos, caso não haja renovação dos pedidos de encarceramento – o que inclui o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque – ligado ao PT – e executivos de várias das principais construtoras do País.
Em 'Lava Jato: empreiteiros dormem em colchões no chão de três celas'
Postado em 17 de novembro de 2014 às 8:16 am
FONTE: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/lava-jato-empreiteiros-dormem-em-colchoes-no-chao-de-tres-celas/
LÁ VEM O 'BANANA' DO MATUTO!
... E as digitais do "supremo" gilmar DANTAS estão coçando ávidas para começar a assinar os habeas corpus "cheirosos", ainda que seja durante a madrugada, notívagos a la banqueiro bandido e condenado, segundo o doutor Protógenes Queiroz!...
E o ex(!) "supremo" Ayres Brito solícito a quaisquer pedidos de laudos e pareceres "técnicos" [e muito bem remunerados!] que "comprovem a legalidade dos atos praticados pelos [supostos!(?)] réus 'ilibados'"!...
Circus Brazilias!
E 'nois'?
'Bananas' pagando os ingressos nas bilheterias do espetáculo!...
Exato, valoroso e enriquecedor (de mentes) Messias!
... É só ver como são tratados os empreiteiros, os doleiros, os rentistas, os banqueiros...
(e continuarão a sê-los, ninguém duvide!)
A pão-de-ló!
Com tapetes estendidos!
Sob o tratamento de doutor, de excelência!
(...)
A burguesia fede!
É simples de entender: é um acerto entre bandidos.
... Aécio 'Never', Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, José (S)erra... Rodrigo Janot... Não devem nenhuma explicação à sociedade que lhes remunera!
Já basta o fato de que esses "imortais cheirosos" são os nossos representantes! Pausa para rir das nossas desgraças tropicais!
(EM TEMPO: a emoção foi tanta, que o meu nariz de palhaço enrubesceu copiosamente!...)
A Terra do Faz de Contas!
Tiveram até a proeza de, por exemplo, tornar o José Genoino Neto [do Brasil] num criminoso encarcerado!
O script do projac ainda nos apresentará o diálogo de Deus com o "dotô" Roberto Marinho, nos primórdios dos idos da década de 60!...
Os limites de uma sociedade não são determinados apenas por leis, mas também pelos valores defendidos e praticados por ela. Isso não é utopia. As instituições refletem os valores das sociedades. Nenhuma delação premiada vai ter resultado se as instituições não forem sérias. Pessoas formam as instituições e agem conforme os valores que possuem, enquanto sociedade. Se a instituição for séria, nenhuma delação que não for séria vai acontecer. O premio de uma delação é a diminuição ou anulação da pena do delator, e para isso as informações tem que ser confirmadas. O delator faz a parte dele e o Poder Judiciário faz a sua parte, que é a de confirmar o que receber.
As empresas que fazem doação para as campanhas, e nesse caso todos os olhos estão nas empreiteiras, não deveriam olhar apenas para isso. Se interessar pela representação política, apoiando candidatos é uma opção de cada uma. As construtoras deveriam também se preocupar em ampliar a sua capacidade de concretizar as obras que fazem. Desafios técnicos aparecem e não tem encontrado a capacidade de solução por parte das empreiteiras, que demoram anos para concluir obras de maior complexidade. São inumeros os casos de construções que atravessam anos para ser acabadas, por falta de competência tecnica para resolver situações específicas de cada uma. Não se daria tanta importancia para as doações, se as empresas fossem mais preparadas.
Disse-o bem, Fernando.
Lembrei-me da letra desta música do Noel. É do tempo que cantar também era protestar.
"ONDE ESTÁ A HONESTIDADE
Noel Rosa
Você tem palacete reluzente
Tem jóias e criados à vontade
Sem ter nenhuma herança ou parente
Só anda de Mercedes e Ferrari
E o povo já pergunta com maldade
Onde está a honestidade?
Onde está a honestidade?
O seu dinheiro nasce de repente
E embora não se saiba se é verdade
Você acha na rua diariamente
Anéis, dinheiro e até felicidade
E o povo já pergunta com maldade
Onde está a honestidade?
Onde está a honestidade?
Vassoura dos salões da sociedade
Que varre o que encontra pela frente
Promove festivais de caridade
Em nome de qualquer defunto ausente
E o povo já pergunta com maldade
Onde está a honestidade?
Onde está a honestidade?"