Sinais de expansão: China passa a dar dois boletins do coronavírus por dia

Num sinal de que pode ter se acelerado o número de pessoas infectadas, a Comissão Nacional de Saúde da China anunciou que fará as atualizações do número de casos de coronavírus – e das mortes provocadas por ele – não mais em um boletim diário , mas em dois, às 16 e às 21 horas, hora de Brasília.

Ontem à noite eram 6 mil casos e 132 vítimas fatais, alem de 1.239 em estado crítico e mais 59 mil em observação.

Amanhã, a Organização Mundial de Saúde fará uma reunião de seu Comitê de Emergência – a terceira em uma semana – para deciir se declara o coronavírus uma “Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional”, (PHEIC, na sigla em inglês).

Estados Unidos, Japão, Alemanha e Inglaterra executam ou planejam a retirada de seus cidadãos das áreas mais afetadas e o primeiro vôo dos norte-americanos já está pousando na Califórnia, de onde os passageiros irão para uma quarentena.

Só o dinheiro parece ainda estar fazendo pouco da gravidade da situação.

Fernando Brito:

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  • Não me lembro de alguma outra situação envolvendo saúde e que atingisse o mundo todo que me parecesse tão grave quanto essa. Será outro experimento humano que fugiu do controle? Dessa vez na China, ao invés da África?
    Proposital?

    • Algumas doenças infecciosas que afetaram grandes contingentes humanos: Peste Negra (Bubônica), Tuberculose, Cólera, Varíola, Gripe Espanhola, Tifo, Febre Amarela, Sarampo, Malária, Poliomielite, AIDS. Depois da AIDS nenhum surto epidêmico atingiu a humanidade com a mesma virulência destas.

      PS - Pode-se acrescentar Dengue à lista:
      "Durante o ano de 2015 foi registrado o maior surto da doença no Brasil, com aproximadamente 2 milhões de casos relatados e mais de 900 mortes, de acordo com informações do Ministério da Saúde.[75] Neste mesmo ano, o governo brasileiro investiu mais de R$ 150 milhões no controle do Aedes Aegypt, vetor da dengue e de doenças como Chikungunya, zika e febre amarela. O investimento ainda é considerado insuficiente, ainda mais considerando que os custos de tratamento apenas da dengue estão estimados em mais de R$ 1 bilhão ao ano.[76]" (Wikipedia).

    • Ocorreu-me que Bostanaro esteve na China na segunda quinzena de outubro, sabe deus o que havia em sua bagagem... No Brasil, em 2018, Bostanaro introduziu o idiotavirus que contaminou 57 milhões de brasileiros. Grande parte dessa população idiotizada (contaminada pelo idiotavirus) continua apoiando e aplaudindo o mais tosco, o mais desclassificado, o mais desqualificado presidente que o país já teve.

    • Claro que é difícil responder com certeza absoluta, sra. Emilia, mas posso dizer que não é necessário o propósito para causarmos mudanças na natureza que facilitam tais eventos. Hábitos inadequados, por vezes, são suficientes. A peste, que dizimou 1/3 da população mundial na Idade Média, começou como consequência de mercadores que atravessavam as estepes orientais, em sua rota para a Europa, terem contato com roedores selvagens doentes, em áreas antes inabitadas. A AIDS transformou-se em um flagelo mundial graças ao contato de caçadores de macacos nas selvas da África setentrional com animais infectados. O Ebola veio à tona através do contato de espeleólogos com morcegos infectados nas cavernas que exploravam. Os vetores de malária, febre amarela e outros horrores transformam-se em disseminadores eficazes quando a exploração humana invade seus habitats naturais, fazendo-os migrar para franjas das regiões urbanas e mais densamente povoadas. Mutações de vírus que só acometiam animais (epizoonoses) acontecem pelos hábitos alimentares de higiene precária, que expõem pessoas a agentes que originalmente jamais teriam infectado humanos, e podem criar doenças novas e agressivas, posto que tais agentes não "aprenderam" a parasitar nosso organismo, terminando por abatê-lo rapidamente. Claro que nunca se deve negar peremptoriamente nenhuma hipótese, mas diria que o homem nem precisa buscar o mal para criá-lo, às vezes. A ignorância de alguns já é o bastante, e o homem insiste em desrespeitar os ambientes nos quais se intromete. O preço que todos pagamos pode ser muito, muito caro.

    • Infelizmente, o buraco é mais embaixo. A descrição usada é a da curva de comportamento de epidemias pontuais, onde todos os indivíduos suscetíveis são expostos dentro de um mesmo período de incubação, e quem tiver que adoecer adoece. Isto acontece com surtos sem transmissão direta pelo infectado. O problema com a atual cepa de coronavírus é que já há pelo menos um caso (na Alemanha) de transmissão direta entre humanos, isto é, alguém que não precisou ir à Hubei para ser contaminado, mas foi contaminado diretamente por alguém que lá esteve e adoeceu. Nestes casos, a curva de comportamento deixa de ser a resposta uniforme ascensão-pico-queda, mas de múltiplas repetições deste comportamento ao longo de um período de mais de um período de incubação, a chamada epidemia propagada, com a população de risco exposta a múltiplas ondas de infecção, originadas por casos secundários ou mesmo terciários. Tais epidemias, ao contrário das primeiras, têm maior disseminação transnacional e só terminam quando a população de risco recebe medidas efetivas de proteção maciça (uma vacina eficaz rapidamente distribuída, por exemplo) ou é reduzida de tal modo que cesse a reexposição de indivíduos aos portadores do agente infeccioso. As cepas mais agressivas de Ebola, particularmente a Marbourg, só não viraram catástrofes justamente porque as aldeias congolesas, em geral de difícil comunicação entre si, acabavam exterminadas (ou quase) antes da disseminação do patógeno. E a epidemia mais recente, com uma variedade menos mortal do vírus, encontrou uma vacina já em seus estágios finais de testes, que foram apressados para impedir a replicação do vírus fora da área "quente". O 2019-nCoV que está circulando, além de desconhecido (portanto, sem promessas de vacinas ou tratamentos específicos para breve), é de alta capacidade de disseminação, a exemplo de seu "primo mais velho", que causou a síndrome respiratória aguda (SARS), em 2003. E acho que ainda nem começamos a ver o efeito geográfico de disseminação, pois medidas de retenção de viajantes não costumam ter eficácia prolongada, mesmo em um país como a China continental, que pode agir de forma draconiana. As pessoas acabam se deslocando, e levam consigo novas ondas de contágio. Até o momento, o cenário é mesmo preocupante.

  • Para o Brasil, um duplo agravante de proporções cataclísmicas: Bolsonaro e Guedes!

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