Quando as feiras-livres eram a maior forma de abastecimento da população, sobretudo em gêneros alimentícios, a “hora da xepa” era expressão conhecida. A preferida de dois tipos de compradores: os que, por falta de dinheiro, eram obrigados a comprar o que restava dos frutas, legumes e folhagens e os que, por avareza e espírito incorrigivelmente voraz, submetiam-se a isso.
A declaração de José Serra de que seria “bizarro” que o PSDB não participe do eventual governo golpista de Michel Temer soa assim, como o aviso do xepeiro que que ele irá à cata do que puder pegar.
O comando aecista do partido não quer se associar ao desastre anunciado; Geraldo Alckmin pede, ao menos, que os que forem – e vários irão – licenciem-se do partido para preservar as aparências…
Mas Serra grita em alto e bom som, eu vou, nem que seja sozinho, e por isso quero ainda as maçãs e as alfaces “melhorzinhas” para mim.
Consegue, assim, deixar em “saia justa”, de uma só vez, Temer e os tucanos.
Temer sabe que passa a dever a ele a mais palpável possibilidade de contar com o apoio tucano, o que só poderia ter, com o partido ausente do governo, até que as primeiras crises o atingissem depois de começar a fazer o “serviço sujo” desejado pelo PSDB: cortar investimentos, gastos e direitos sociais e trabalhistas.
Ainda que só, Serra é o PSDB no Governo.
Já Aécio e Alckmin se vêem diante do renascimento da já sepultada possibilidade de que Serra fosse candidato a presidência, inviável hoje dentro do partido mas desastrosa se adotada pelo PMDB, a cujo governo ele se integraria.
Serra candidato é uma facada mortal nas pretensões tucanas, por sacar deles o monopólio dos votos de São Paulo, a espinha dorsal de suas forças já combalidas pelo surgimento evidente de candidaturas de extrema-direita com capacidade de reunir eleitorado expressivo.
Um governo que se institui pelo saque e não pela legitimidade é assim.
O que o preside é a motivação da partilha do butim e ela repete o espírito de traição e perfídia que levou a terem o tesouro ao alcance das mãos.
Serra está se movendo no terreno que lhe é mais favorável: o da chantagem, da intriga e do oportunismo político.
Resta saber se, reduzido ao nada que é pode representar perigo aos que nada serão.
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A pergunta é simples: Dep. Tiririca, o Sr em algum momento foi pre$$ionado a dizer SIM ao impeachment da Dilma ou o fez por livre espontânea vontade?
Tititica e tantos outros. Há várias formas de pressionar: Oferecer dinheiro, cargo, ameaçar dedurar malfeito, ameaçar a família...
Mesmo o sujeito "de bem", pode ser ameaçado com a implantação de FALSAS DENÚNCIAS, o suficiente para acabar com a carreira de qualquer um. Veja o que estão fazendo com o Lula, imagine um deputado de menor expressão...
Governo Temer?
Do The Intercept - Para Entender a Verdade no Brasil, Veja Quem Está Sendo Implantado na Presidência — e na Chefia das Finanças
por Glenn Greenwald
NÃO É FÁCIL, para quem olha de fora, compreender todas as argumentações em jogo a respeito da crise política no Brasil e os esforços para depor sua presidente, Dilma Roussef, que venceu as eleições há apenas 18 meses, com 54 milhões de votos. A melhor maneira de entender a verdadeira natureza antidemocrática do que está acontecendo, no entanto, é olhar para a pessoa que os oligarcas brasileiros e suas organizações de mídia tentam empossar como Presidente: o Vice-Presidente Michel Temer, implicado em corrupção, extremamente impopular e servo fiel dos plutocratas. Dessa forma, torna-se claro o que realmente está acontecendo e porque o mundo deveria estar profundamente angustiado.
O chefe do New York Times no Brasil, Simon Romero, entrevistou Temer esta semana, e assim começa seu excelente artigo:
RIO DE JANEIRO – Uma pesquisa recente mostrou que apenas 2% dos brasileiros votariam nele. Ele está sob suspeita por conta de um depoimento que ligou seu nome a um enorme escândalo de propina. E uma alta corte da justiça decidiu que o Congresso deve considerar a abertura de impeachment contra ele.
O Vice-Presidente do Brasil Michel Temer está se preparando para assumir o Brasil no próximo mês se o Senado decidir depor a Presidente Dilma Roussef em julgamento.
Como alguém, em pleno domínio da razão, pode acreditar que o sentimento anti-corrupção é o que move os esforços da elite para depor Dilma, quando estão empossando alguém com acusações de corrupção muito mais sérias que as da Presidente? É uma farsa evidente. Mas há algo ainda pior.
Em uma teleconferência de resultados na sexta-feira com executivos do JP Morgan, o CEO do Banco Latinoamericano de Comércio Exterior SA, Rubens Amaral, explicitamente descreveu o impeachment de Dilma como “um primeiro passo para a normalização do Brasil” e disse que se o novo governo Temer implementar as “reformas estruturais” que a comunidade financeira deseja, então “definitivamente haverá oportunidades.” As notícias sobre os preferidos de Temer para as indicações aos cargos sugerem fortemente que o Sr. Amaral – e seus colegas plutocratas – ficarão satisfeitos.
Enquanto isso, as organizações de mídia dominantes como Globo, Abril (Veja), Estadão – profundamente discutidas no editorial de Miranda – estão virtualmente unidas no apoio ao impeachment – como em No Dissent Allowed – e têm incitado os protestos de rua desde o início. O que isso revela? Os Repórteres sem Fronteiras publicaram ontem seu Ranking de Liberdade de Imprensa de 2016, e o Brasil aparece em 103° lugar, por conta da violência contra jornalistas, mas, também, por causa deste importante fato: “A propriedade dos meios de comunicação continua muito concentrada, especialmente nas mãos de grandes famílias ligadas à indústria que são, muitas vezes, próximas da classe política”. Não é evidente o que está acontecendo aqui?
Então, em resumo: as elites financeira e midiática do Brasil fingem que a corrupção é a razão para remover a presidente eleita duas vezes, enquanto conspiram para instalar e empoderar as figuras políticas mais corruptas do país. Os oligarcas brasileiros terão êxito em tirar do poder um governo de esquerda moderada que ganhou quatro eleições consecutivas, supostamente representando os pobres do país, e estão literalmente entregando o controle da economia brasileira (a sétima maior do mundo) ao Goldman Sachs e os lobistas da indústria bancária.
A fraude que está sendo levada a cabo aqui é tão barulhenta quanto devastadora. Mas é o mesmo padrão que vem sendo repetidamente observado ao redor do mundo, particularmente na América Latina, quando uma pequena elite trava uma guerra , em seu próprio interesse e proteção, contra os fundamentos da democracia. O Brasil, quinto país mais populoso do planeta, tem sido um exemplo inspirador de como uma jovem democracia pode amadurecer e prosperar. Mas agora, essas instituições e princípios democráticos estão sendo agredidas pelas mesmas facções financeiras e midiáticas que suprimiram a democracia e impuseram a tirania neste país por décadas.
Tradução por Erick Dau - jornalggn/noticia/para-entender-a-verdade-do-golpe-no-brasil-por-glenn-greenwald
O que dói mais é saber que, mesmo que a imprensa internacional esteja movendo-se para alertar a comunidade internacional, os que fomentaram e aderiram a esse golpe acreditam que o apoio do governo norte-americano já é suficiente e que o serviço está pronto. Só faltam assumir. E O Brasil que se lasque. A barbárie está apenas começando. Se isso que acontece já dá náuseas a quem tanto está lutando, imaginem o resto que vem por aí vem. Mas tem alguns pontos positivos no drama. Procurem saber a proposta de Rudá Maestri para as próximas semanas. Ele conta com a participação digital do pessoal de cabelos brancos. A resistência está só começando.
ESSE SERRA SERIA AQUELE MESMO DO GOV. DO FHC BRASF QUEMIN DA SAUDE QUE FOI ENVOLVIDO VOM NEGOCIOS MALCHEIROSOS COM OS VEDOIN FA MAFIA DSS AMBULANCIAS?? ENTAO NOS TAMOS E .....E MAL PAGOS
Temos ainda no relho as marcas da escravidão mesmo. Mesmo a beira do cadafalso temos que usar a linguagem dos nossos algozes para denunciar nosso suplício. GOLPE é o que está sendo dado sim, GOLPE contra a nossa DEMOCRACIA que pôde adquirir muitos conteúdos mas não pode eliminar a necessidade de ser legitimada pelo voto da maioria expressa em eleições LIVRES, como se deu em 2014. Isso era o que tinha que ser dito na ONU de forma clara e em alto e bom som, sem nossas filigranas e sem nossos falsos pudores. Só aqui no Brasil um golpe, como o de 1964, pôde ser chamado de revolução, só aqui o golpe, em curso, pode ser chamado de impeachment. É muito cinismo!
Quem votou em Dilma ,votou Temer!
Mas não votou no serra, no Moreira franco, no Edinho Araújo. Vai procurar uma rola, papagaio
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: * * * * 09:13 * * * * .:. Ouvindo A(s) Voz(es) do Bra**S**il e postando: * 1 * 2 * 13 * 4
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Por uma verdadeira e justa Ley de Medios Já ! ! ! ! Lula 2018 neles ! ! ! !
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O pêndulo da história move-se para a direita, que reproduz o mesmo modus operandi utilizado em tempos anteriores, para tomada do poder.
Espero que a esquerda tenha, dessa vez, assimilado as lições, para não incorrer nos mesmos equívocos de estratégia e ação.
Só resta o povo agora.
Sem pegar em armas.
Desobediência civil.
Ninguem paga mais ipva, iptu, multa de trânsito, assediar as autoridades em espaços publicos, greves inteligentes
Quando se vai matar um porco se passa a mão pelo dorso do mesmo, para que ele se acalme e a carne não fique crispada de fluidos tóxicos.