O trem-bala, enquanto projeto, era o sonho de muitos brasileiros ainda não contaminados pelo viralatismo midiático.
A distância entre Rio e São Paulo é a mais adequada para a existência de um trem de alta velocidade.
Os tucanos vivem viajando a Europa, cujas principais cidades são todas conectadas por trens, e cada vez mais por trens de alta velocidade.
Lá é algo maravilhoso. Aqui, não pode.
China, Japão e Coreia do Sul estão construindo freneticamente trens de alta velocidade para ligar suas áreas urbanas.
Os EUA nunca desmantelaram suas linhas que cruzam o norte do país. E a Associação Americana de Trens de Alta Velocidade, como se vê na imagem acima, tem planos para que o país inteiro seja cruzado por trens-balas. A ideia tem a simpatia do governo Obama, e o apoio de um eleitorado americano cada mais mais interessado em transportes que não usem combustível fóssil como fonte de energia.
Aqui, nosso primeiro projeto de trem-bala foi execrado na mídia, e deliberadamente sabotado por gente como José Serra, que hoje se gaba disso.
Em entrevista a blogueiros, porém, Dilma nos explicou que o problema principal foi a falta de concorrentes. Com a Europa em crise, as empresas europeias que podiam participar da licitação se retiraram.
Houve um problema na Ásia, e acabou que somente uma empresa poderia se qualificar.
Era arriscado fazer uma licitação onde apenas uma empresa poderia participar.
Percebi, no entanto, algo que Dilma não podia falar na entrevista.
O trem-bala ainda é um projeto em disputa dentro do governo e na sociedade. Falta quem o defenda.
Mais uma vez, a falta de comunicação do governo atrapalha. Nenhum governo consegue levar adiante um projeto que movimente recursos desta magnitude, sem antes convencer a opinião pública.
Tenho fé, contudo, que, um dia, o trem-bala vai existir, porque ele é uma necessidade histórica.
E poderá ligar a maioria das capitais do país.
Num futuro quiçá não tão distante, os leitores e o blogueiro talvez se encontrem, num vagão restaurante, e, entre um drink e outro, lembrem desse post.
Só que talvez seja preciso aguardar termos uma outra mídia.
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Alguém que defenda? Na guerra da secessão americana foi questão de tempo o norte industrial burguês vencer o sul aristocrático e agrário, por causa da logística:o norte tinha uma extensa rede ferroviária e o sul desprezava a sua.A malha ferroviária,bem como as comunicações democratizam a sociedade, este é o motivo da ectrema direita não quererem nem ouvir falar sobre.
...ou nenhuma mídia.
Ligar as principais capitais do país, para mim, não seria o bastante. Quando se fala de TGV - Trem de Grande Velocidade, meu sonho é megalomaníaco. Eu sonho com um trem que ligaria a Patagônia a Belém do Pará, passando perto (é, perto, não dentro das cidades) de todas as capitais litorâneas. Já imaginou? Toma-se o trem em Curitiba, embarca-se o carro (em vagões especiais para transporte desse e outros tipos de veículos) e segue-se para Salvador. Em Salvador, retiramos o carro, passeamos à vontade e em seguida embarcamos de novo, com carro e tudo, em direção a Fortaleza. Os turistas Argentinos iriam adorar e nós, também. Economia de combustível, de tempo, criação de milhares de empregos diretos e indiretos, muita coisa adviria daí. Numa segunda etapa, os trens nos ligariam ao Pacífico.Vamos fazer uma campanha pelo trem bala?
Este transporte teria a capacidade de desafogar os grandes centros urbanos de carros e ônibus.
A questão, como sempre, é quem ganha e quem perde com isso. Por enquanto, uma obra desse tipo só favorece o governo (o atual) e a população. Por isso, a execração do projeto. Imagine se esse projeto fosse lançado por quem ajudou a torpedeá-lo. Seria a oitava maravilha do mundo; coisa de estadista.
De qualquer maneira, essa atitude do Serra tem uma certa lógica. O PSDB é a representação do parasitismo. Esse mesmo que, nos Estados Unidos, representa a política de genocídio e destruição de riquezas do Pentágono, política sistematicamente executada na Líbia e sendo agora executada na Síria.
SEM ESTA!!!
ISTO É PAPO...e furado.
Se um cara como Serra tem o poder de modificar ou
interromper um projeto que era, se não me engano, de
promessa de governo.
Então o meu Governo, em quem votei, é um Governo Derrubado.
Muito fraco, sem poder de persuasão, e facilmente "enganável".
Não aceito isto..
A minha filha trabalhou fazendo pesquisa no Aeroporto Viracopos em Campinas, e a pesquisa sobre trem bala Campinas, São Paulo e Rio de janeiro, a maioria dos entrevistados foram contra o trem bala.
Dilma poderia demonstrar a mesma garra, perseverança e autoritaritarismo que tem com as indecorosas nomeações políticas. Fosse assim este trem já seria uma realidade...
O Trem-bala deve ser encarado como uma imposição estratégica para o país. Temos que fazê-lo e dominar a tecnologia de fazê-lo, ou ficaremos para trás também em transportes terrestres. Não precisamos falar nas imensas distâncias que temos entre os centros do país, e nem na importância do tempo em que se vença tais distâncias. Temos que gerar tecnologias de transporte apropriadas e inéditas, para percorrer milhares dde quilômetros pelo alto, sem tocar nas florestas, como a China está fazendo no oeste do país, deixando oo meio ambiente intacto. Temos que pensar muito alto, como um Sérgio Bernardes pensava, sobre o país. E não vai ser renunciando ao domínio e emprego de alta tecnologia que poderemos alçar nossas ambições. Se formos pela cabeça da UDN e de seus descentes, nada nunca faremos de grande, de bom e de avançado no país.